001| 𝔄 ℭ𝔥𝔢𝔤𝔞𝔡𝔞 𝔡𝔢 𝔅𝔩𝔞𝔦𝔯

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A MANHÃ estava envolta em um silêncio reverente quando Blair Leblanc cruzou o portão de ferro do convento de Santa Clara. O céu azul se estendia acima, mas uma brisa fria parecia sussurrar segredos enquanto ela adentrava aquele espaço desconhecido. O padre Nicolau, figura de autoridade do convento, não estava presente para recebê-la. A ausência dele gerou um misto de ansiedade e expectativa.

Assim que entrou no saguão, foi recebido pela irmã Margaret, uma freira alta e austera, com uma expressão que mesclava severidade e curiosidade. Seus olhos, intensos e avaliativos, apenas medindo cada passo de Blair.

━ Bem-vinda, irmã Blair ━ disse Margaret, sua voz ecoando nas paredes de pedra. ━ Temos muito o que discutir e um pouco tempo a perder.

Blair acompanhava Margaret pelos corredores do convento, absorvendo os detalhes: as paredes revestidas de madeira escura, o cheiro de cera e incenso que impregnava o ar, e o suave tilintar de sinos ao fundo. A irmã Margaret a levou para o refeitório, onde outras freiras estavam reunidas para o café da manhã.

━ Temos regras muito rígidas, acordamos as 05:00 da manhã e as orações são feitas pelas 05:30 e logo após, nos tomamos café da manha, você ainda não tem uma função semanal, mas assim que o padre chegar ele ira designar algo a você ━ ela diz enquanto sorri passando pelas mesas no refeitório e cumprimenta suas irmãs com um simples "como vai".

━ Desculpe, mas aonde se encontra o padre Nicholas, achei estranho ele não estar para receber uma nova freira ━ ela diz meio recuada mas curiosa, estava com medo da reposta da freira.

━ Ele foi a cidade, fazer compras, não que seja de seu interesse, mas aqui nos não sabemos mais do que eles no permite. Não seja curiosa irmã! ━ ela diz e logo abre a porta dando a saída para Blair passar e encarar novos cômodos.

━ Ah, ok. ━ Blair piscava incrédula em como pareciam arrogantes as pessoas daquele lugar, mas ela não deveria pensar assim, então logo se corrigiu através dos pensamentos "não pense assim Blair, são freiras que apenas ano te conhecem"

━ Aqui está, sua cama. ━ a mulher diz enquanto abria a porta do dormitório e a pontava para a cama de Blair.

A garota se sentia mal de pensar sobre o quão assustador era o convento, aquilo era novo, ela apenas tinha que se acostumar com o ambiente rústico, e "sem cor" por assim dizer...
Ela se senta em sua cama e respira fundo, os passos de um pequeno salto ecoavam pelos corredores gélidos do convento, o coração acelerava a cada respiração por ter pensamentos intrusivos sobre o local.

━ Os horários das tarefas estão acima da sua cama, por favor, não faça termos dor de cabeça por conta de irresponsabilidade ━ ela diz enquanto olha ela cima a baixo, e então sai lentamente.
Após Blair ouvir o barulho da porta se fechar, ela ajoelhou se à frente de sua cama e então começou a orar.

━ Ave, María, grátia plena, Dóminus tecum, benedícta tu in muliéribus, et benedictus fructus ventris tui Jesus. Sancta María, Mater Dei, ora pro nobis peccatóribus, nunc et in hora mortis nostrae. Amen.

As orações em Latim era muito mais comuns do que vocês pensam, em conventos, as freiras costumam aprender as orações em Latim ao pensar que isto a conecta ainda mais ao senhor Jesus Cristo.

Após sua oração conforme ela tinha em sua rotina, ela levanta e vê o quadro em cima de sua cama mostrando os horários como a freira Margaret havia dito.

Horário    Atividade
05:00    Oração da manhã (Laudes)
06:00    Meditação pessoal
07:00    Missa
08:00    Café da manhã
08:30    Trabalho comunitário
12:00    Oração do meio-dia (Hora Sexta)
12:30    Almoço
13:30    Tempo livre ou estudo
15:00    Oração da tarde (Hora Nona)
15:30    Trabalho ou apostolado
18:00    Oração vespertina (Vésperas)
19:00    Jantar
20:00    Oração noturna (Completas)
21:00    Retiro para silêncio e descanso

Blair suspirou enquanto caminhava pelo corredor do convento, seus passos ecoando suavemente pelas paredes de pedra fria. A ausência do padre Nicholas a deixava sem direção clara, mas ela sabia que não podia simplesmente esperar. As irmãs sempre estavam ocupadas com alguma tarefa, e ela precisava encontrar algo para fazer para não parecer desinteressada.

Ao virar a esquina, avistou uma das irmãs no jardim, ajoelhada ao lado de uma fileira de rosas. Suas mãos, cobertas de terra, cuidavam delicadamente das plantas, e seu rosto refletia a paz que parecia impossível de alcançar em meio a tantas preocupações. Blair hesitou, não era exatamente uma jardineira, mas sabia que deveria oferecer ajuda. Não queria ser vista como alguém que não contribuía com a comunidade.

━ Precisa de ajuda, irmã Agnes? ━ perguntou Blair, com um sorriso forçado.

A irmã levantou o olhar, estudando Blair por um momento antes de responder com suavidade. ━ Sim, querida. Essas plantas não vão cuidar de si mesmas. Pode me ajudar a regar e arrancar as ervas daninhas?

Blair assentiu, se agachando ao lado dela. Enquanto suas mãos trabalhavam, sua mente vagava. Ela sabia que havia algo mais em jogo. O trabalho com o padre Nicholas, embora ainda não definido, tinha um significado maior, e essa incerteza a incomodava. A vida no convento a pressionava a encontrar um propósito, e mesmo com a simplicidade do momento, algo dentro dela ansiava por mais.

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Espero que curtam esse tipo de história, e espero muito que não levem para lados mau interpretados! isso é um conto de ficção do qual não quer infringir a religião de ninguém.

𝕲𝖗𝖔𝖙𝖊𝖘𝖖𝖚𝖊𝖗𝖎𝖊, Nicholas Alexander Chavez.Onde histórias criam vida. Descubra agora