Capítulo Oito

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O resto do dia se passou  sem maiores incidentes. Regulus notara um romance que não havia visto na noite anterior e resolveu lê-lo, mudando-se, ao sabor do tédio, da cama para a cadeira, para a outra cadeira e de volta para a cama. Quando começou a escurecer lá fora, o príncipe foi à janela, mas o navio devia estar voltado para o leste porque o céu ia do azul ao azul-escuro sem um único traço de rosa ou coral.

Pensou ter visto uma pincelada de índigo, mas era mais provável que fosse sua imaginação.

Contudo, fazia sentido pensar que, se estava voltada para o leste no caminho para o Brasil, na volta estaria voltado para o oeste. Consolou-se ao pensar que haveria pôr do sol de sobra para admirar durante o retorno.

Pensou que poderia acordar mais cedo para ver o nascer do sol, mas, conhecendo seus hábitos, sabia que isso não iria acontecer. Pouco depois das oito, a batida tímida de Dorcas soou à porta. Embora soubesse que ela tinha a chave, Regulus se levantou para cumprimentá-la. Parecia a coisa educada a se fazer, já que ela provavelmente estaria trazendo uma bandeja pesada.

— Boa noite.

— Boa noite, Dorcas. — respondeu, educadamente. — Pode entrar, o jantar está com um cheiro delicioso.

— Frango ao molho. Eu comi antes de trazer o seu jantar, está divino.

— Que tipo de molho?

— Madeira, foi assim que o cozinheiro chamou, acho. — ela da de ombros.

— Molho madeira... — Regulus sorri de forma amistosa. — Um dos meus preferidos.

Dorcas devolveu o sorriso.

— O Capitão virá jantar aqui hoje? — perguntou Regulus, observando Dorcas deixar a bandeja sobre a pequena mesa no canto do quarto.

— Para ser bem honesta, eu não sei. — ela retirou o frango e acompanhamentos, deixando-os sobre a mesa. — O Capitão está bem ocupado no convés.

— Ocupado? — o príncipe franziu o cenho. — Aconteceu alguma coisa?

— Ah, não. — sorriu. — Não aconteceu nada, nós apenas achamos que você poderia estar com fome.

Nós?

— Eu, Moony e Worm — Regulus se aproximou, afastando as mãos de Dorcas do prato. Alí ele não era um príncipe, poderia muito bem servir a si mesmo. A mulher o olhou com o cenho franzido, mas quando Regulus a olhou pedindo silenciosamente para que continuasse, ela o fez: — Estávamos falando de você.

Regulus sorriu.

— Será que vou querer saber o que estavam falando?

— Bem, eu estava falando apenas coisas boas. — uma risada saiu dos lábios de Regulus e Dorcas o acompanhou.

— Worm, Moony e eu começamos com o pé esquerdo. — ele diz, pegando um pedaço pequeno de frango e mordiscando. — Nossa, esse frango está realmente muito bom.

Dorcas sorri.

— O chefe ficará feliz em ouvir isso. E bem, não tem como culpa-lo por ficar com raiva. — falou Dorcas.

— De fato.

— Venho buscar em uma hora. — ela diz, indo até a porta.

— Ah, Dorcas... — Regulus a chama. Ela para e ele caminha até a moça de pele escura. — Uh... Desculpe, mas onde fica o lavabo no navio? Quero dizer, o banheiro desse aposento tem apenas uma privada e uma pia.

— O lavabo fica na parte inferior do navio, onde armazenamos algumas coisas. — Dorcas mordeu o lábio inferior, ela suspirou, passando a mão livre em seu rosto nervosamente. — Mas você não pode ir lá, Regulus.

Look After You, starchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora