Esconder

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A pressão em Hogwarts continuava a aumentar, e, apesar do apoio de Ron e Draco, Hermione lutava internamente com sentimentos sombrios. A ansiedade, que antes parecia controlável, agora se transformava em algo mais profundo e perturbador. As noites sem dormir se tornaram comuns, e os dias eram marcados por uma sensação de desespero crescente.

Certa noite, após uma longa sessão de estudos, Hermione se sentou em seu quarto, cercada por livros abertos e anotações espalhadas. A escuridão do ambiente refletia a escuridão que se acumulava em sua mente. A ideia de falhar nos exames a consumia, e, em um momento de desespero, ela se sentiu completamente perdida.

Ela olhou para o pequeno objeto que sempre mantinha escondido em sua mesa — uma lâmina. O brilho metálico refletiu a luz da lua que entrava pela janela, e, por um breve momento, a dor emocional que sentia parecia se tornar insuportável. A pressão de ser perfeita, de atender às expectativas de todos, culminava em uma solidão profunda.

Com um impulso, Hermione pegou a lâmina. O coração batia acelerado, e a mente estava em um turbilhão. Ela sabia que isso não era a solução, mas, naquele instante, a dor física parecia mais fácil de suportar do que a dor emocional.

Enquanto a lâmina tocava sua pele, uma voz interior gritou: "Não!" Ela hesitou, a mão tremendo. As lágrimas começaram a escorregar pelo seu rosto, e a realidade de sua situação a atingiu. Em um momento de clareza, ela largou a lâmina e se deixou cair em lágrimas.

— O que estou fazendo? — sussurrou para si mesma, sentindo-se perdida e assustada. O peso da solidão e da pressão era esmagador, mas, naquele momento, ela percebeu que não queria se machucar. Ela queria ajuda.

Hermione se lembrou de Ron e Draco, dos momentos em que eles estavam lá para apoiá-la. Com um esforço, ela pegou seu diário e começou a escrever. As palavras fluíram como um desabafo, expressando suas inseguranças, medos e a sensação de estar à beira do abismo.

**"Eu não sei como lidar com isso. A pressão é demais. Sinto que estou falhando… que não sou boa o suficiente…"**

Depois de escrever, sentiu um leve alívio, mas a batalha interna ainda não havia terminado. A ideia de buscar ajuda parecia assustadora, mas ela sabia que não podia continuar assim. Decidiu que, ao amanhecer, falaria com Ron ou Draco.

Na manhã seguinte, Hermione se encontrou com Ron no refeitório. Ele estava comendo seu café da manhã, mas ao vê-la, sua expressão mudou para preocupação.

— Você está bem? — ele perguntou, notando as olheiras sob seus olhos.

Ela hesitou, mas, em vez de esconder, decidiu ser honesta. — Não, Ron. Estou me sentindo sobrecarregada. Eu… eu precisei de um momento para mim mesma.

Ron parou de comer, olhando para ela com seriedade. — O que aconteceu? Você pode me contar.

Com o coração acelerado, Hermione começou a falar, revelando suas lutas internas e a luta contra a ansiedade. A cada palavra, sentia um peso sendo levantado. Ron a ouviu atentamente, sem interromper, e quando ela terminou, ele a abraçou.

— Hermione, você não está sozinha. Nós vamos passar por isso juntos. Você não precisa carregar isso sozinha — ele disse, a voz cheia de apoio.

Mais tarde, ela se encontrou com Draco. Ele a viu com os olhos preocupados e, ao perceber que algo estava errado, a puxou para um canto mais tranquilo.

— O que aconteceu? Você parece diferente hoje — ele disse, sua expressão séria.

Hermione respirou fundo, sentindo a vulnerabilidade à flor da pele. — Eu… eu tenho lutado com pensamentos sombrios. Às vezes, sinto que não consigo lidar com a pressão.

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