Capítulo Treze

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Nota:

Esse capítulo vai ser bem curtinho, mas prometo que o próximo será maior. O capítulo 14 vai sair mais tarde, provavelmente às 14:30.

Boa leitura e desculpem os erros ortográficos. <3

James já tinha chegado ao convés quando enfim se permitiu parar para respirar fundo

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James já tinha chegado ao convés quando enfim se permitiu parar para respirar fundo. Não tivera a intenção de deixar o cômodo tão repentinamente, mas Regulus o deixara incomodado e...

Ah, que se dane.

A quem ele estava tentando enganar? Sequer havia planejado descer até lá antes do jantar, mas, por algum motivo imbecil, acabara cedendo à vontade de ver como ele estava se saindo com o passatempo, e então precisou inventar uma desculpa para estar ali.

Na pressa, não sabia nem o que havia arrancado do guarda-roupa. Enfiou a mão no bolso e tirou...

Roupas de baixo.

Merlin.

Por um momento, chegou a pensar em atirar a peça íntima por cima da amurada. A última cosia de que precisava era que um de seus companheiros o flagrasse com as ceroulas na mão como se fosse um lavador louco.

Mas não conseguia se convencer a descartar uma peça de roupa em perfeitas condições só porque Regulus...

Não, porque ele...

Com certeza não era porque eles...

Amassou a peça e enfiou-a no bolso. “Isso”, pensou, “isso é a maldição sobre a qual os marujos não param de falar por aí.” alguém que nem sequer era um corsário a bordo não é capaz de fazer com que um raio atinja o mastro, muito menos de atrair uma praga de ratos e gafanhotos. Não – em vez disso, esse alguém enlouquece os marujos. Quando chegasse ao Brasil, ele teria perdido metade da sanidade e, quando enfim retornassem a solo inglês, estaria completamente maluco.

Lunático. Delirante...

— Algum problema, capitão?

James ergueu o rosto para o homem, sem nem querer imaginar a expressão que devia ter assumido para que ele fizesse aquela pergunta. Quem perguntara era um jovem marujo chamado Frank Longbottom, que estava a poucos metros, observando com curiosidade ou preocupação, James já não sabia dizer.

— Nada — respondeu ele, ríspido.

As bochechas já coradas de Longbottom assumiram um tom vivo de vermelho, e ele assentiu energicamente.

— Sim, senhor. Desculpe qualquer coisa, senhor.

Inferno, agora James estava se sentindo o mais desprezível dos homens.

Ele pigarreou.

— Qual é o seu trabalho do dia, marujo? — perguntou ele, torcendo para que a demonstração de interesse fosse capaz de amenizar a aspereza do comentário anterior.

Além disso, a pergunta não seria nada incomum vinda do capitão. Era mais do que normal que ele se interessasse pelo trabalho de seus homens.

Isto é, quando não havia uma peça de roupa íntima no bolso.
Porque ele não conseguia admitir que queria estar na presença de um certo garoto.

Céus, mal podia esperar para chegar ao final daquela viagem.

— Subi o velame — disse Frank. — Estava conferindo as cordas.

James pigarreou novamente.

— E está tudo em ordem?

— Sim, senhor. Só uma delas precisava de reparo, e não era nada sério.

— Excelente. — ele pigarreou. — Bem. Não quero atrapalhar seu trabalho.

— Não atrapalha, não, senhor. Acabou de acabar o meu turno. Tava indo para a coberta. Minha vez de pegar uma rede.

James assentiu.

Como em muitos navios do mesmo tipo, as redes eram compartilhadas, porque os marujos não dormiam todos ao mesmo tempo; não havia como. A ponte nunca podia ficar desguarnecida, portanto uma parte ínfima da tripulação tinha que trabalhar noite adentro. O vento não parava quando o sol se punha.

O alojamento já era apinhado demais. Arrumar uma rede para cada marinheiro seria apenas um desperdício de espaço. James não sabia como funcionavam as regras do rodízio entre eles, já que cada navio procedia de forma diferente, mas tinha falado seríssimo quando dissera a Regulus que se recusava a dormir no alojamento.

Já cumprira seu quinhão de noites dormidas em rede logo que ingressara na Marinha.

Ele era o capitão do Gryffindor. Conquistara o direito de não dormir em uma rede impregnada com o suor de outra pessoa. Até o fim da viagem, a cama extra no quarto de Marlene McKinnon teria que servir. James não tinha medo do desconforto, mas por que dormir no chão quando havia uma cama perfeitamente boa do outro lado do corredor? Não seria tão confortável quanto a própria cama, mas, estando a mesma ocupada por Regulus Lovegood...

A cama dele.

Regulus Lovegood...

Sentiu uma fisgada. Alguma coisa perigosamente próxima do desejo.

— Não — disse ele, em voz alta. — Não.

— Capitão?

Que diabo, Longbottom ainda estava por perto.

— Não é nada! — vociferou James.

Dessa vez, nem se importou se seu tom tinha apavorado o pobre homem.

Frank deu no pé, deixando James sozinho. Com uma terrível sensação agourenta na boca do estômago.

E as ceroulas ainda no bolso.

Look After You, starchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora