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Capítulo 7: Vulnerabilidade

Ponto de Vista: Alora

A manhã seguinte chegou envolta em uma névoa densa de confusão e medo. Eu me sentei à beira da cama, observando as paredes do quarto que eu compartilhava com Dante e Damon, refletindo sobre o que havia acontecido na noite anterior. A raiva do meu pai ainda ecoava em meus ouvidos, e a sensação de perda me consumia. Sentia-me vulnerável, como se estivesse despida diante de todos os meus medos e inseguranças.

O peso da gravidez pairava sobre mim, uma responsabilidade que parecia esmagadora. O futuro que eu havia sonhado estava se desintegrando diante dos meus olhos, e a única coisa que eu conseguia pensar era: e se eu não for uma boa mãe? O pensamento me paralisava, e a incerteza me deixava à beira das lágrimas.

Bati levemente na porta, sentindo o aperto no peito enquanto esperava pela resposta de Damon. Ele sempre fora o mais protetor dos dois, e eu precisava de seu conforto agora. Quando ele entrou, seu olhar se suavizou ao me ver.

— Alora, você está bem? — ele perguntou, a preocupação evidente em sua voz.

Inspirei profundamente, tentando controlar a tempestade de emoções que se agitava dentro de mim. — Estou apenas... pensando em tudo isso. Sobre o que aconteceu. Sobre o bebê.

Damon se aproximou e sentou-se ao meu lado. — Você não precisa carregar isso sozinha. Estamos aqui para te apoiar.

Senti uma lágrima escorregar pelo meu rosto, e eu rapidamente a limpei, envergonhada. — É que eu não sei se sou capaz de fazer isso. E se eu falhar? E se eu não for uma boa mãe?

Ele hesitou por um momento, então colocou a mão sobre meu ombro, oferecendo um toque reconfortante. — Ninguém nasce sabendo como ser pai ou mãe, Alora. É um aprendizado constante. E, se você sentir que não está pronta, nós estaremos aqui para te ajudar.

A sinceridade nas palavras dele tocou meu coração. Mas ainda havia uma parte de mim que duvidava. — E se seu pai não aceitar isso? E se ele continuar a me rejeitar?

Damon suspirou, sua expressão sombria. — O que meu pai pensa não define quem você é. Você é forte, Alora. Não deixe que os medos dos outros ditem sua vida.

Nessa hora, eu percebi que Damon também tinha suas vulnerabilidades. Ele sempre parecia tão forte, mas agora eu via a dor que ele escondia por trás de sua confiança. Um silêncio pairou entre nós, e então, com um olhar sério, ele continuou.

— Eu também tenho medos, você sabia? Às vezes, eu tenho medo de não ser o suficiente. De não estar à altura das expectativas. O que meu pai espera de mim. E eu só quero fazer as coisas certas.

Meu coração apertou ao ouvir isso. A força que sempre vi em Damon agora parecia um pouco mais humana, mais real. Todos nós carregávamos nossas inseguranças, e era um alívio saber que ele também lutava contra seus próprios demônios.

— É bom saber que não estou sozinha nessa — murmurei, sentindo a ligação entre nós se fortalecer.

Nesse momento, Dante entrou no quarto, e sua presença trouxe uma nova onda de emoção. Ele se sentou na beirada da cama, e eu pude ver a preocupação em seus olhos.

— O que está acontecendo aqui? — ele perguntou, e sua voz tinha uma suavidade que me fez relaxar um pouco.

— Estávamos apenas conversando sobre... sobre a gravidez — disse Damon, e eu pude perceber a tensão em Dante.

Ele me olhou, a intensidade de seu olhar me fazendo sentir exposta. — Você está bem, Alora? — A sinceridade de sua pergunta me tocou profundamente.

Olhei para eles, os dois homens que estavam agora tão entrelaçados na minha vida, e uma onda de emoção me atingiu. — Eu não sei se estou pronta para isso. Às vezes, sinto que estou me afundando em um mar de inseguranças.

Dante se aproximou, sua expressão se suavizando. — Todos nós sentimos isso. Não existe uma resposta certa ou um manual para isso. Mas estamos juntos nessa. Você tem a mim e ao Damon ao seu lado.

As palavras de Dante eram um bálsamo para minha alma, e eu me permiti relaxar um pouco. Eu tinha que me lembrar de que não estava sozinha. Juntos, nós podíamos enfrentar qualquer desafio que viesse em nosso caminho.

Damon me olhou, e havia uma determinação em seus olhos que me encorajou. — Precisamos ser honestos uns com os outros, Alora. Não podemos deixar que o medo nos separe.

Nesse momento, eu percebi que a vulnerabilidade não era um sinal de fraqueza, mas uma ponte para a força. Compartilhar meus medos com eles não os tornava mais fracos, mas sim mais conectados.

— Ok — disse, sentindo um novo sentido de esperança. — Vamos enfrentar isso juntos.

Dante sorriu, e eu vi a tensão em seu corpo se dissipar.

— Estamos aqui para você, sempre — disse ele, a promessa pairando no ar entre nós.

E, naquele instante, com as mãos deles nas minhas, eu sabia que, apesar de todas as incertezas, eu tinha o que precisava para seguir em frente. Nós enfrentaríamos o futuro juntos, como uma família, e nada poderia nos separar.

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