𝗔𝗡𝗔 𝗖𝗟𝗔𝗥𝗔 𝗕𝗔𝗦𝗧𝗢𝗦 𝗟𝗔𝗦𝗠𝗔𝗥 é tudo o que 𝗍𝗈𝖽a mãe sempre temeu: uma garota desapegada e que vive intensamente cada noite como se fosse a última. Nascida em um berço de ouro, ela carrega o sobrenome Lasmar com o peso de expectativa...
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CAPÍTULO 8 — ANA CLARA BASTOS
𝗢 𝗦𝗜𝗟𝗘̂𝗡𝗖𝗜𝗢 𝗡𝗢 𝗖𝗔𝗥𝗥𝗢 𝗘𝗥𝗔 𝗤𝗨𝗔𝗦𝗘 ensurdecedor, mas ao mesmo tempo, Guilherme parecia não se incomodar nem um pouco. Ele estava dirigindo calmamente, enquanto eu encarava a paisagem pela janela, fingindo que ele não existia.
—— Vai ficar muda até quando? ——— finalmente quebrou o silêncio.
—— Até você desistir de tentar conversar comigo. ——— respondi, sem nem me dar ao trabalho de olhar pra ele.
—— Você sabe que isso só me dá mais vontade de te irritar, né? ——— o tom de voz dele era leve e sua expressão carregava aquele maldito sorriso escondido, que eu conhecia bem demais.
Soltei um suspiro irritado, me afundando no banco e tentando ignorar o fato de que ele estava claramente se divertindo com a situação.
—— Não 'tô afim, Guilherme. ——— murmurei, tentando encerrar a conversa antes que ela começasse.
—— Você nunca 'tá afim de nada. ——— ele comentou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo —— A vida assim deve ser bem chata, né?
Revirei os olhos, mas continuei em silêncio, contando mentalmente até dez pra não explodir.
—— 'Cê sabe que quanto mais quieta você fica, mais eu vou continuar falando, né?
De repente, ele virou o carro em uma rua vazia e estacionou, desligando o motor. Virei o rosto na direção dele, tentando entender o que ele estava fazendo.
—— Por que você desligou o carro? A gente vai morrer assaltado aqui. ——— falo, olhando ao redor.
—— Relaxa, Ana. Eu só queria trocar uma ideia com você. ——— se virou pra mim, ainda com aquele maldito sorrisinho que me fazia revirar o estômago.
—— Já trocamos 'ideia'. Agora podemos ir? ——— fiz aspas com as mãos.
—— Calma aí. Eu preciso da sua ajuda em uma coisa. ——— cruzou os braços.
