Declaração

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Retornaram à tarde para casa de Sasuke. O moreno afirmava que estava bem, mas Naruto fez questão de ignorar e levar ele mesmo Sasuke nas costas.

—E a missão?—indagou Sasuke nas costas de Naruto.

—Adiei para amanhã. Não é uma missão complicada e pode ser adiada.

—Não está trabalhando demais?

—Estou, mas quero que tenhamos uma vida tranquila após o casamento. Pra você ficar em casa cuidando do bebê.

Ambos ficaram em silêncio. Sasuke estava agraciado pelo romantismo de Naruto. Se sentia um peso às vezes, mas sabia que era ordem médica ficar sem trabalhar por no mínimo um ano após o nascimento do bebê. E como a gravidez de um ômega macho era um pouco mais complicada e rápida, era sempre bom ter o dobro de cuidado. O que ambos não tiveram na noite anterior.

—Quatro meses sem sexo.—o moreno resmungou.

—Aaaah! Nem me lembre.—Sasuke sorriu com a aflição do loiro.

Continuaram o caminho em silêncio. Sasuke deitou sua cabeça sobre o alfa e se permitiu ser um ômega necessitado. Ao chegar em casa, Mikoto ficou super preocupada com o filho, mas ambos explicaram que o pior já tinha passado e estava tudo bem. Obviamente não falaram o motivo do ocorrido, mas a mesma deduziu.

Naruto deixou Sasuke em seu quarto e antes de sair, disse:

—Amanhã não poderemos nos ver, farei a missão de hoje, e mais uma amanhã. Só nos veremos no casamento.

—É uma pena, mas tudo bem.

—Se cuida.—debositou um beijo na testa de Sasuke.—Até a cerimônia.—se levantou e foi em direção a porta.

—Naruto!—o chamou antes de partir.—Lembre-se, eu amo você.

—Também te amo. Até!—e então saiu.

—Ele o que?

Ai meu santo Hogake! Naruto disse que me ama.—pensou

O tapado foi tão tapado que não havia percebido a sua tal declaração para o moreno. Pela primeira vez havia retornado o "eu te amo" para o ômega. Notou apenas no dia seguinte ao terminar a primeira missão.

—Ai caramba!—parou em uma árvore qualquer.

—Algum problema Naruto?—indagou Kakashi na árvore da frente.

—Eu retribui o eu te amo!—gritou nervoso.

—E....—Kakashi estava sem entender nada.—Por que isso é de grande importância?

—Kakashi-sensei, eu... Desde que eu soube da gravidez do Sasuke e de toda a história, eu nunca pensei nele como romance, então eu tava pensando nisso desde a notícia da gravidez, pensando em como as pessoas achavam que a gente tinha um lance e tal. Mas eu nunca tinha tido isso.—o loiro sentou em um galho grande da árvore.—Ontem ele teve que ir pro hospital, aconteceu umas coisas malucas. A gente transou na noite anterior e teve um probleminha na placenta, mas achei que ele ou o bebê estavam em risco de morte. Nunca me senti tão fraco, impotente e preocupado com alguém. Deixei ele em casa depois do hospital e avisei que só o veria na cerimônia, devido as missões. Ele se despediu dizendo que me amava e eu.... Eu disse o mesmo. Com as seguintes palavras:" também te amo, até." Aaaaaah! O que eu faço?

Kakashi riu ao ver a aflição de seu aluno. Retornou uma árvore e sentou ao lado do garoto.

—Eu sou casado, sabia disso?

—O que? Desde quando? Com quem?

—Gosto de uma pessoa desde a academia. É ômega também. Eu sou alfa, então é meio normal ambos se atraírem. Há poucos ômegas na aldeia, e antes havia menos ainda. Meu pai se matou quando eu era criança, e a vila meio que me ignorou e me tratou como filho do traidor. Havia um garoto que não me tratava assim. Os pais deles morreram quando a raposa saiu por um momento de Kushina, mas tudo ocorreu bem.

