Angel | Blood Lineage

♧ | 10.

Bad Guy - Billie Eilish

ANGELINE KEENAN

Hoje era o dia do baile beneficente, e eu estava um pouco nervosa. No momento, encontrava-me na casa dos Campbell's, me arrumando junto com Lissa. Escolhi um vestido azul claro, como o oceano, com detalhes em azul-marinho.

Minha máscara combinava com o vestido, e os sapatos lembravam aqueles de cristal, como os da Cinderela. Eu realmente parecia uma princesa.

Bernardo vestia um terno combinando com meu vestido, e sua máscara, semelhante à minha, diferia apenas em alguns detalhes — como uma pluma, que dava um toque de charme.

Terminei minha maquiagem com mais uma camada de rímel. Os olhos estavam brilhantes, com um esfumado azul delicado e um delineado marrom, que deu um toque suave ao visual. Meu cabelo estava extremamente liso graças à chapinha, e Lissa coroou o look ao colocar uma pequena tiara em minha cabeça. Ela me ajudou a vestir o longo vestido, e, em seguida, fiz o mesmo por ela.

Quando terminamos, descemos para o andar de baixo, adiantadas para não fazer os meninos esperar. Nem podíamos nos sentar por conta do volume dos vestidos. Pouco depois, eles também desceram.

— Olha só, as princesas ficaram prontas antes — disse Pietro ao nos ver na sala principal. — Estão lindas, dignas da realeza.

— Obrigada, meu amor — Lissa agradeceu com um sorriso.

Bernardo se aproximou de mim e me elogiou, girando-me para admirar o vestido. Agradeci o elogio, e logo Lissa sugeriu que seguíssemos para o hotel onde aconteceria o baile. Pietro havia fechado o local exclusivamente para o evento beneficente, e estávamos a caminho.

Ao chegarmos, fomos recebidos pela equipe contratada, que nos mostrou o salão. Estava tudo impecável, cada detalhe cuidadosamente pensado. Era o evento mais bem elaborado até agora, quase perfeito demais. Pietro estava sorrindo até para as paredes, mas algo me incomodava. A volta de Pietro, esse baile, toda essa grandiosidade... e a lista de convidados estava enorme.

Disse a eles que precisava ir ao banheiro, e, com dificuldade, alcancei meu celular, que estava preso em uma faixa na minha coxa, junto com uma arma. Procurei o contato de Alan e liguei para ele, esperando que atendesse.

— Oi, gata.

— Preciso que faça algo para mim.

— Diga.

— Quero que fique de olho nas câmeras do The Hotel Beverly.

— Ok... Consegui acesso. Não estou te vendo.

— Estou no banheiro.

— Tá explicado. Tem câmera pra caralho aqui.

— Deixe todas ligadas e fique atento.

— Tá desconfiando de algo?

— Alguma coisa está fora do normal. Preciso que alguém da equipe me traga um fone comunicador e uma das minhas facas. Vou esconder no espartilho.

— Vou falar com Ryan. Tem uma entrada nos fundos da cozinha, onde jogam o lixo. Em vinte minutos, esteja lá.

— Obrigada, Alan.

...

Eu caminhava em direção à cozinha do restaurante principal, avisei a Lissa que iria conferir o cardápio, para garantir que tudo estivesse certo. Ao entrar, vi lixo espalhado no chão. Passei pelos cozinheiros e auxiliares, cheirando o ar.