"Quem luta com monstros deve velar para que não se torne também um monstro. E se você olhar longamente para um abismo, o abismo também olha para dentro de você."
-Nietzsche
Ela não deveria ter dito aquilo. Ou talvez devesse... Suas palavras fizeram meu mundo desabar em questão de segundos. Parte de mim queria respostas, outra parte só desejava jogar tudo para o inferno, pegá-la e sair dessa cidade maldita. Meu propósito estava quase completo, mas o dela... estava apenas começando.
— Eun-Jin, qual é o seu nome? — Minha voz saiu mais dura do que planejei.
— Eun-Jin... — ela respondeu, confusa.
— SOBRENOME! — disparei, sem paciência.
— Eun-Jin Park...
— Esse é mesmo o seu sobrenome?! Ou você inventou isso?! — Minha paciência estava no limite.
— Detetive, o que está acontecendo?! Ela tentava entender, mas eu já estava além de explicações.
— Só me responde!
— Eu meio que NÃO TENHO IDENTIDADE, né, detetive?! Passei 8 ANOS confinada num laboratório, sendo usada como cobaia! Quando eu saí de lá, tudo que eu sabia era o nome 'Eun-Jin'... Então, sim, tive que inventar uma identidade, colocar um sobrenome qualquer pra conseguir viver em sociedade! Resumindo, EU INVENTEI! — Ela já parecia completamente confusa, mas antes que pudesse processar tudo, eu a abracei forte. Meu coração estava em pedaços e as lágrimas escorreram no seu ombro. Procurei por ela por 13 anos... e agora estava aqui, na minha frente. Quase outra pessoa, sem suas memórias, mas ainda assim... minha pequena.
— Eu não deveria ter te deixado... — falei enquanto chorava. Ela provavelmente achava que era pelo tiro que levou, pensando que sou sensível demais. Mas não. Eu não deveria ter te deixado sozinha naquela máquina de ursinhos, enquanto eu estava no mercado... foi por minha culpa que ela DESAPARECEU.
— Eu tô bem, detetive, foi só um tiro de raspão... Por que diabos você está chorando?! — Me afastei abruptamente.
— Por favor... finja que isso NÃO aconteceu!
— Hahahah, não me peça o impossível, detetive. — Ela riu de mim, e de alguma forma, ver seu sorriso acalmou meu coração.
— Então... vai me levar para... um minuto. — Ela atendeu o telefone. — COMO ASSIM EU FALHEI NA MISSÃO??? O que me foi passado era COBRAR e pegar a GRANA. Sério que estão revoltados porque deixei DOIS FUGIREM e o chefe ainda tá vivo? DO QUE ADIANTA ESTAR VIVO, MAS NÃO CONSEGUIR NEM FICAR DE PÉ? Vamos lá, eu fiz o trabalho melhor que muitos de vocês aí! — Ela desligou, irritada.
— O que aconteceu?
— Vou ter que voltar lá. Disseram que não provei minha eficiência deixando fugitivos e o chefe vivo. Que os Fantasma se chamam 'fantasmas' porque NÃO SÃO VISTOS, ou seja, mortos não contam histórias... Pelo menos a arma não era minha, então a polícia não vai rastrear. O único valor que viram em mim foi meu "coração de gelo". — Disse, com um toque de sarcasmo.
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No pain No emotion
Misterio / SuspensoEles me fizeram um experimento. Mexeram com meu DNA e agora eu não sinto dor! Parece uma vantagem? NÃO É! É uma maldição! Cada passo, cada movimento, é um risco constante de me destruir por dentro sem nem perceber! Eles mexeram comigo, mudaram tudo...