—É eu soube que foi complicado o dia no meu nascimento. A raposa foi dividida e colocada em mim e na minha mãe para conter o poder.

—Exatamente, mas antes de tudo dar certo, ele perdeu seus pais nesse dia. Ambos eramos órfãos e ele me tratava como gente, diferente da maioria. Apenas meu sensei e companheiros de time eram legais comigo. Mas ele, ele era diferente. Sempre ficávamos juntos e aprontavamos pela vila, ele mais do que eu.—sorriu.—Naquela época, ômegas machos não eram tão aceitos como hoje, e por muito tempo neguei o que sentia, ambos negamos nossos sentimentos.

—Você sempre foi ruim com sentimentos sensei.

—Verdade. Por isso que eu não percebi o quanto ele era importante pra mim, até ele se declarar e dizer que me amava. Aquelas palavras me pregaram uma dúvida muito grande. Se talvez eu pudesse ser amado e amar alguém. No dia seguinte, houve uma pequena invasão na sala do Hogake, alguém havia roubado um pergaminho importante.

—Nem me lembre. Minha mãe quase me dividiu em pedaços para servir no almoço.—Kakashi riu.

—Ele foi proteger seu aluno e acabou se ferindo muito. Pensei que iria perde-lo, foi quando percebi que o amava. As palavras saíram tão fácil como aconteceu com você. Como se fosse automático, normal e cotidiano. Mas ao mesmo tempo, libertador. Desde então estamos juntos, me casei faz cinco anos, porém foi discreto, não quero que ele seja um alvo se um inimigo meu.

—Perai....—o loiro finalmente estava ligando os pauzinhos.—VOCÊ É CASADO COM O IRUKA-SENSEI!???

—Se você gritar de novo o nome dele eu arranco sua língua. Falei discreto por um motivo.

—Foi mal! Só tô surpreso. Ele é como um segundo pai pra mim, nunca percebi.

—Discrição, mas o que eu tô querendo dizer, é que talvez você já o ame a muito tempo, mas só percebeu quando achou que ele estivesse com risco de morte. Pensei você perdendo ele e o bebê, como se sentiria?

—Morto. Minha missão de vida agora é eles. Se algo acontecer com eles eu literalmente morreria.

—Você já tem sua resposta.—levantou-se.—Vamos? Temos mais uma missão antes de voltarmos.

—Certo! Vamos!

Tudo ficou claro para Naruto. Ele amava o Sasuke, e amava a criança que viria, e amava a ideia da família que estava se formando. Ele  havia sido cego por muito tempo, agora que sabia de tudo o que sentia, diria com todas as palavras amanhã. Não na cerimônia, pois ninguém fala quase nada, mas antes do casamento, escreveria uma carta para ser entregue a ele.

A segunda missão foi um sucesso, tanto que acabaram antes do planejado. Naruto já estava na vila logo após o anoitecer. Kakashi-sensei iria relatar tudo ao Hogake, quando o loiro iria descansar para o casamento no dia seguinte.

Naruto retornou para sua casa, banhou e comeu. Pegou um pergaminho que comprara em uma vila pequena, enquanto voltava para a aldeia. Um pergaminho bem trabalhado branco com enfeite azul e prata. Foi um pouco caro, mas valeria a pena. Gostaria que Sasuke soubesse o que sentia antes de começar a cerimônia, no intuito de anima-lo ainda mais.

—Droga, sou ruim em palavras. Acho que vou chamar o Shikamaru, ele entende de regras chatas da gramática, não quero parecer um idiota.

Mandou um clone para a casa do amigo, que logo o seguiu até sua casa.

—O que precisa?—sabia que Naruto só o chamaria com um clone se precisasse de ajuda. Naruto explicou tudo.— Certo. Vamos fazer um rascunho, um não, vários, antes de escrever nesse pergaminho.

—Certo! Obrigado Shikamaru.—sorriu.—Amanhã vai ser um dia incrível!

Continua...

Meu Alfa - ABO - NaruSasu CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora