Capítulo 8

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XV

—Vai ser incrível.

O Escuro parecia estar congelado enquanto observava a direção por onde deveria vir o menino, talvez suas mãos tremessem, ainda que Mingyu não pudesse ter certeza, o mesmo tilintava de medo e frio, inseguro com a situação. Esperavam, sem saber o porque, que Vernon se aproximasse o suficiente, ou talvez tinham medo o suficiente para não se moverem.

—Papai—Fala o menino parecia com um grande sorriso e algo nas mãos, mas ninguém mais veio com ele.—Pensei que não os encontraria, queria que o Mingyu visse o Bongbong.

O Escuro suspirou em alívio, Mingyu o observa por um bom tempo relaxando seu corpo quando o faz, ambos aliviados porque ninguém segue o pequeno. Quando Vernon chega correndo até eles alça os braços apresentando o minúsculo acompanhante de Vernon, um porquinho.

—O que você faz com o mascote do Jeonghan? Ele deveria cuidar de ti, e não fazer você cuidar desse porco

Mingyu se emocionou com o pequeno animal, acariciando suas orelhas, enquanto Vernon o inclinava mais para ele, obrigando-o a carregá-lo. Quando o animal finalmente estava nos braços de Mingyu, ele deu um pequeno salto para se acomodar melhor e voltou a ser acariciado com delicadeza.

—Ele me disse que tinha coisas para fazer, disse que sairia —comentou Vernon.

Vernon deu um pequeno salto para alcançar Bongbong, apoiou-se nos braços de Mingyu e apenas se dedicou a observar.

—Saiu? Na luz? —perguntou Mingyu.

—Já escureceu —respondeu Vernon.

Mingyu levantou o rosto, quase sem poder acreditar que já tivesse escurecido novamente. Sua mente viajou para casa, onde seus dois amigos estariam certamente preocupados. O avô o mataria se ele sobrevivesse a isso; já podia ouvir seus gritos ecoando pelas paredes da biblioteca, e Minghao estaria irritado por ter desaparecido de novo.

Talvez Seokmin o perdoasse, porque, dos três, é quem poderia ser considerado o mais frágil emocionalmente. Mas com Minghao, ele teria que discutir, como se fosse um interrogatório. Não seria mais como da primeira vez; agora é diferente, porque ele não pode dizer uma palavra se não quiser que o vô o mate por ter pensamentos, um tanto quanto, positivos sobre os escuros.

—Não é muito cedo para isso?

Vernon assentiu. O desconforto de Mingyu se espalhou por todo o seu estômago. O porquinho que se movia entre seus braços passou de se contorcer a cheirar seu rosto, mas Mingyu nem sequer prestou atenção. Nunca havia escurecido mais tarde ou mais cedo; sempre era na mesma hora, sempre soavam os alarmes por toda a cidade.

—Nem mesmo soou o alarme —acrescentou Vernon, sem parar de acariciar o porquinho—. Por isso Jeonghan me pediu para cuidar de Bongbong. Todos queriam sair, mas o líder disse que seria melhor ficarmos aqui, que poderia ser perigoso... mas a Jeonghan não se importou e me pediu para guardar segredo. Oh... não sou bom em guardar segredos…

—Jeonghan foi o único que saiu?

Vernon virou-se para observar o Escuro e depois se escondeu atrás de Mingyu e do animal, selando os lábios de forma trêmula, de maneira que nem mesmo Mingyu acreditou. O escuro fez uma careta, esperando a resposta da criança.

—Talvez... me disseram que não contasse a ninguém. Eles vão ficar bravos comigo...

—Se você não me disser a verdade, eu vou ficar bravo com você!

Mingyu sentiu um pequeno impulso de esconder melhor Vernon, entregando o animal para enfrentar o Escuro. Ele fixou os olhos nele, aqueles olhos levemente brilhantes de cor âmbar, respirou fundo em busca das palavras certas.

Oscuro - [SEVENTEEN] |TRADUÇÃO PT-BR|Onde histórias criam vida. Descubra agora