CAPÍTULO 16 — GUILHERME ARANA
𝗠𝗘 𝗦𝗘𝗡𝗧𝗘𝗜 𝗡𝗢 𝗕𝗔𝗡𝗖𝗢 𝗗𝗢 𝗩𝗘𝗦𝗧𝗜𝗔́𝗥𝗜𝗢, 𝗢 𝗔𝗠𝗕𝗜𝗘𝗡𝗧𝗘 frio e silencioso contrastando com o incêndio que queimava dentro de mim. Apertei os punhos, a raiva subindo em ondas pelo corpo enquanto tentava encontrar algum resquício de calma. Não adiantava. Nem respirar fundo estava ajudando.
Aquela garota não tinha noção, não tinha limites. Ana Clara era o caos encarnado. Impulsiva, cheia de atitudes inconsequentes, se achava dona do próprio mundo. E eu? Eu, de todas as pessoas, era quem acabava na linha de frente, aguentando as consequências dos atos dela. Ela sabia exatamente o que fazia, e fazia sem pensar em ninguém além dela mesma. Parece que a maturidade simplesmente não faz parte do vocabulário dela.
Mas não era só a raiva que me consumia. Era uma sensação que eu detestava admitir, mas que vinha com força sempre que ela aprontava: ciúmes.
Eu podia até fingir que era raiva, que tudo se resumia à frustração com as infantilidades dela, mas, no fundo, eu sabia que era mais do que isso. Era o fato de que eu não suportava ver ela se jogando no mundo sem pensar nas consequências.
Ela era imatura, irritante, e me fazia questionar a sanidade toda vez que eu estava perto. Mas, de algum jeito, eu continuava preso ali. Preso nela. E, quanto mais eu tentava entender, mais eu me via enredado, totalmente rendido a cada olhar, a cada sorriso que ela lançava como se soubesse exatamente o poder que tinha sobre mim.
Já tinham se passado duas semanas desde a última conversa que tivemos naquele corredor, e desde então nada. A garota simplesmente desapareceu. Não respondia, não dava sinal de vida.
Claro, isso me deixava maluco.
Mandava mensagem e, na maioria das vezes, era ignorado; quando ela respondia, era só pra xingar. Essa frieza, essa indiferença me tiravam do sério. Crescia em mim a vontade de ir até ela, resolver tudo, colocar as cartas na mesa.
Mas me recusei. Gastar gasolina do meu carro com a Ana? Não mesmo.
O som de passos me fez levantar o olhar. Rubens entrou no vestiário, caminhando até se sentar de frente pra mim, sem dizer uma palavra.
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𝐂𝐀𝐎𝐒 𝐏𝐄𝐑𝐅𝐄𝐈𝐓𝐎 | 𝖦𝗎𝗂𝗅𝗁𝖾𝗋𝗆𝖾 𝖠𝗋𝖺𝗇𝖺
Fanfiction𝗔𝗡𝗔 𝗖𝗟𝗔𝗥𝗔 𝗕𝗔𝗦𝗧𝗢𝗦 𝗟𝗔𝗦𝗠𝗔𝗥 é tudo o que 𝗍𝗈𝖽a mãe sempre temeu: uma garota desapegada e que vive intensamente cada noite como se fosse a última. Nascida em um berço de ouro, ela carrega o sobrenome Lasmar com o peso de expectativa...