XVI

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A noite reinava na floresta enquanto Derek estava sentado limpando uma pistola atentamente, tentando ignorar ao máximo os rugidos que saíam de dentro da caverna.

A lua já estava alta, iluminando o suficiente para que não precisasse ter uma fogueira soltando fumaça e chamando a atenção de pessoas indesejadas. Apenas um pequeno lampião aceso para que não ficasse mergulhado na escuridão.

Apesar dos uivos do feneco a floresta estava calma. Não havia vento, nem um toque de brisa sequer, os galhos das árvores totalmente imóveis. Apesar disso, uma folha desprende-se do galho e cai lentamente fazendo voltas e voltas, até pousar nas mãos ágeis de Derek. Irritado, ele bufa e dá um peteleco na folha que voa para o chão.

As tentativas de Tighnari para se libertar das correntes eram altas o bastante para irritar o moreno que segurava a arma com mais força do que deveria.

- Fica quieto porra! - Grita irritado.

Depois de seu grito ecoar entre as árvores, alguns segundos de silêncio se fizeram presentes. Satisfeito ele volta a se concentrar na limpeza, mas não durou muito até que um uivo, muito mais alto que os outros, cortasse o pequeno momento de paz e incomodasse os tímpanos de Derek.

Ele se levanta tão rápido que a cadeira cai, vai até seu carro e abre o porta-malas revelando várias armas de choque, correntes, e até algumas lâminas. O moreno pega um porrete com pregos, junto com mais uma lanterna.

Derek vai sem medo até a entrada da caverna, e segue o caminho até o fundo onde Tighnari estava. Depois de alguns minutos andando ele chega vendo os olhos do feneco se focarem nele imediatamente com uma raiva incontrolável.

- Cala a merda dessa sua boca desgraçado! Se continuar uivando assim vou ter problemas.

O moreno recebe um rosnado como resposta.

- Não está cansado de levar choque o dia inteiro? As marcas nem sumiram ainda e parece que você quer mais.

Ele deixa a lanterna em um ângulo que foque no orelhudo, amparada por duas pedras. Ele bate o porrete na parede, mas isso não arranca nenhuma reação de Tighnari, que continua rosnando.

Irritado que não conseguiu nada do feneco, ele avança sem ter prestado atenção que as correntes presas na parede estavam frouxas devidos às tentativas de dias atrás.

Derek levanta o bastão e bate nas costas de Tighnari que chora alto. Rindo, ele bate novamente, desta vez na cabeça.

Tighnari solta mais um grunhido, só que misturado com rosnados. Ele tenta avançar em Derek que se afasta agilmente. O feneco não desiste e continua forçando as correntes, o sangue escorrendo pelo seu rosto fazia-o paracer mais assustador.

Até que chega um momento que as correntes cedem.

A risada de Derek some, dando lugar para sons de passos apressados enquanto foge de Tighnari que sai correndo atrás dele. Por mais que o moreno corresse rápido ele não teria chance contra o que estava atrás dele, nem mesmo com o grilhão acorrentado no monstro.

Derek sente uma garra rasgando abaixo da sua articulação do joelho que desce até a parte de trás do tornozelo. Fazendo um semi-círculo em sua perna. O grito de dor é a única coisa que ele ouve antes de cair de cara no chão, ele se vira esperando a morte brutal mas é surpreendido quando ouve um barulho de tiro.

Ele levanta o rosto e vê o feneco estirado. Uma poça de sangue se fazia presente no chão perto da coxa.

O moreno sente uma dor latejante e verifica a sua perna, estava o mesmo líquido carmesim que escorria rapidamente. Ele solta gemidos de dor enquanto passos se aproximam dele.

Meu lindo monstro I Cynonari Onde histórias criam vida. Descubra agora