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BIA POINT VIEW:

Já se passou uma semana desde o acidente, os garotos jogaram contra o Aoba Johsai e eu não pude ir assistir o jogo deles. Kageyama também não permitiria, diria que era melhor para mim ficar em casa e me cuidar, iria dizer que o jogo não é mais importante do que minha recuperação, achei fofo, mas por mim, eu estaria lá torcendo por eles. Mas como prometido, Kageyama pediu para Ukai filmar o jogo inteiro para mim assistir depois, e assim ele fez. Os movimentos, os saques, recepções, bloqueio e os levantamentos limpos de Kageyama e Sugawara, estavam todos em sincronia.

Quando o Karasuno estava prestes a entrar em math point, Hinata corre para fazer o tão famoso ataque rápido, mas de olhos fechados. É como se Tobio mandasse a bola diretamente na mão dele e ele apenas a cravasse, mas sei que não é assim, existe muita técnica e treinamento por trás disso, principalmente da parte de Kageyama. Assim que Hinata crava a bola mandada diretamente em sua mão, Aoba Johsai o recebe com um bloqueio triplo, passou tudo em câmera lenta, mesmo assistindo o jogo pelo telefone e sabendo que eles haviam ganhado senti meus nervos a flor da pele.

Hinata é bloqueado, posso ver o sorriso no rosto do capitão do Aoba Johsai assim que o bloqueia. Mas felizmente, Daichi consegue recuperar a bola que é lançada diretamente na direção de Kageyama que a manda para Asahi, e assim eles marcam. E o último ponto? O último ponto foi marcado de saque pelo meu namorando.

Foi um ace.

Posso ver a alegria dos garotos, mesmo que pelas telas, e me alegro junto com eles. Assisti o jogo com Kageyama ao meu lado, e confesso que foi um misto de emoções.

A enfermeira havia me dado um atestado de uma semana, por conta da dor e pelo trauma. Ela disse que já atendeu atletas que imploraram pelo atestado, disseram que não conseguiriam pisar os pés na escola e sentirem o peso da derrota, juntamente dos olhares de pena dos outros alunos.

Mas, já se passou uma semana, e hoje eu volto para a escola. Já estou conseguindo andar sem as muletas, mas ainda mancando por conta do gesso e um pouco de dor na perna e tornozelo. Me forcei ao máximo para me recuperar logo, mesmo que isso leva mais 1 mês e 3 semanas. Quanto mais eu me forçar a melhorar, mais rápido vai ser e vou poder estar em quadra novamente.

Suzane me levaria para a escola de carro durante essas 3 semanas restantes, ela já está lá embaixo me esperando. Eu havia a perguntado se Kageyama poderia ir junto conosco, e ela disse que sim. Além do mais, contamos sobre nosso relacionamento.

— Olha só, a Rapunzel finalmente saiu da torre. — Kageyama estava encostado na parede quando abro o portão e saio para fora, mesmas árvores, mesmo céu, mesmo asfalto, mesmo tudo. Lanço um olhar de reprovação para ele, Suzane está atrás de mim.

— E a madrasta também. — Ela diz saindo pelo portão, com o mesmo tom irônico que ele usou em sua frase. O garoto gela no mesmo instante, e o sorriso de canto que estava esboçando desaparece, posso ver um leve rubor em seu rosto.

— Bo... Bom dia, senhora! — Ele diz fazendo uma leve reverência, a vez trêmula. Como se quisesse sumir ou simplesmente esconder a cabeça em um saco.

— Bom dia, Kageyama. — A mais velha diz com um sorriso no rosto. Apenas rio das situação.

Ela entra no carro que já estava do lado de fora, deixando nós dois para trás. Enquanto ela liga o carro, seguro a mão de Kageyama para nós dirigirmos ao veículo. Mas o mesmo me puxa e deixa um leve beijo em minha bochecha.

— Um beijinho de bom dia. — Ele diz num sussurro, se aproximando do meu ouvido e continua. — Não pude fazer isso quando você abriu o portão, sabe? — Ele da uma olhada para o carro, indicando a mulher dentro dele. Sinto um arrepio com sua respiração em meu ouvido, seu perfume de sempre também se faz presente.

O Olhar Do Oceano Sobre Mim -Kageyama TobioOnde histórias criam vida. Descubra agora