Angel | Blood Lineage

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ANGELINE KEENAN

NOVE ANOS ATRÁS.

Meses após aquele momento no galpão, estou aqui, oficialmente como chefe. O peso do título ainda me parece surreal, como se não houvesse caído completamente sobre meus ombros. Em frente ao casarão, observo o grupo reunido. Todos me olham com expectativa, e Adam, ao meu lado, tem um sorriso discreto no rosto, o que me dá uma ponta de tranquilidade.

— Bom, vamos direto ao ponto. — Minha voz soa firme, embora meu coração acelere. — A partir de hoje, sou a nova chefe de vocês. Sei que todos já sabem disso, mas preciso que entendam o que isso realmente significa. Estou aqui para liderar, mas não farei isso sozinha. — Encaro cada um deles, tentando transmitir confiança. — Somos uma equipe, e isso não vai mudar.

O silêncio que segue parece ser de aceitação. Alguns acenam com a cabeça, outros cruzam os braços, talvez testando minha autoridade.

— Agora, todos seguirão minhas ordens. O primeiro passo é garantir que estejam prontos para o que está por vir. A vida não será mais fácil, muito pelo contrário. — Pauso, sentindo a adrenalina misturada ao peso da responsabilidade. — As coisas vão se complicar, mas agora estamos prontos.

Bryan, sempre o primeiro a falar, cruza os braços e se inclina para frente.

— E o que exatamente está por vir, chefinha?

Sorrio de lado, sem me intimidar.

— Vamos começar com algo grande. Algo que trará muita atenção. E vocês sabem, atenção pode ser boa ou ruim, depende de como agiremos. — Encaro Bryan diretamente. — E espero que todos sigam à risca o que eu disser. Não há espaço para erros.

Bryan dá uma risada curta e assente.

— Justo.

Olho para Ryan e Nick, calados até então, mas atentos.

— Vocês dois, vão cuidar da equipe de infiltração. Quero relatórios detalhados de cada movimento.

— Sim, senhora. — Nick responde com um sorriso de canto, gostando da minha nova postura.

Ryan só acena, mas vejo que presta atenção em cada palavra.

— Adam, você vai estar comigo na execução. — Digo, virando-me para ele. Adam já sabia disso, mas ainda assim, lança-me um olhar de aprovação, como se entendesse o que está por vir.

— Estou contigo, chefe. — Ele diz com aquela confiança tranquila que sempre teve.

— Chega de enrolação. — Falo mais alto, olhando para todos novamente. — Quero todo mundo preparado. Hoje à noite, iniciamos os preparativos para o nosso maior golpe até agora. Lembrem-se: somos uma família, e ninguém fica para trás. Mas a partir de agora, erros custam caro. Não vamos dar margem para falhas. Entendido?

— Sim, chefe! — Todos respondem em uníssono, e dessa vez sinto o peso do comando. Não é o peso esmagador que senti antes. Agora, é um fardo que carrego com orgulho. Porque, finalmente, sou quem deveria ser.

...

Mais tarde, já à noite, estou no escritório do casarão, com papéis e mapas espalhados pela mesa. O silêncio é interrompido por uma batida na porta.