Capítulo Três

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— Capitão? — James se virou, encarando Wormtail, que caminhava em sua direção. — A carta já fora entregue.

— Ótimo. — disse James. — Você foi visto por alguém?

O marujo negou, balançando a cabeça.

— Pedi que Evans fosse comigo, ela mesma entregou a carta nas mãos de um criado próximo à uma casa no litoral. — ele pausou, parecendo lembrar de algo. — E também fiz ela usar aquela peruca preta que o senhor trouxe em nossa última viagem.

— Excelente. Muito bem, Worm. — ele se virou. —  Diga a Red que ela fez um ótimo trabalho.

— Sim, senhor.

James esperava que tudo saísse como o planejado. O inferno viria àquele navio se os marujos descobrissem a presença de um tripulante magricela indesejado. Ele olhou para o horizonte, onde o sol já se punha.

Ele sorriu, era hora de partir.

O capitão tomou seu posto no leme do navio, sentindo a euforia que lhe enrijecia as costas sempre que ouvia o barulho da âncora sendo puxada e as velas eram Gryffindor se enfunavam.

Seria de se pensar que a sensação fosse passar com o tempo, que tantas viagens marítimas o teriam deixado imune à adrenalina do vento e da velocidade e da brisa do mar enquanto singravam as ondas.

Mas todas as partidas eram emocionantes para ele.

O sangue corria mais rápido, os pulmões se enchiam de maresia e ele pensava, sempre, que aquele era o lugar onde deveria estar. O que era irônico, já que não estava em um lugar específico, e sim navegando a toda a velocidade.

Será que isso queria dizer que o destino dele era estar sempre em movimento?

Será que viveria no mar até o final de seus dias?

James observava o céu enquanto conduzia o Gryffindor ao largo da cidade de Windsor, adentrando o English Channel.

Era um dia perfeito para navegar. O céu estava límpido e o vento forte. Se as condições climáticas continuassem dessa forma, daria para chegar no Brazil em sete dias.

Ele ora para que dê tudo certo.

— Senhor? — alguém chama, James se virou, esperando que ela continuasse. — É verdade o que Red disse?

O capitão franzira o cenho.

— Capitão... Red disse que há um magricela engomado no navio, é verdade?

James suspira.

Maldição.

— É sim, Dorcas.

Fez-se um momento de silêncio, e então a mulher continuou:

— Mas capitão... não dá um azar do diabo isso? Quer dizer, o que esse magricela fará aqui? Wormtail disse para Red que ele parece não conseguir virar uma vela, senhor.

Ele mordeu o lábio inferior, lutando contra o impulso de soltar uma gargalhada.

— Wormtail exagerou, Dorcas. — ele falou. — E vocês não vão nem lembrar que ele está aqui.

Dorcas não parecia ter levado muita fé, mas voltou, mesmo assim, para a cozinha de bordo.

— Maldição — disse o capitão. Apesar de não haver ninguém por perto para ouvi-lo. —  Se eu tiver sorte, eu mesmo não vou nem lembrar de que ele está aqui.

»»——⍟——««

Regulus ouviu a porta da cabine se abrir, o príncipe estava com fome, o que o deixava com um péssimo humor. E estar amarrado na cama de um pirata desconhecido não ajudava nem um pouco.

Look After You, starchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora