10

73 11 3
                                    

KAGEYAMA POINT VIEW:

O treino com as garotas foi até que  tranquilo, até ver algumas delas cochichando entre si e soltando várias risadinhas. Não sabia o motivo, mas concerteza era sobre mim. Mas tirando isso consegui treinar bastante o meu saque, diminui um pouco a força de alguns ao ver que elas não estavam conseguindo receber bem, e depois fui aumentado a força.

- Parece que eles estão juntos... Só não assumiram ainda. - Escuto umas das garotas cochichando com as colegas de equipe, provavelmente são do segundo ano. O tom de voz irritante e debochado.

- Não estamos juntos. - Digo em um tom frio o bastante para fazê-la gaguejar um pedido de desculpas, deixei a garrafa que estava em minhas mãos encima de uma mesa onde estavam as outras e fui limpar a quadra junto com algumas das outras garotas. A pior parte.

Beatriz estava conversando com uma garota, pareciam bem próximas, devem ser amigas. No meio da conversa ela solta várias risadas, o sorriso dela... Por que ela esconde algo tão lindo? É algo que a faz brilhar de um jeito único.

- Não estão juntos né? - A mesma garota de antes da uma cutucada em meu braço com o ombro, o sarcasmo escorria em sua voz. Eu havia me perdido em seu sorriso, fiquei a observando encantado. Meus olhos não desviavam das curvas que seus lábios formavam nem por um segundo... E foi aí que a sem noção dessa garota apareceu, insinuando que estamos juntos. Para falar a verdade, seria bom.

Eu só posso estar enlouquecendo.

Terminamos de limpar a quadra, o que não demorou muito. Eu e Bia saímos do ginásio juntamente com as outras garotas do time e o treinador. Mas sem dizer uma palavra sequer um para o outro, apenas as outras garotas estavam conversando entre elas mesmas.

- Até o próximo treino pombinhos! - Eu paralisei. Senti o meu corpo travar. Eu devia estar vermelho demais para me virar e falar algo, nós dois já estávamos um pouco distante das outras garotas, que iam para a direção oposta.

- Pombinhos uma ova! - A garota grita se virando e soltando um olhar ameaçador para as amigas. Seu cabelo balançava em sincronia com o vento enquanto ela solta o rabo de cavalo e volta a caminhar ao meu lado com a cara emburrada. Quando ela soltou o cabelo, o movimento leve e delicado me hipnotizou por um segundo.

[...]

Na aula de física, o tédio era absoluto. Não entendo de números, ciências, muito menos física. E claramente eu não era o único. A sala estava vazia quando o sinal tocou, todos já tinham saído, mas algo me chamou a atenção. Lá estava ela, dormindo na última fileira. Seu cabelo balançava em sincronia com o vento que vinha da janela.

Caminhei até a cadeira ao lado dela e me sentei, sem intenção de acordá-la ainda. Por alguns segundos, só a observei. Ela parecia tão tranquila. De algum modo, algo em mim se aquietou também. Um sorriso leve se formou em meus lábios, tenho sorrido bastante ultimamente. Ela tinha a sua própria beleza, uma beleza exótica, diferente da maioria das garotas daqui. Sua beleza me fascina.

Mas não podia deixá-la perder o treino. Abaixei-me diante de sua mesa, ficando cara a cara com ela. Algumas mechas bagunçadas pelo seu rosto que falavam um pouco seus olhos, e, sem pensar, ajeitei suas mechas, com uma leveza que me surpreendeu.

– Tão linda... – Murmurei, sem me dar conta de que tinha falado em voz alta.

Os olhos dela abriram devagar, e por um momento nossos olhares se cruzaram. Eu me levantei num pulo, tentando disfarçar o nervosismo.

  - O que você quer? - Ela disse se referindo a mim, a voz sonolenta a ainda deitada sobre a mesa.

  - Eu? - Digo apontando para mim mesmo, dava para perceber o nervosismo na minha voz. - Eu ia te acordar, mas você acordou bem na hora. Vamos logo. - Dou um chute de leve em sua cadeira, minhas mãos dentro dos bolsos da calça.

