IX

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- Filha acorde, o café já está pronto. - falava uma mulher negra com olhos cor de chocolate enquanto passava a mão gentilmente no cabelo da menina.

- Ah mamãe não posso comer aqui? - ela diz com uma cara pidona.

- Você sabe que não querida, agora vamos.

A mãe deixa o quarto e a menina se espreguiça se preparando para o novo dia que estava começando. Ela desceu lentamente as escadas ainda com sono chegando na cozinha sendo recepcionada pelo cozinheiro e seus pais.

- Bom dia Amina dormiu bem? - o cozinheiro pergunta colocando o prato dela à mesa.

- Dormi igual uma pedra. - ela sorri e agradece quando o homem coloca seu omelete no prato.

- E então filha o que pretende fazer hoje? - o pai pergunta tomando um gole de seu chá.

- Vou fazer as minhas tarefas e quando eu termina-las vou voltar a dormir. - fala dando uma garfada na sua comida.

- Mas você nem acordou direito e já está pensando em dormir sapequinha? Você só tem treze anos e está agindo como uma velha de 80. - o cozinheiro dá risada da resposta da menina.

- Sorte sua, hoje terei que ficar fora quase o dia inteiro. - sua mãe lamenta sobre seus planos para o dia.

- Não se preocupe mamãe aposto que vai ser divertido. - a filha diz tentando anima-la.

- É, quem sabe.

Conversa vai conversa vem todos terminam o café e se separam com a mãe saindo de casa e Amina e seu pai indo para o andar de cima. A menina estava arrumando suas coisas no quarto quando ouve alguém bater na porta.

- Pode entrar.

Ela vira o rosto e vê seu pai entrando e trancando a porta atrás de si.

- Oi papai tá tudo bem?

- Sabe filha, eu preciso que você faça uma coisa por mim.

- Do que precisa?

- Sabe... sua mãe não está conseguindo me satisfazer mais do que antes. - ele começa a se aproximar da filha.

- Como assim "satisfazer"? - ela pergunta confusa.

- Eu não preciso te explicar os detalhes, só faça o que eu mandar que dará tudo certo. - ele passa a mão pelo corpo de Amina.

- Pai eu não tô entendendo. - a menina começa a tremer.

- Fique quieta e faça o que eu mandar.

E depois desse dia isso acontecia todos os dias com a mãe presente na casa ou não. Amina ainda não entendia o que era aquilo mas mesmo assim não gostava, depois de três anos teve o dia em que ela estava se sentindo enjoada e com dores de cabeça.

Assustada ela chamou a mãe achando que estava doente mas então percebeu que ela estava grávida. A menina em pânico contou tudo para a mãe sobre o que o seu pai estava fazendo com ela por todos esses anos, quando ela falou tudo achou que iria melhorar e que nada mais aconteceria. Ela estava muito enganada.

- Como ousa? Como você teve coragem de fazer algo assim comigo? - a mãe perguntava com lágrimas nos olhos.

- O que? Eu não fiz nada! - Amina não estava entendendo porque a mãe estava agindo daquele jeito.

- Você me traiu, eu não posso acreditar que você é minha filha.

- Mas foi aquele monstro que--

- Não chame ele de monstro! Ele fez o que achou que estava certo e você sabia que era errado! - a essa altura ela estava berrando.

Meu lindo monstro I Cynonari Onde histórias criam vida. Descubra agora