Durante um passeio pela costa, o curioso Regulus Black fica surpreso ao descobrir um esconderijo de contrabandistas dentro de uma caverna. Mas, sua curiosidade se transforma em desespero quando dois piratas o sequestram e o levam a bordo de seu navi...
Schadenfreuden¹ – palavra em alemão que significa sentir prazer com a desgraça alheia –.
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Regulus tinha terminado mais ou menos um quarto do passatempo quando ouviu uma única batida rápida na porta, seguida do som da chave virando.
— Capitão James — disse ele, surpreso.
Como sempre, James estava tão bonito que chegava a ser ridículo. Piratas e seus cabelos despenteados pelo vento – por que isso era sempre tão atraente? Para piorar, a camisa agora estava desabotoada no colarinho. Na verdade Regulus não se incomodou com aquilo, havia visto mais do que deveria na noite anterior. Mas, por educação, desviou os olhos e voltou à peça em sua mão.
Talvez pertencesse ao Canadá. Ou ao Japão.
— Pensou que fosse Dorcas? — perguntou ele.
— Não, ela nunca bateria à porta com tamanha autoridade. Mas você não disse que só voltaria à noite?
Ele pigarreou e fez um gesto em direção à parede oposta.
— Só vim buscar uma coisa no meu guarda-roupa.
— Um lenço para o pescoço, talvez — murmurou Regulus.
Regulus nunca havia visto outro homem despido, pelo menos não até ver o pirata James Potter no dia anterior. Na realidade, Regulus já vira seu melhor amigo nu, mas ele não tinha aquela aparência. Ou, se tinha, Regulus nunca tinha reparado.
O capitão, por outro lado... Bem, Regulus já admitira para si mesmo que o pirata era atraente. O que estava perfeitamente bem, desde que não admitisse para ele.
James levou a mão à garganta, e Black suspeitou que ele houvesse esquecido que tinha tirado o lenço.
— Costumamos dispensar as formalidades a bordo.
— Está muito quente lá fora?
— Fora da sombra, sim.
Devia ser por isso que o cabelo dele tinha mechas douradas. Regulus poderia apostar que os fios não eram tão radiantes quando ele passava o ano inteiro na Inglaterra.
“Fios radiantes?” Regulus se repreendeu. Enquanto estivesse preso naquele navio, coisas assim não deveriam ter lugar na mente dele. Eram fantasias bobas e...
Ah, que se dane.
Bobas e verdadeiras. Mas os piratas não deveriam ser imundos e grosseiros? O capitão James parecia estar sempre pronto para ir tomar chá com a rainha.
Regulus ficou olhando enquanto ele remexia no armário, (o capitão James estava de costas e, portanto, ele não tinha nenhum motivo para não olhar). Após alguns instantes, o capitão tirou algo lá de dentro, mas, o que quer que fosse, enfiou no bolso antes que Regulus conseguisse ver. Ele voltou a atenção para o passatempo assim que o capitão James fez menção de se virar.
