XV

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Cyno passara cerca da maior parte da madrugada pela estrada e na floresta, visando ao máximo achar qualquer mínima pista sobre o paradeiro do seu amado. Infelizmente em vão.

Estava exausto enquanto dirigia, mas mesmo assim decidiu passar reto pela sua casa e seguir alguns quilômetros adiante. O moreno desliga o carro, pega um buquê de azaléias e vai em direção ao túmulo.

Ele se ajoelha largando o buquê com delicadeza próximo da mão do anjo que se debruçava sob a pedra que enunciava quem estava ali. Cyno passa os dedos pela lápide segurando as lágrimas ao máximo que podia.

Não conseguindo conter, ele permitiu que algumas rolassem pelo seu rosto e caíssem no mármore frio abaixo de si.

- Sinto sua falta. - Sussurra em um tom extremamente baixo.

Sem falar mais nada, ele levanta e volta para o carro. Dá a partida, sem querer demorar muito e faz meia-volta para a sua casa.

Logo quando abre a porta é surpreendido pela sua vó e um homem que era bem mais velho que ela.

O homem era alguns centímetros mais alto comparado à sua vó, a barba rala demosntrava que estava por fazer, seus olhos tão azuis que pareciam flocos de gelo. Exibia um pequeno sorriso para o moreno que o analisava.

- Querido! Estávamos falando de você agora. - A senhora faz um gesto para o neto se aproximar.

- Olá Cyno, a última vez que te vi ainda era um bebê. - O senhor sorri ainda mais, fazendo com que seus olhos sumissem em meio a tantas rugas.

- Prazer em te reencontrar senhor. - O moreno dá um aceno de cabeça.

Zaíra puxa o neto de lado, se afastando do homem para que os dois tivessem um momento a sós.

- Ele é o amigo que te falei, que traduziu o livro.

Cyno olha por cima do ombro dando mais uma olhada no senhor que parecia fascinado por uma cerâmica localizada ao lado da porta de entrada.

- Ele quer falar com você.

- Imaginei. Vó, você pode fazer uns biscoitos enquanto conversamos?

- Claro meu amor.

A pequena se afasta indo em direção à cozinha.

- Me siga por favor. - O moreno chama a atenção do outro.

- Ah sim, claro. - O velho desvia sua atenção do objeto e começa a subir as escadas atrás de Cyno.

- Sabe, não precisa ser formal comigo. - O homem grisalho puxa assunto enquanto andam pelo longo corredor.

- Me desculpe mas eu não lembro o seu nome. - Ele abre a porta deixando o senhor passar primeiro.

- Ah! Que tolice a minha, sou um velho caduco mesmo, como você iria se lembrar? Meu nome é Aristênio.

Cyno solta um grunhido apontando para o sofá, indicando que o homem se sentasse. Após agradecer, Aristênio se senta e espera Cyno dar a volta em sua mesa e fazer o mesmo.

- Você veio falar sobre o livro, eu imagino. - O moreno vai direto ao ponto.

- Sim sim, mas eu quero lhe contar uma história antes.

- Sinto muito senhor Aristênio, mas estou com um pouco de pressa. - Esfrega a testa com a mão em um sinal de impaciência.

- Mas é importante para você entender, como acha que vai conseguir encontrar seu amigo se não quer me escutar?

Cyno fica estático olhando para o velho, imaginando como ele sabia disso.

- Deixe-me falar, e depois você pode voltar a procurar.

Meu lindo monstro I Cynonari Onde histórias criam vida. Descubra agora