- Eu não pedi para você me acordar.

- E daí?

Ela da um bocejo e se espreguiça na cadeira. Se levanta cambaleando e arrumando o cabelo em minha direção, ela está perto. Perto até demais...

-Chato. - A garota me mostra a língua e segue seu caminho indo em direção a porta. Infantil. - Eu sei que sou linda, tá bom?

- Quem te chamou de linda? Tá doida é?

Ela não responde, só solta uma risadinha e sai. Saio logo depois, mas vou na direção oposta, ela não estava indo para o refeitório, mas sim para a sala de música. Dou de ombros e continuo seguindo o meu caminho até o refeitório para almoçar almoçar com os garotos.

BIA POINT VIEW:

Ele estava tão perto... Não consigo parar de pensar no momento em que Kageyama estava agachado em frente a minha mesa, arrumando minha franja e... Esquece. Eu podia sentir a intensidade no seu olhar. Ele tentou disfarçar mas... Aquilo me deixou sem jeito.

Ele provavelmente iria para o refeitório, então vou para o lado oposto. Ainda não conheço a escola completa e só sigo o fluxo ao contrário dos outros alunos. Entro em um corredor com algumas salas de aula, alunos saindo e alguns entrando. No fim do corredor uma porta em um tom de azul fosco grande que percorria toda a parede.

A curiosidade mata o gato né? Aí dá bem que não sou um.

Talvez seja uma sala de aula, dança ou música talvez. As pessoas em volta não ligaram muito, a sala estava vazia e as pessoas do mesmo lado que eu iam para a direção oposta. Tinha uma brecha na porta, encosto minha mão na mesma a abrindo mais um pouco para ter uma visão melhor do outro lado. Uma sala de música.

Entro na sala com pressa fechando a porta atrás de mim, meus nervos estavam a flor da pele. Tinha tempo em que eu não estava em uma sala dessas, o clima aconchegante dos instrumentos e do som, mesmo sem estra tocando nada. Me lembro perfeitamente de como era. Um instrumento de cada, instrumentos de corda, sopro e tambor. Eu senti um conforto indescritível.

Começo a caminhar pela sala olhando tudo ao redor, as paredes brancas e o piso preto. Alguns quadros nas paredes de artistas e músicas. Algumas caixas de som grandes e pequenas espalhadas nos cantos das salas. Mas o que realmente me interessava, era aquela guitarra. Bem no cantinho da sala em um pedestal, parecia até estar escondida. Vou até ela, eu sintia que estivesse sendo puxada, o tom preto e roxo dela, as cordas, a caixa de som e tudo mais. Ligo uma das caixas na tomada e conecto um dos cabos na guitarra e na caixa. Não faria mal tocar um pouquinho, né?

No mesmo instante em que eu vá o um acorde sinto que as cordas estão desafinadas. Começo a olhar ao redor em busca a um afinador. Com sorte encontro um. Afino e agora sim começo a tocar.

Posso estar um pouco enferrujada, mas ainda sei o básico e algumas coisinhas a mais. Meus dedos começam a deslizar pelas cordas, é uma sensação tão boa. Meu porto seguro. Poderia ficar aqui o resto da minha vida, eu não estava tocando nenhuma música, só... Acordes e tentava improvisar em alguns solos. Aumento um pouco mais o som. Estava tão bom.

Era como se o som limpasse minha mente, uma sensação que eu não sentia a um tempo.

- Até que você não toca tão mal. - E ali estava ele, um par de olhos azuis me encarando de um jeito... Fofo? E um leve sorriso tímido formado nos lábios, um sorriso que eu raramente vejo. A sua voz soou doce e calma. O que fez meu coração disparar.

_____★★★_____

E aí, divas?
Quem é viva sempre aparece não é msm?💋
Fiquei sumida por um tempo mas estou de volta.💞🌷
(Amanhã tem mais capítulos!)

💞🌷(Amanhã tem mais capítulos!)

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O Olhar Do Oceano Sobre Mim -Kageyama TobioOnde histórias criam vida. Descubra agora