Capítulo 30 - cilada.

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Lincoln Fletcher

A geada matinal não rivaliza com a indiferença que devo exalar. As memórias da noite passada assaltam minha mente, mas mantenho minha compostura impassível. Observo Dylan e Asher aguardando na sala, enquanto Blue, atrasada como sempre, ainda se apronta. Reprimo a urgência de explodir.

— Blue, mexa-se! Não temos eternidade pra te esperar — vocifero, minha voz cortante como uma lâmina.

Ela emerge, um sorriso provocante dançando em seus lábios. Meus olhos percorrem seu corpo, detendo-se em seu "uniforme" de combate: uma blusa negra reveladora, saia minúscula, coldre na coxa. Imagens da noite anterior invadem minha mente, e luto para suprimir o desejo que ameaça me consumir.

— Estou pronta, chefe. Não se estresse — ela provoca, sua voz sedutora.

— Você pretende sair assim? — questiono, meu tom beirando o desdém.

— Por que não? Não me diga que virou um puritano da noite pro dia, Lincoln.

— Troque-se. Imediatamente — ordeno, minha voz baixa e ameaçadora.

— Hmm... acho que não — ela desafia, seus olhos brilhando com malícia.

Dylan, o imbecil de sempre, decide se intrometer.

— Porra, cara. Deixa a garota em paz. Tamo atrasado pra caralho já.

Ignoro o comentário inútil, meus olhos fixos em Blue. Algo em seu olhar me desestabiliza, ecos da noite anterior reverberando em minha mente.

— Cinco segundos para se trocar ou fica — sibilo, minha voz traindo um toque de desejo reprimido.

Asher, sempre o pacificador, intervém suavemente.

— Pessoal, vamos nos concentrar na missão, por favor? Temos um cronograma apertado.

— Cale-se — rujo, meus olhos nunca abandonando Blue.

Ela desliza por mim, seu perfume intoxicante invadindo meus sentidos. Ao passar, sussurra:

— Relaxa, chefe. Sou toda sua... quer dizer, de vocês.

Num impulso, agarro seu braço, puxando-a para perto. O contato de seu corpo contra o meu desperta sensações que me recuso a nomear.

— Não brinque comigo, Blue. Você não tem ideia do que desperta em mim.

— Ah, mas eu tenho sim — ela responde, seus olhos cintilando com desafio e algo mais profundo.

Partimos em um silêncio carregado de tensão não resolvida. Nosso destino: Okland, uma cidade esquecida pela civilização. Durante o trajeto, meus olhos buscam Blue incessantemente pelo retrovisor, uma mistura volátil de fúria e luxúria correndo em minhas veias.

Ao chegarmos, nos instalamos em uma residência modesta. Enquanto preparo meticulosamente nosso arsenal, minha mente traiçoeira conjura imagens de Blue em cada cômodo, revivendo os momentos febris da noite anterior. A raiva e o desejo se fundem, criando um coquetel perigoso em meu âmago.

— Ei, meu bem — Blue me chama, sua voz um convite velado. — Quer que eu "inspecione" o quarto dos fundos com você?

Seus olhos brilham com malícia, e por um momento, considero aceitar sua oferta tentadora. Mas a missão vem primeiro. Sempre.

— Negativo. Foque-se na tarefa, Blue. Isso não é um jogo, nossas vidas estão correndo risco, principalmente a sua.

Asher, sempre atento, intervém.

Maldição da meia-noite | Dark Romance & Harém Reverso 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora