determinação e provocações

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A sala de aula de Transfiguração estava repleta de uma tensão palpável. As mesas estavam organizadas em grupos, e Hermione se sentou entre seus amigos, tentando ignorar o nervosismo que a invadia. A presença da Sonserina, especialmente a de Draco Malfoy, tornava tudo ainda mais complicado. Professor McGonagall, com sua postura rígida e olhar afiado, começou a explicar a nova lição sobre a transformação de objetos em criaturas.

— Hoje, iremos trabalhar na transfiguração de copos em pássaros — anunciou McGonagall, sua voz firme ecoando na sala. — É uma tarefa desafiadora, e espero que todos estejam preparados para se esforçar.

Hermione se concentrou, tentando afastar os pensamentos sobre Draco. Mas, ao olhar para o lado, viu que ele a observava com um sorriso provocador. O coração dela disparou, e a frustração a envolveu. Como ele podia ser tão insuportável?

À medida que a aula avançava, a rivalidade se intensificava. Draco, sempre ágil com a varinha, transformou seu copo em um pássaro com facilidade, exibindo sua habilidade para a turma. Os alunos da Sonserina riram e aplaudiram, enquanto Hermione lutava para manter a concentração. Ela sabia que era capaz, mas a presença de Draco a distraía.

— Olha, Granger, talvez você devesse prestar mais atenção — ele zombou, enquanto fazia o pássaro voar ao redor da sala.

Hermione sentiu a raiva subir. — Eu não preciso da sua ajuda, Malfoy! — respondeu, sua voz mais alta do que pretendia.

A sala ficou em silêncio, e todos os olhares se voltaram para eles. Draco ergueu uma sobrancelha, divertido. — Claro que não. Você só precisa de um milagre.

Ignorando-o, Hermione se concentrou novamente em seu copo, tentando bloquear o riso dos alunos da Sonserina. Com um movimento firme da varinha, ela se concentrou em sua intenção. O copo começou a tremer, mas não se transformou. A frustração a consumiu, e ela sentiu uma onda de desespero.

— Hermione, você consegue! — incentivou Ron, mas a voz dele parecia distante.

Um pensamento sombrio a atingiu: e se ela nunca fosse boa o suficiente? E se, mesmo com todo o esforço, a rivalidade com Draco a mantivesse presa em um ciclo de insegurança? A tristeza ameaçou dominá-la, mas, naquele momento, algo dentro dela se acendeu. Ela não poderia deixar que ele vencesse.

Com um novo foco, Hermione respirou fundo e visualizou o pássaro em sua mente. A varinha se moveu com confiança, e, para sua surpresa, o copo começou a se transformar. Em um brilho ofuscante, um pequeno pássaro apareceu, batendo suas asas.

Um murmúrio de admiração percorreu a sala, e Draco a observou, agora com uma expressão de surpresa. — Muito bem, Granger — ele comentou, sua voz mais baixa. — Impressionante.

Ela sorriu, sentindo uma onda de orgulho. Mas, ao mesmo tempo, a rivalidade ainda pulsava entre eles, como um fio invisível. O pássaro voou em círculos, e Hermione, por um breve momento, esqueceu a dor e a solidão que a acompanhavam.

No entanto, a aula estava longe de terminar. Draco, com seu olhar calculador, decidiu que não deixaria aquilo passar em branco. Ele se aproximou, sua presença imponente. — Parece que você realmente tem talento, mas não se esqueça que eu estou sempre um passo à frente.

Hermione sentiu sua determinação se reafirmar. — Um passo à frente? — ela retrucou, enfrentando-o. — Você pode ter habilidade, Malfoy, mas não subestime a força de quem realmente se importa com o que faz.

E, enquanto a aula prosseguia, a rivalidade entre eles se intensificava. No fundo, Hermione sabia que a batalha não era apenas sobre Transfiguração. Era sobre descobrir quem eram um para o outro em meio à dor, à pressão e à confusão que ambos enfrentavam. E, de alguma forma, a tragédia de suas vidas estava entrelaçada de maneiras que ainda não conseguiam compreender.

O dia seguiu com a mesma intensidade da aula de Transfiguração, mas a tensão entre Hermione e Draco parecia ter alcançado um novo nível. Após a aula, enquanto os alunos se dispersavam, Hermione se dirigiu à biblioteca, buscando um refúgio em meio aos livros. A tranquilidade do lugar sempre a acalmava, mas, naquele dia, a presença de Draco pairava em sua mente como uma sombra.

