33: A consequência do destino é o amor

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28 de fevereiro de 2022

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28 de fevereiro de 2022

Pedro Tófani:

Por fim, quando os primeiros feixes de luz invadiram o céu eu me senti pronto. Mesmo que as palavras certas parecessem fugir da minha língua, eu sabia que se eu não tomasse coragem naquele momento, eu não tomaria nunca.

Sentia João cada vez mais longe de mim enquanto a manhã se aproximava, e sem saber muito bem como me comportar, respeito o espaço dele por mais estranho e repentino que seja.

Nunca fui um cara que se importou com a distância das pessoas, na verdade por volta dos meus 11 anos aprendi que pessoas são meio filhas da puta às vezes, elas costumam machucar umas as outras como justificativa das suas próprias inseguranças, acho que por isso nunca tive muitos amigos de verdade e os poucos que eu tive não suportaram ficar.

De qualquer jeito, agora eu me sentia diferente, eu não consigo mais ignorar o incômodo do meu peito, muito menos agir como se estivesse tudo bem mais uma pessoa que entrou na minha vida escapar outra vez. Porque realmente não estava, João Vitor não poderia correr de mim como todos a minha volta fazem.

Alheio com tantas inseguranças, decido que se dessa vez ele quisesse ficar deveria saber o que está por trás do meu casamento forjado. Não acho que essa seja um tipo de desculpas para justificar o babaca que eu costumo ser, mas uma forma dele entender que eu estou tentando ser diferente, por mais que a vida parecesse me jogar um pouco para trás a cada passo que eu dou.

No canto menos tumultuado João toma alguns goles da sua água sorrindo educadamente para os seus amigos. Assim como eu, quando voltamos para perto dos nossos amigos suspendi a bebedeira e preferi me distrair ouvindo alguma conversa entre eles enquanto escutávamos o trio elétrico passar.

De forma suave toco no seu ombro, o contato reage como um choque na sua pele já que o moreno vira de supetão para mim, ele sorri levemente tentando desfarçar a sua reação mas já era tarde demais, eu tinha notado o seu jeito alheio desconexo com a sua volta.

— Oi.
Seus labios soltam um suspiro enquanto eu avanço mais um passo para perto dele.

— A gente pode conversar?

Ele confirma, novamente se aproximando de Giovana e cochichando alguma coisa no seu ouvido, ela concorda e assim partimos.

O sentimento de estar pisando em ovos enquanto caminhamos lado a lado me domina. Tomo cuidado com cada ação minha, como se João fosse uma peça tão frágil que qualquer toque grosseiro fizesse quebrá-lo em minhas próprias mãos.

Eu gosto demais dele para ser um idiota outra vez e machucá-lo.

— E então...?
O moreno afasta os seus cabelos do rosto me dando uma visão da sua pele corada reluzente aos raios de sol que já começavam a cruzar o céu.

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