XI

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O céu estava escuro, parecia estar de luto enquanto assistia o carro com o corpo de Samir dobrar para sair dos portões da mansão. Seu pai havia ido junto apenas por cordialidade, ele não se importava se o filho estava morto ou o por que de ter feito aquilo.

Cyno estava na porta observando seus empregados limparem o restante do sangue que escorria pelos degraus quando sente um cheiro de flores silvestres se aproximando.

- Cyno? - o feneco o chama hesitante.

O moreno não respondeu e não reagiu de nenhuma forma, parecia que nem haviam falado com ele.

- Cyno a gente pode conversar?

Nada. Ele ainda olhava fixamente para os degraus mesmo depois dos empregados já terem ido embora.

- Durante a noite eu vou adentrar a floresta. Talvez assim eu fique longe da civilidade.

Silêncio.

- Adeus Cyno, e me perdoe. Espero poder me desculpar melhor amanhã.

Tighnari passa por ele entrando na camionete e se atirando no assento.

"É tudo minha culpa, de novo." Ele repetia para si mesmo.

Mais um suspiro dado ele gira a chave ligando o motor e segue por uma estrada do lado oposto ao da saída rezando para que Cyno não estivesse odiando ele, apesar de ter certeza de que era isso que estava acontecendo.

Era quase hora quando Tighnari desce do carro e caminha sem ter um rumo definido por dentro da floresta pensando no que ele fez.

"Eu libertei ela. Eu matei o Samir. Cyno me odeia. E eu não sei mais o que fazer."

Ele caminhou por meia hora e se sentou no chão com suas costas encostadas em uma árvore grande, toma um calmante que estava em seu bolso e tenta dormir para não sentir a dor da transformação.

...

Sua cabeça doía a medida que ele tentava se levantar sentindo o chão duro abaixo de si, ele se senta ainda com os olhos fechados tentando dissipar a náusea que ele sente.

Depois de uns minutos o feneco consegue abrir os olhos e vê que estava a alguns metros de distância da sua camionete.

Checa suas roupas e só vê terra, nenhum sinal de sangue.

"Pelo menos isso". Ele caminha até ela procurando por seu celular e seu coração erra uma batida quando vê a data.

"Merda! Eu esqueci de pagar o tratamento da Collei ontem." Ele entra no carro e dirige rapidamente até a cidade tentando tirar o máximo de sujeira no meio do caminho, que não obteve tanto sucesso, mas o importante era chegar e pagar.

Ele entra apressado se dirigindo ao balcão da recepcionista.

- Bom dia, sei que estou atrasado mas eu vim pagar o tratamento de uma paciente. - ele fala tentando recuperar o fôlego.

- Bom dia, qual seria a paciente? - a mulher pergunta com um sorriso no rosto.

- Collei do quarto 312.

A mulher digita no computador procurando pelo perfil.

- Senhor Tighnari não é?

- Isso, vai ser no crédito.

- Aqui está falando que o tratamento já está pago.

- O que?

- Aqui diz que o pagamento foi feito ontem a noite por um homem chamado Cyno que se apresentou como seu amigo.

- Cyno Cohen? - pergunta desacreditado.

- Esse mesmo, o senhor o conhece?

- Sim é meu amigo, obrigado.

Meu lindo monstro I Cynonari Onde histórias criam vida. Descubra agora