𝗔𝗡𝗔 𝗖𝗟𝗔𝗥𝗔 𝗕𝗔𝗦𝗧𝗢𝗦 𝗟𝗔𝗦𝗠𝗔𝗥 é tudo o que 𝗍𝗈𝖽a mãe sempre temeu: uma garota desapegada e que vive intensamente cada noite como se fosse a última. Nascida em um berço de ouro, ela carrega o sobrenome Lasmar com o peso de expectativa...
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𝖬𝖺𝗋𝖺𝗍𝗈𝗇𝖺 5/5
CAPÍTULO 21 — ANA CLARA
𝗢 𝗩𝗘𝗡𝗧𝗢 𝗙𝗥𝗜𝗢 𝗖𝗢𝗥𝗧𝗔𝗩𝗔 𝗠𝗜𝗡𝗛𝗔 𝗣𝗘𝗟𝗘 𝗘𝗡𝗤𝗨𝗔𝗡𝗧𝗢 𝗘𝗨 𝗧𝗘𝗡𝗧𝗔𝗩𝗔 me encolher dentro do meu casaco, observando a rua deserta. Já passavam alguns minutos desde o horário combinado, e Guilherme ainda não tinha dado as caras.
Típico.
Eu me perguntava quantas vezes ele já tinha me deixado esperando ao longo dessa "inimizade colorida".
Se é que dava pra chamar assim.
Mas essa era a primeira vez que ele me convidava pra algo fora das trocas rápidas no meio da semana. Como se fosse algo especial, talvez.
Cruzei os braços, pisando de leve no chão pra me aquecer. A rua vazia parecia zombar de mim, e eu amaldiçoava mentalmente cada segundo de atraso.
Sexta-feira à noite e estou aqui, congelando. Lindo.
Ia ligar mais uma vez pra ele, mas um barulho ecoou pela rua, tomando minha atenção. Era um ronco grave, engasgado, que eu não conseguia associar a um carro moderno.
E então vi a silhueta do veículo entrando na minha linha de visão. Meus olhos se arregalaram, e meu queixo caiu, surpresa e confusa ao ver um Fusca vermelho, impecável, estacionar na minha frente.
Eu sabia que Guilherme gostava de carros antigos, ele já tinha comentado uma vez ou outra. Mas eu jamais imaginaria que ele fosse aparecer com um Fusca.
No mínimo inesperado, no máximo fofo.
O lateral saiu do carro com um sorriso insolente e confiante, o que só fazia aquele contraste ficar ainda mais evidente. Ele caminhou até mim e, sem pedir licença, segurou meu rosto com as duas mãos, deixando uma sequência de selinhos leves nos meus lábios.
—— 'Tá linda. —— disse, num tom que parecia quase casual, mas com uma sinceridade que deixava minha mente em parafuso.
Eu semicerrei os olhos, meio em dúvida, meio provocativa.
