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Run Boy Run - Woodkid

ADAM HASEA

A escuridão da floresta se fechava ao nosso redor enquanto corríamos, os galhos secos estalando sob nossos pés. A adrenalina bombardeava meu corpo, cada batida do meu coração ecoava em minha mente como um aviso de que o tempo estava se esgotando. Angeline precisava de nós.

— Vamos seguir as pegadas — sugeri, tentando manter a voz firme. Ryan concordou e nos concentramos nas marcas na terra. A cada passo, minha ansiedade aumentava. O que eles poderiam estar fazendo com ela?

Nos movíamos cautelosamente, prestando atenção em cada som ao nosso redor. O silêncio da floresta era ensurdecedor, quebrado apenas pelo som da nossa respiração ofegante e os pássaros que começavam a despertar com a chegada do amanhecer. O clima estava tenso, e a escuridão parecia esconder perigos à espreita.

— Olha! — Ryan disse, parando abruptamente e me puxando para o lado. Ele apontou para uma árvore próxima. Havia marcas na casca, como se alguém tivesse se apoiado ali. O cheiro de gasolina ainda estava no ar.

— Eles devem ter um carro escondido por aqui — respondi, analisando a área. — Se conseguimos encontrar o veículo, podemos seguir as pistas.

Nos movemos com cautela, verificando o entorno. Meu olhar percorreu cada canto da floresta até que algo brilhou em meio à vegetação. Uma luz fraca e intermitente saía de trás de uma grande árvore caída.

— Vem, Ryan! — chamei, correndo em direção à luz. Chegamos a uma clareira onde um carro estava parcialmente escondido por arbustos. O motor estava funcionando, e a luz estava acesa. A tensão aumentou.

— Devemos nos aproximar com cuidado — Ryan sussurrou, enquanto nos escondíamos atrás de uma árvore. A visão do carro me deixou em estado de alerta. Precisávamos saber quem estava lá dentro e, se possível, tirar Angeline antes que fosse tarde demais.

Fiquei observando o carro, tentando ver se havia alguém lá dentro. Depois de alguns segundos que pareceram uma eternidade, vi uma sombra se mover dentro do veículo.

— Tem alguém lá — murmurei, sem tirar os olhos do carro. Ryan assentiu, sua expressão tensa.

— Vamos nos dividir. Eu vou por trás e você pela lateral. Se eu conseguir, vou distraí-los, e você tenta entrar e ver se a Angeline está lá — ele sugeriu, sua voz firme.

— Não! — respondi rapidamente, minha voz carregada de preocupação. — Não podemos arriscar. Devemos ir juntos. É muito perigoso.

Ryan hesitou, mas finalmente concordou. — Certo, juntos então. Mas precisamos ser rápidos.

Com cuidado, nos movemos para o lado do carro, cada passo medido e silencioso. O motor do carro zumbia suavemente, e a luz interna iluminava parcialmente o rosto de um homem que estava no banco do motorista. Ele parecia estar falando ao celular, completamente alheio à nossa presença.

A adrenalina subiu ainda mais quando a porta do carro se abriu e uma figura se aproximou do homem. Era Zayn. Eu o reconheci imediatamente, e meu coração disparou.

— O que ele está fazendo aqui? — Ryan sussurrou, sua voz carregada de incredulidade.

— Não sei, mas precisamos agir agora. — A raiva e o desespero me impulsionaram a me mover.

Angel | Blood LineageOnde histórias criam vida. Descubra agora