Enquanto ela se perdia nas páginas de um volume sobre feitiços avançados, um barulho repentino a fez levantar os olhos. Draco Malfoy, com seu olhar desafiador, estava parado à porta da biblioteca, seu sorriso arrogante no rosto.

— O que você está fazendo aqui, Granger? — ele perguntou, cruzando os braços. — Não sabia que você gostava de passar o tempo entre os livros.

— E você, Malfoy? Veio aqui apenas para me irritar? — Hermione respondeu, tentando manter a compostura.

Ele se aproximou, o sarcasmo em sua voz. — Na verdade, eu estava pensando em como você se saiu bem na aula. Surpreendente, não? A Granger, a melhor aluna de Hogwarts, dando um show.

A ironia em suas palavras a irritou, mas havia algo diferente em seu tom. Era quase… curioso. Hermione sentiu um frio na espinha, mas decidiu não ceder. — Não estou interessada na sua opinião, Malfoy.

Mas, antes que pudesse voltar à leitura, um estrondo ecoou pela biblioteca. As luzes piscaram, e, em um instante, um feitiço descontrolado disparou de uma das mesas próximas, atingindo a estante de livros. Livros caíram ao chão, e uma nuvem de poeira se ergueu.

— O que foi isso? — Hermione exclamou, olhando ao redor.

Draco, com seu instinto de sobrevivência, reagiu rapidamente. — Vamos! — Ele puxou Hermione pelo braço, e ambos correram para se afastar da estante que estava prestes a desabar.

No entanto, em meio ao caos, um segundo feitiço atingiu a estante, causando uma explosão de magia. Um campo de força se formou ao redor deles, isolando-os em um espaço pequeno e apertado. A poeira se dissipou, e eles se encontraram presos, lado a lado, em meio a livros espalhados.

— Ótimo, agora estamos presos — Draco resmungou, olhando ao redor com desdém.

Hermione respirou fundo, tentando manter a calma. — Isso não é bom. Precisamos encontrar uma maneira de sair.

— Você sempre tem um plano, não é? — ele provocou, mas havia um toque de preocupação em sua voz.

— Vamos tentar um feitiço de desilusão — sugeriu Hermione, pegando sua varinha. — Se conseguirmos desativar o campo de força, podemos sair.

Draco assentiu, embora sua expressão mostrasse ceticismo. — Certo, então vamos lá, Granger. O que você precisa que eu faça?

Surpresa com a disposição dele, Hermione olhou nos olhos dele, percebendo uma vulnerabilidade que nunca tinha notado antes. — Apenas me ajude a manter o foco. Precisamos trabalhar juntos.

Ele arqueou uma sobrancelha, mas não fez mais comentários. Com um movimento preciso, Hermione começou a conjurar o feitiço, e Draco a acompanhou, sua varinha se movendo ao lado da dela. A energia mágica pulsava no ar, e, por um momento, a rivalidade parecia se dissipar, dando lugar a uma conexão inesperada.

O campo de força começou a tremer, e Hermione sentiu a adrenalina correr em suas veias. Mas, no meio da concentração, um pensamento a assaltou: e se eles não conseguissem sair? E se a rivalidade que os mantinha afastados também os aprisionasse em seus próprios medos?

Finalmente, com um último movimento de varinha, o campo de força estourou em uma explosão de luz. Livros caíram ao chão, e a liberdade estava ao alcance. Hermione e Draco se olharam, ofegantes, e a tensão entre eles era palpável.

— Conseguimos — disse Hermione, um sorriso involuntário se formando em seus lábios.

Draco, ainda surpreso, a observou por um momento, como se estivesse vendo-a pela primeira vez. — Você realmente é impressionante, Granger.

As palavras flutuaram no ar, e, por um breve instante, a rivalidade deu lugar a algo mais profundo. Mas, antes que pudessem processar o que estava acontecendo, o som de passos se aproximou, e a realidade se impôs novamente.

— O que aconteceu aqui? — perguntou o Professor McGonagall, entrando na biblioteca com uma expressão de preocupação.

Hermione e Draco se entreolharam, a magia do momento se dissipando rapidamente. Eles estavam presos juntos, mas a verdadeira batalha entre eles ainda estava longe de terminar.

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