suicide and sadness

Antes da tragédia começar.

O som do sino de Hogwarts ressoava pelo castelo, anunciando o início de mais um dia. Hermione Granger caminhava pelos corredores, seu coração pesado como uma pedra. O ar estava frio, e a brisa suave parecia sussurrar segredos que ela não queria ouvir. A vida em Hogwarts, que antes era repleta de aventuras e descobertas, agora se sentia como uma prisão.

Sentada na mesa da Grifinória durante o café da manhã, ela observava seus amigos. Harry e Ron conversavam animadamente sobre o próximo jogo de quadribol, mas as palavras soavam distantes para Hermione. Um nó se formava em seu estômago, e a dor da solidão a consumia. Ela forçou um sorriso, tentando se juntar à conversa, mas sua mente estava longe, presa em um labirinto de pensamentos sombrios.

As noites eram as mais difíceis. Sozinha em seu dormitório, as sombras dançavam nas paredes, refletindo seus medos. A pressão dos estudos, as expectativas de ser a melhor, e a rivalidade constante com Draco Malfoy se tornavam uma tempestade dentro dela. A cada provocação, a cada olhar desdenhoso, algo dentro dela se quebrava um pouco mais.

Era impossível ignorar o magnetismo que havia entre eles. A forma como ele a desafiava, com aquele sorriso arrogante, fazia seu coração acelerar, mas também a deixava furiosa. Como alguém podia ser tão insuportável e, ao mesmo tempo, tão fascinante? Hermione se perguntava se havia algo mais por trás da máscara de Draco, algo que ela poderia entender se apenas se atrevesse a olhar mais de perto.

Naquela manhã, enquanto caminhava para a aula de Transfiguração, um pensamento a atingiu com força: e se tudo isso não fosse apenas rivalidade? E se, no fundo, a dor e a atração fossem partes de uma mesma tragédia? O que aconteceria se ela se permitisse sentir?

O toque de um braço contra o seu a fez despertar de seus devaneios. Era Draco, com seu olhar penetrante e uma expressão que misturava desprezo e curiosidade.

- Você está tão distraída, Granger. O que está pensando? - ele provocou, um sorriso malicioso nos lábios.

Hermione respirou fundo, tentando controlar a raiva que borbulhava dentro dela. - Não é da sua conta, Malfoy.

Mas, ao olhar em seus olhos, algo a fez hesitar. Era como se, por um breve momento, a rivalidade se dissipasse, revelando a dor compartilhada que ambos carregavam. E, naquele instante, Hermione percebeu que a tragédia não estava apenas em sua solidão, mas na impossibilidade de se conectar com alguém que parecia tão próximo e, ao mesmo tempo, tão distante.

O sino tocou novamente, interrompendo o momento. Draco se afastou, mas não sem antes lançar um último olhar, que a fez sentir um frio na espinha. E, enquanto seguia para a aula, Hermione sabia que a batalha entre o amor e o ódio apenas começara. A tragédia de sua vida estava prestes a se desenrolar, e ela não tinha certeza se estava pronta para enfrentá-la.