Capítulo Quinze

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Naútes¹. É um substantivo de dois gêneros:
Navegantes; marinheiros.

Regulus largou o livro, sem nunca tirar os olhos do rosto do capitão

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Regulus largou o livro, sem nunca tirar os olhos do rosto do capitão. Tinha a estranha impressão de que, se rompesse o contato visual pelo mais ínfimo momento, o convite estouraria no ar como uma bolha de sabão.

Ele concordou com o mais leve dos acenos.

— Por gentileza — disse ele, estendendo o braço.

E mesmo que cada milímetro de razão e retidão dentro de Regulus estivesse gritando que ele não deveria tocar naquele pirata, que não deveria permitir que sua pele chegasse nem perto da dele...

Regulus pegou a mão dele.

O capitão James ficou imóvel por um momento, olhando para suas mãos unidas como se não estivesse acreditando. Devagar, cerrou os dedos ao redor dos dele e, mãos devidamente entrelaçadas, acariciou a pele macia do pulso de Regulus com o polegar.

A carícia repercutiu por todo o corpo dele.

— Venha — disse ele. — Vamos lá para cima.

Regulus assentiu, aturdido, tentando entender a sensação peculiar que se espalhava pelo seu corpo. Estava aéreo, como se os calcanhares pudessem se erguer do chão a qualquer momento, sem âncora, na ponta dos pés.

Seu sangue borbulhava sob a pele, e ele sentia comichões... não no ponto em que o capitão o tocava – a mão, que estava morna e segura, enredada na dele –, mas em todo o resto do corpo.

Em cada menor recôndito de seu ser. Ele queria...

Algo.

Talvez quisesse tudo.

Ou talvez soubesse muito bem o que queria, mas tivesse medo demais para sequer pensar no assunto.

— Regulus? — murmurou ele.

Regulus ergueu o rosto. Quanto tempo tinha passado olhando para suas mãos unidas?

— Está pronto?

— Devo levar um cachecol? — perguntou ele. Então se deu conta da irrelevância da pergunta. — Não que eu tenha um cachecol. Mas vou precisar?

— Não — respondeu o capitão, parecendo achar graça. — A temperatura está boa. A brisa está bem leve.

— Mas de sapatos eu vou precisar — disse Regulus, soltando a mão dele.

Ele hesitou por um instante, sem conseguir lembrar onde estavam as botas pretas. Não se calçara uma única vez desde que chegara. Por que se daria ao trabalho?

— No armário — disse o capitão. — No fundo.

— Ah, é claro.

Que tolice. Ele sabia onde estavam. Capitão James as guardara ali no segundo dia, depois de tropeçar nas botas pela terceira vez.

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⏰ Última atualização: Oct 31 ⏰

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