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Capítulo 6: Brigas / Expulsão de Casa

Ponto de Vista: Alora

Senti meu coração disparar enquanto observava os rostos de Dante e Damon. A mistura de preocupação e felicidade em seus olhares era palpável, mas também me deixava nervosa. A revelação de que estava grávida ainda era recente, e a ideia de contar a meu pai sobre a situação era aterrorizante.

Dante, que parecia tão confiante, olhou para mim, seu olhar se tornando mais sério. — Já contou para seu pai?

— Ainda não, mas vou contar quando chegar — eu disse, tentando manter a voz firme, mas a verdade era que a ideia de enfrentar meu pai me deixava paralisada. Ele era um homem autoritário e tradicional, e a perspectiva de decepcioná-lo me fazia tremer.

Damon, sempre o protetor, aproximou-se e colocou uma mão reconfortante em meu ombro. — Vamos com você, — ele e Dante disseram em uníssono. A ideia de não enfrentar isso sozinha me deu um leve alívio, mas a ansiedade ainda permanecia.

Flashback: Recordei a última vez que meu pai me olhou com desapontamento, a sensação de inadequação inundando meu ser. Ele sempre esperou que eu seguisse seus passos, mas agora tudo estava prestes a mudar.

Os três nos dirigimos para a casa do meu pai, e a tensão no ar era quase palpável. À medida que nos aproximávamos, minha respiração se tornava mais rápida e irregular.

Quando chegamos à porta, a imagem do meu pai me recebeu com um semblante sério.

— O que vocês estão fazendo aqui? — ele perguntou, um toque de desconfiança em sua voz. Eu sabia que ele não gostava de surpresas, e essa seria a maior de todas.

Dante e Damon trocaram um olhar cúmplice, e eu respirei fundo, tentando reunir a coragem necessária.

— Pai, eu preciso falar com você — comecei, a voz hesitante.

Meu pai me observou, a expressão de ceticismo se intensificando. — Sobre o quê?

As palavras se acumularam em minha garganta, mas sabia que não havia como voltar atrás. O momento havia chegado.

— Eu estou grávida — finalmente declarei, sentindo o peso da verdade escapar de meus lábios.

A reação foi instantânea. A expressão de meu pai se transformou em incredulidade, e a atmosfera na sala mudou.

— O que você disse? — sua voz era baixa, quase um rosnado.

— Estou grávida — repeti, minha voz tremendo.

A sala ficou em silêncio, e eu podia sentir a tensão elétrica entre nós. Ele olhou para Dante e Damon, uma mistura de raiva e confusão em seu olhar.

— Vocês dois! O que pensaram? — Ele se virou para eles, seu tom ácido. — Como puderam deixar isso acontecer?

Dante, sempre calmo e controlado, respondeu. — Alora é adulta e fez suas escolhas. Estamos aqui para apoiá-la, não para atacar.

O olhar de meu pai se tornou ameaçador. — Apoiar? É isso que você chama de apoio? Você está prestes a arruinar a vida da minha filha!

Senti meu estômago revirar. As palavras dele eram como facadas, cada uma mais dolorosa que a anterior.

— Pai, eu... — tentei intervir, mas ele não me deixou continuar.

— Você não entende o que está fazendo, Alora! Isso é inaceitável! — A raiva em sua voz se intensificou, e eu soube que as coisas estavam saindo do controle.

Foi nesse momento que tudo explodiu. A discussão escalou rapidamente, com meu pai me acusando de ser irresponsável e Dante e Damon defendendo minha escolha. A sala ficou repleta de gritos e palavras feridas.

— Você não pode ficar aqui! — meu pai finalmente gritou, seu rosto vermelho de fúria. — Se você está fazendo isso, então não é mais minha filha!

As palavras foram como um balde de água fria, e eu congelei, incapaz de acreditar no que havia acabado de ouvir. O impacto da expulsão me atingiu como uma onda, e lágrimas brotaram em meus olhos.

Damon e Dante me cercaram, suas expressões de preocupação e compaixão enquanto eu processava a traição emocional que acabara de sofrer.

— Vamos para casa — disse Damon, tomando minha mão e me puxando suavemente para fora da casa.

Enquanto deixávamos o lugar, meu coração se quebrava. Eu havia perdido meu lar, mas também ganhado algo novo: a liberdade de seguir meu próprio caminho, mesmo que estivesse repleto de desafios.

A noite estava escura, mas dentro de mim, havia uma centelha de esperança. Eu estava grávida, e mesmo que o futuro fosse incerto, eu tinha a força de Dante e Damon ao meu lado. E, de alguma forma, isso me fazia sentir que tudo ficaria bem.

Laços proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora