CAPÍTULO 7 — ANA CLARA BASTOS
𝗔 𝗠𝗔𝗡𝗛𝗔̃ 𝗝𝗔́ 𝗛𝗔𝗩𝗜𝗔 𝗖𝗢𝗠𝗘𝗖̧𝗔𝗗𝗢 𝗘𝗦𝗧𝗥𝗔𝗡𝗛𝗔 e eu deveria ter desconfiado desde o momento em que coloquei o pé fora da cama. Definitivamente não era meu dia.
Já entrei na sala mais cedo com a cabeça abarrotada de pensamentos sobre tudo que tinha acontecido nos últimos dias, desde o meu primeiro dia no estágio até as noites mal dormidas por conta da faculdade. Não tive um segundo de paz nesse lugar hoje.
E, pra coroar esse belo inferno astral, na última aula do dia fui recebida com uma surpresa que parecia ter sido desenhada especialmente pra me destruir: uma prova surpresa da matéria mais difícil do curso.
O nome "Estruturas e Processos de Produção Textil" já me causava arrepios só de ouvir. Era uma das disciplinas que, desde o começo, sabia que ia me dar dor de cabeça. Envolvia uma quantidade absurda de informações técnicas sobre tecidos, tramas, maquinário e processos industriais que por mais que eu tentasse decorar, parecia que nada daquilo se fixava de verdade na minha mente. Eu sempre gostei da parte criativa, da modelagem, da construção estética, mas a técnica era o que sempre me humilhava.
Sentei na cadeira e olhei pra folha à minha frente com a sensação de que todo o conteúdo que estudei havia evaporado como fumaça. Cada linha parecia uma sentença de morte, e eu sentia as minhas mãos começarem a tremer. Como eu poderia lembrar qual era a diferença exata entre os tipos de acabamentos de tecidos ou os procedimentos de fiação de fibras sintéticas? Aquilo não era minha praia. Eu estava ali pra criar, desenhar, montar coleções. Tudo o que eu queria naquele momento era correr pra longe daquela sala de aula e da maldita prova que me encarava de volta com perguntas que pareciam saídas de um pesadelo.
—— Não é possível. Essa mulher 'tá doida? ——— murmuro exasperada para Carolina.
—— Só pode. ——— responde baixinho, claramente tão perdida quanto eu —— Não tem a menor condição de alguém lembrar essas coisas do nada.
—— Isso é tortura psicológica. Aposto que ela tirou essa ideia de dentro... Não vou nem falar de onde. ——— digo, enquanto tento decifrar a próxima pergunta. É algo sobre a diferença entre fibra natural e sintética e os processos industriais de cada uma. Minha mente só vê um vazio imenso —— Eu juro que se eu conseguir sair viva daqui, nunca mais reclamo de outra matéria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐂𝐀𝐎𝐒 𝐏𝐄𝐑𝐅𝐄𝐈𝐓𝐎 | 𝖦𝗎𝗂𝗅𝗁𝖾𝗋𝗆𝖾 𝖠𝗋𝖺𝗇𝖺
Fanfic𝗔𝗡𝗔 𝗖𝗟𝗔𝗥𝗔 𝗕𝗔𝗦𝗧𝗢𝗦 𝗟𝗔𝗦𝗠𝗔𝗥 é tudo o que 𝗍𝗈𝖽a mãe sempre temeu: uma garota desapegada e que vive intensamente cada noite como se fosse a última. Nascida em um berço de ouro, ela carrega o sobrenome Lasmar com o peso de expectativa...