Capítulo 8: O Passado que assombra

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Enquanto a noite se aprofundava, a atmosfera na sala estava carregada. Klaus estava ao meu lado, perdido na contemplação do fogo crepitante da lareira. Eu sabia que era hora de falar sobre meu passado, mas o medo me paralisava. A presença dele era reconfortante, mas também me lembrava de tudo que eu havia sofrido.

— Klaus — comecei, a voz tremendo. Ele virou-se para mim, seus olhos refletindo uma preocupação intensa.

— O que foi? — perguntou ele, um fio de tensão na sua voz.

Fechei os olhos, tentando reunir coragem. Mas as palavras pareciam presas na minha garganta. Respirei fundo.

— Você se lembra do que me contou sobre seu pai? — perguntei, hesitando.

Ele se endireitou, uma sombra passando por seu rosto. — Sim, ele me batia... me fazia sentir insignificante. Mas isso é passado. Por que você pergunta?

A tensão aumentou. Sabia que essa conversa seria difícil, mas não conseguia recuar. — Eu… eu preciso te contar sobre meu padrasto.

Klaus se inclinou, a expressão mudando para uma curiosidade inquieta. — Estou ouvindo.

— Ele era um homem muito mal — finalmente consegui dizer, mas as palavras falharam ao tentar continuar. Olhei para baixo, lágrimas começando a escorregar pelo meu rosto. — Desde que minha mãe se casou com ele...

Klaus estava em silêncio, seus olhos se estreitando. — Ele te machucou, não é? — A afirmação era uma lâmina afiada cortando o ar.

— Sim — consegui sussurrar. — Fisicamente e emocionalmente. Eu me sentia presa, como se estivesse em uma prisão sem saída.

A expressão de Klaus se transformou em fúria. Ele se levantou abruptamente, seu corpo tenso. — Como alguém pode fazer isso? — gritou, sua voz ecoando na sala. — Eu não posso acreditar que um filho de uma mãe ainda respira!

Senti um frio na espinha. — Klaus, por favor...

— Não! — ele interrompeu, a indignação transbordando. — Não posso ficar calado sabendo que você passou por isso! Você deveria ter me contado antes!

— Eu sei, eu sei… — disse, tentando acalmá-lo, mas as lágrimas continuavam a escorregar. — Mas ele... ele tinha prazer em me machucar. Eu me sentia insignificante, como se nada importasse.

Klaus começou a andar de um lado para o outro, sua raiva apenas se intensificando. — Ninguém deveria passar por isso! Eu vou fazer o que for preciso para garantir que ele nunca mais possa te tocar!

— Klaus, não! Você não precisa se colocar em perigo por minha causa! — tentei argumentar, mas ele balançou a cabeça, determinado.

— Não é só sua causa! É nossa! Você é importante para mim, e eu não posso ficar parado sabendo que alguém te fez mal assim! — sua voz era um sussurro carregado de emoção, mas também de fúria.

— E se ele tentar se vingar? — perguntei, o medo crescendo dentro de mim. — Você tem ideia do tipo de pessoa que ele é?

Klaus parou, respirando fundo, os olhos ardendo. — Se ele tentar alguma coisa… eu não vou hesitar em defendê-la. Ninguém deve tocar em você novamente!

As palavras dele me aterrorizavam e ao mesmo tempo me davam uma segurança estranha. — Klaus… eu só quero seguir em frente. Não quero mais viver com medo dele.

Ele se inclinou para mais perto, o olhar fixo no meu. — Entendo isso, mas enfrentar esse passado é parte do processo de libertação. Você merece ser livre e feliz.

As lágrimas escorriam livremente enquanto eu lutava contra o nó na garganta. — Eu só quero ser livre disso...

Klaus acariciou meu rosto com uma mistura de suavidade e firmeza. — Você é incrivelmente corajosa por querer enfrentar isso. Ninguém deve carregar esse fardo sozinha.

Eu olhei para ele, um misto de gratidão e dor em meu olhar. — E se eu não conseguir? E se tudo isso for demais para mim?

Ele afastou algumas mechas do meu cabelo, seu toque era gentil, mas sua expressão era séria. — Você já deu o primeiro passo só por estar aqui e compartilhar isso comigo. Eu estarei ao seu lado em cada passo desse caminho; você não está sozinha nisso.

O alívio começou a preencher meu coração. A sensação de estar vulnerável diante dele era aterrorizante, mas também libertadora.

— Obrigada por estar aqui comigo… mesmo quando tudo parece tão sombrio — murmurei entre os soluços.

Ele sorriu levemente, embora a sombra da raiva ainda estivesse presente. — Sempre estarei aqui por você, e vou garantir que seu passado não defina seu futuro; nunca mais!

A noite avançava enquanto compartilhávamos histórias e planos para o futuro; cada palavra fortalecendo nossos laços. Estava pronta para lutar pela minha liberdade e pela vida que merecia viver, sabendo que Klaus estava ao meu lado.

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• Não gostei muito... Mas espero que tenham gostado!! <3

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Sangue Salvatore -Klaus MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora