𝗔𝗡𝗔 𝗖𝗟𝗔𝗥𝗔 𝗕𝗔𝗦𝗧𝗢𝗦 𝗟𝗔𝗦𝗠𝗔𝗥 é tudo o que 𝗍𝗈𝖽a mãe sempre temeu: uma garota desapegada e que vive intensamente cada noite como se fosse a última. Nascida em um berço de ouro, ela carrega o sobrenome Lasmar com o peso de expectativa...
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CAPÍTULO 31 — ANA CLARA
𝗔𝗖𝗢𝗥𝗗𝗘𝗜 𝗖𝗢𝗠 𝗨𝗠𝗔 𝗟𝗘𝗩𝗘 𝗧𝗨𝗥𝗕𝗨𝗟𝗘̂𝗡𝗖𝗜𝗔, 𝗔𝗤𝗨𝗘𝗟𝗔 𝗦𝗘𝗡𝗦𝗔𝗖̧𝗔̃𝗢 de estar flutuando entre o sono e a realidade. Pisquei algumas vezes, ajustando a visão. Minha cabeça estava encostada no ombro de Guilherme, e só percebi isso quando senti o calor do toque dele. Olhei pra baixo, notando nossas mãos ainda entrelaçadas. Era um gesto natural, quase íntimo demais para o momento, mas que fez meu coração acelerar.
Ergui os olhos e vi que a cabeça dele estava descansando levemente sobre a minha. Guilherme estava dormindo profundamente, o rosto relaxado e os traços suavizados pela tranquilidade.
—— Tão lindo... —— admiti em um sussurro pra mim mesma, um sorriso escapando sem que eu pudesse evitar.
Eu podia sentir a respiração ritmada dele, e algo naquele instante me fez esquecer de tudo: do caos, das dúvidas, até mesmo do mundo lá fora.
Pensando nisso, desviei o olhar rapidamente para a janela. Já era noite, e tudo do lado de fora era um vasto mar de escuridão. Pequenos pontos de luz piscavam aqui e ali, provavelmente cidades distantes, e por um instante, aquela visão me trouxe uma paz inexplicável. Talvez fosse o ambiente fechado, o silêncio da cabine ou a presença dele ali, mas algo me fazia querer congelar aquele momento.
Me virei novamente pra ele, observando a expressão tranquila em seu rosto.
‘Guilherme era bonito até dormindo.’
Aquele pensamento me arrancou um sorriso bobo.
Carolina apareceu no corredor, vindo do fundo do avião. Provavelmente voltava do banheiro. Ao me notar, ergueu uma sobrancelha, curiosa, e eu gesticulei rapidamente, apontando pra trás. Ela fez um sinal de entendido e continuou caminhando, para o lado oposto dessa vez.
