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Capítulo 14: Desafios Externos

Ponto de Vista: Alora

Os últimos dias no clube tinham sido cheios de alegria e renovação, mas um sentimento de inquietação começou a se instalar em mim. As mensagens e ligações que eu recebia de conhecidos e amigos me lembravam de que a vida lá fora continuava, e as opiniões sobre minha nova situação não eram tão favoráveis quanto eu gostaria.

Era uma manhã ensolarada quando decidi dar uma volta no centro da cidade. O clima estava perfeito, mas a atmosfera ao meu redor parecia pesada. Enquanto caminhava, percebi olhares curiosos e murmúrios entre os frequentadores das lojas e cafés. O que antes era uma rotina simples agora se transformava em um campo de batalha de opiniões e julgamentos.

O clube de máscara, uma vez um espaço privado e acolhedor, agora estava no centro da atenção. As pessoas comentavam sobre minha decisão de comprar o Mascarados e, mais importante, sobre minha nova vida com Damon e Dante. Muitas vezes, as críticas vinham acompanhadas de um tom de desprezo.

— Você realmente acha que pode ser feliz assim? — ouvi uma mulher dizer, enquanto passava por um grupo de amigos em um café.

Aquelas palavras cortaram como uma lâmina. Embora eu soubesse que essas opiniões não definiriam meu valor, a pressão externa começou a se acumular, criando uma sombra sobre minha nova felicidade.

Voltei para casa com a mente tumultuada. Ao entrar no clube, encontrei Damon e Dante discutindo os próximos passos para o evento de inauguração que planejávamos. O entusiasmo deles era contagiante, mas a carga emocional que eu carregava estava afetando meu humor.

— Alora, você está bem? — perguntou Dante, sua preocupação clara em seu olhar. — Você parece distante.

Senti um nó no estômago. Era difícil explicar o que estava acontecendo. Como poderia dizer a eles que o mundo exterior estava se intrometendo em nossa felicidade?

— Eu... só estou pensando em algumas coisas — respondi, tentando esconder a insegurança na minha voz. — Tem havido muitos comentários sobre nós e sobre o clube.

Damon franziu a testa, seu olhar sério.

— Comentários? Que tipo de comentários?

— Sobre como estamos vivendo, sobre eu estar grávida e a dinâmica do nosso relacionamento — admiti, a voz quase falhando.

Havia um silêncio pesado no ar. Eu sabia que eles poderiam entender a situação, mas não queria que a insegurança se infiltrasse em nossa nova normalidade.

— As pessoas sempre vão falar — começou Damon, sua voz baixa, mas firme. — O importante é o que sentimos e construímos juntos. Não podemos deixar que a opinião de terceiros defina nossa felicidade.

— Concordo — acrescentou Dante, segurando minha mão. — Estamos juntos nisso, não importa o que digam.

Senti o conforto de suas palavras, mas ainda havia uma parte de mim que se preocupava com a percepção externa. Como poderíamos realmente ser felizes se o mundo continuasse a criticar nossas escolhas?

— Não podemos ignorar as pressões externas para sempre. — minha voz tremia ao falar. — Às vezes, sinto que estou colocando vocês em uma posição difícil, especialmente com a gravidez e a forma como tudo isso parece diferente para as pessoas lá fora.

Damon se aproximou e me abraçou, seu calor e presença confortantes.

— Alora, você nunca está nos colocando em uma posição difícil. Nós escolhemos isso, escolhemos você. E se as pessoas não conseguem entender isso, é problema delas.

Dante completou, olhando nos meus olhos com intensidade.

— Precisamos nos unir ainda mais, não deixar que esses desafios externos nos afetem. Vamos mostrar ao mundo que somos uma família e que, juntos, somos mais fortes.

A determinação nas palavras deles acendeu uma centelha de esperança dentro de mim. Juntos, éramos um time, e precisávamos enfrentar essas críticas como uma unidade.

— Você está certo — disse, inspirando profundamente. — Vamos nos concentrar no que realmente importa: nosso amor e a família que estamos construindo.

Com a nova determinação, decidimos que iríamos organizar uma grande inauguração para o clube, convidando todos que quisessem conhecer nossa visão. O evento seria uma oportunidade para mostrar ao mundo o que o Mascarados representava, não como um lugar de julgamento, mas como um espaço de aceitação e liberdade.

Enquanto discutíamos os detalhes, percebi que, embora os desafios externos fossem reais, nossa união e amor eram ainda mais poderosos. O que os outros pensavam não importava tanto quanto o que construímos juntos. E, independentemente das dificuldades, estávamos prontos para enfrentá-las, como uma família.

Laços proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora