Angel | Blood Lineage

♧ | 14.

Dark Paradise - Lana Del Rey

ANGELINE KEENAN

Nos abaixamos entre as plantas e árvores ao redor da casa e seguimos de volta para nossa casa de praia. Fizemos um sinal para Ryan, que retornou assim que o viu.

— Estão procurando por mim — disse, abrindo a porta para Ryan entrar e trancando-a logo em seguida.

— Mas por que estariam te procurando? Será que sabem que estamos aqui?! — perguntou Ryan, enquanto minhas mãos começavam a tremer de nervosismo. Droga de ansiedade.

— Eu não sei, porra! Que merda, isso não devia estar acontecendo!

— Angeline, calma. Ficar nervosa só vai piorar as coisas — disse Adam, me puxando para sentar no sofá.

— Eu não sei o que pensar, o que fazer... por que tudo isso está acontecendo?!

Senti que uma crise estava prestes a começar, mas não de ansiedade, e sim de raiva. A vontade de pegar uma arma e descarregar munição naquela casa era quase incontrolável. Adam me entregou um copo de água, e eu o bebi de uma vez, tentando manter a calma. Respirei fundo, peguei o notebook com as mãos ainda trêmulas e me sentei no chão, de frente para a mesinha de centro, colocando o notebook sobre ela e começando a digitar.

— O que você está fazendo? — Ryan perguntou, confuso.

— Hackeando as câmeras da casa deles. Ou pelo menos tentando... — respondi, digitando o mais rápido que conseguia.

— Onde aprendeu a fazer isso? — Ryan perguntou, surpreso. Lancei um olhar entediado, e ele logo entendeu. — Ah, claro, Alan.

— Quase lá... — Eu dei um pulo quando o hackeamento foi concluído e comemorei. — Isso! Me lembrem de dizer ao Alan que eu o amo!

Ri, e os dois me acompanharam com risadas. Voltei a me sentar no chão e comecei a examinar as câmeras. Eles ainda estavam na sala, com alguns papéis sobre uma mesa de madeira. Tentei aproximar o máximo possível a imagem, mas ela ficou embaçada.

— O que são esses papéis? — Adam se sentou ao meu lado.

— Não sei... Talvez algum tipo de plano.

Enquanto ajustava a imagem, algo familiar chamou minha atenção. Havia uma pessoa ao fundo, parcialmente oculta pela sombra. Meus olhos se estreitaram enquanto eu focava melhor a câmera.

— Espera aí... Aquele ali... é o Zayn? — murmurei, quase sem acreditar no que via.

Adam se inclinou ao meu lado, os olhos arregalados.

— Não pode ser... Zayn morreu quando escapou da cabana! Nós vimos o corpo dele na árvore!

— Eu sei o que vi! — respondi, tentando processar a situação. — Mas aquele é ele... com certeza.

Ryan se aproximou rapidamente, tentando ver a tela.

— Se isso é verdade, então tem algo muito errado acontecendo. O que ele está fazendo ali?

Me afastei um pouco da tela, tentando respirar. Zayn, o novato da nossa equipe, que todos acreditavam estar morto, estava ali, vivo. E trabalhando com nossos inimigos? Isso não fazia sentido.

— Eles nos enganaram. — Adam sussurrou, ainda chocado. — Zayn não só está vivo, como está envolvido nisso. Ele deve ter traído a equipe desde o início.

Eu sentia uma mistura de choque, raiva e traição. As perguntas começaram a inundar minha mente. Por que Zayn faria isso? Ele estava trabalhando para eles o tempo todo? Ou foi coagido?