Karliene De Alba
Sentei na beira de um rio no meio da mata por onde eu costumava perambular e estava distraída quando de repente ouvi o barulho das águas se agitarem, levantei e logo vi uma serpente negra gigantesca colocando a cabeça para fora da água:
— Maria! Quanto tempo! Por onde andou? — falei ao reconhecer minha amiga.
Na mesma hora Maria deixou sua forma de serpente aquática e saiu da água exibindo seu belo corpo de mulher indígena de pele morena e cabelos pretos lisos na altura da cintura.
— Estava por outras águas procurando alguns homens gostosos para devorar. — ela disse passando a língua pelos lábios com olhar malicioso. — E quanto a você? Ainda frequentando as aulas naquela escola?
Aquilo era bem óbvio já que minha bolsa com livros e cadernos estava jogada aos pés de uma árvore ali perto.
— Sim.
— E conseguiu matar o seu tédio? — Maria perguntou sorrindo com um certo ar de deboche.
— Na verdade em breve vou conseguir matar. Achei um brinquedo perfeito e sinto que logo ele vai estar bem aqui na minha mão. — falei com os olhos brilhando ao lembrar do meu vampirinho.
— Como ele é? — ela perguntou curiosa.
— Um lindo vampiro com cara de bebê com quem pretendo me divertir muito e fazer dele meu. — contei.
— Ecaaa, você tem um péssimo gosto. — disse Maria.
Com ela eu podia estar segura e contar meu segredinho porque Frederico não era o tipo dela, Maria curtia mais os homens feitos e do tipo másculo que a maioria das mulheres achava gatos.
— Eu tenho um gosto mais refinado. — retruquei.
De repente ouvi um chamado na entrada da mata, alguém estava me invocando e para a minha felicidade era a voz do meu bebê:
"Karliene! Apareça! Karliene!"
— Por falar nele, veio mais rápido do que eu esperava. — falei com satisfação e sai dali para ir ao encontro de meu querido Frederico.
Ele estava sozinho na entrada da mata vestido com seu habitual jeans surrado que ele costumava usar na escola, uma camisa xadrez verde que não combinava nada com ele e tênis desbotados, mas ainda assim era lindo.
Abri um sorriso de felicidade tão logo o vi e me aproximei:
— Oi bebê! Que bom que você veio! Em que posso te ajudar? — perguntei com uma voz um tanto infantil.
— É bom ver você de novo também Karliene, fiquei com medo que não me ouvisse. Olha, é que eu pensei melhor e gostaria de conversar com você no Club Fangs. — ele disse.
— Claro, mas primeiro precisamos dar um UP no visual. — falei enquanto toquei a camisa xadrez e a transformei em uma linda camisa em estilo vitoriano com um colete por cima dando um ar de elegância e em seguida fiz o mesmo com a calça e os tênis desbotados que viraram um lustroso par de sapatos sociais.
— Uau! como você fez isso? — Frederico perguntou admirado.
— É apenas glamoury, mas só irá durar 24 horas. A camisa ainda é a mesma camisa xadrez, mas o glamoury a faz parecer diferente. Magia feerica, somos especialistas nisso. — expliquei.
Estalei os dedos e modifiquei minha própria aparência também escondendo os chifres, embora eu gostasse deles porque me mostrar como uma Glaistig fazia com que as pessoas me respeitassem, queria estar com a aparência apropriada para um encontro, ainda que Frederico não soubesse que seria assim. Transformei meu cascos em pés humanos dentro de uma sandália. Moldei meu vestido comprido amarelo para que parecesse um sensual vestido preto colado ao corpo criado de propósito para que eu ficasse irresistível aos olhos do meu bebê.
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Princesa de Lua
WerewolfLiana era apenas uma loba excluída na misteriosa Academia Fae, um colégio onde estudavam criaturas que de dia se pareciam com seres humanos normais mas a noite se transformavam em lobos, fae ou vampiros. Aquele era seu último ano onde a esperança de...