A delegacia estava agitada, como de costume, com o som de telefones tocando e a conversa dos policiais ecoando pelos corredores. Carol empurrou a porta de vidro da delegacia com uma expressão determinada, seu coração batendo acelerado. . Ao avistar Josy, que estava sentada à mesa com um copo de café fumegante, Carol se aproximou.“Eu queria saber se tem mais alguma informação sobre o caso da hacker…” perguntou Carol, a ansiedade transparecendo em sua voz.
“Infelizmente não,” respondeu Josy, tomando um gole do café e desviando o olhar momentaneamente. A sinceridade nas palavras parecia ausente, mas Carol decidiu ignorar isso por um instante.
“Entendi. Pensei que você tivesse falado algo com um dos policiais daqui,” insistiu Carol, sem deixar de notar o jeito evasivo da colega.
“Não, não. Estávamos falando sobre o caso de roubo,” mentiu Josy com uma expressão neutra, mas Carol notou a ligeira hesitação na resposta.
“E eu decidi que você vai trabalhar nisso,” disse Josy, agora com uma firmeza que deixou Carol surpresa.
“Eu?” perguntou Carol, levantando as sobrancelhas em incredulidade. “Mas eu quero continuar no caso da hacker e do Deivid.”
“Não há mais caso. Encerramos ele. Temos que trabalhar nos outros casos,” disse Josy, tentando desviar a atenção de Carol com um tom autoritário.
“Ok,” foi tudo o que Carol conseguiu responder, um misto de frustração e desconfiança crescendo dentro dela.
“Você vai interrogar a vizinhança e obter informações,” disse Josy séria, como se estivesse passando uma ordem inquestionável.
“Tudo bem,” respondeu Carol lentamente, sentindo que havia algo mais por trás daquela decisão repentina.
Durante a tarde, Carol decidiu que precisava desabafar e foi até Rosa Maria. Ao entrar no pequeno apartamento que compartilhavam, ela encontrou Rosa preparando um lanche.
“Oi querida,” disse Carol ao beijar Rosa suavemente nos lábios.
“Oi! Como foi na delegacia?” perguntou Rosa com um sorriso caloroso.
A expressão séria de Carol interrompeu a leveza do momento. “A Josy não desistiu do caso; ela continua procurando informações.”
“O que te faz pensar nisso?” questionou Rosa, sua preocupação evidente.
“Quando cheguei na delegacia, eu vi ela conversando sobre isso com o policial Felipe,” explicou Carol enquanto segurava a mão de Rosa firmemente. “Eles mudaram de assunto quando eu cheguei.”
“Tem certeza?” indagou Rosa, os olhos arregalados em apreensão.
“Tenho sim. E eu fiz perguntas sobre o caso e ela me trocou para trabalhar em outro; é como se ela quisesse trabalhar nisso sozinha.” A voz de Carol era carregada de tensão. “Eles sabem que estamos juntas; eles temem que você possa me dizer se encontrarem alguma coisa. Então eles suspeitam que eu seja a hacker.”
“Sim, isso mesmo.” O olhar preocupado de Carol encontrou o de Rosa, criando uma conexão silenciosa entre as duas. “Não se preocupe; eliminei todas as provas que teriam contra mim.” Rosa tentou tranquilizá-la com um sorriso encorajador.
“E seu irmão?” perguntou Carol cautelosamente.
“Ele sabe que está sendo vigiado; ele não correria esse risco,” respondeu Rosa com confiança enquanto sorria para Carol. O abraço entre elas era reconfortante e cheio de promessas silenciosas.
Na delegacia, Josy estava em sua mesa conversando com Felipe. O clima era tenso e a conversa tomava rumos inesperados.
"Isso não é estranho? A irmã do Deivid desapareceu da internet há dois anos e é no mesmo momento em que Rosa aparece," indagou Josy confusa enquanto analisava as informações em seu computador.
"Você acha que são as mesmas pessoas?" perguntou Felipe, levantando uma sobrancelha cética.
"Isso mesmo; Rosa e a hacker são as mesmas pessoas," afirmou Josy convicta, sua determinação crescendo à medida que suas suspeitas se consolidavam.
"É difícil acreditar que Rosa possa ter feito isso, mas não posso descartar a possibilidade," ponderou Felipe enquanto olhava para os arquivos espalhados na mesa.
"A hacker deixou seu DNA armazenado; preciso do DNA de Rosa para comprovar que as duas são as mesmas pessoas," concluiu Josy com uma confiança renovada. A ideia fervilhava em sua mente como uma chama acesa: ela estava determinada a descobrir a verdade e sabia que conseguir um DNA de Rosa seria crucial para desvendar essa trama complexa.
Josy sorriu ao imaginar os passos futuros enquanto pensava nas possibilidades do desenrolar do caso. Ela estava prestes a jogar suas cartas e nada poderia detê-la agora.

VOCÊ ESTÁ LENDO
caminhos que se cruzam
FanficEm um dia agitado na delegacia, a policial Carol Gattaz busca uma pausa para o almoço e acaba se deparando com Rosamaria, uma jovem ansiosa por uma oportunidade de trabalho em um pequeno restaurante. Enquanto tentam lidar com suas frustrações e inse...