Minghao tremia muito, mas permanecia incapaz de se mover por conta própria, como se estivesse preso naquele estado. A espessa escuridão não o permitia ver muito, mas ambos os olhos alaranjados emitiam uma pequena luz, permitindo que ele visse os ossos das bochechas dos Escuros.
Ele ouviu sua própria respiração no meio do silêncio, assustando-se imediatamente, sem perceber que era ele quem emitia aquele vago som. Nenhum dos dois Escuros à sua frente se movia, e ele não conseguia decidir se isso o aterrorizava mais ou o acalmava um pouco.
Estar entre os dois fazia com que o vento congelante não o atingisse, e ele se mantinha aquecido. Seus tremores e pele arrepiada deviam-se apenas ao intenso terror que sentia.
Um dos Escuros piscou, fazendo com que Minghao, por impulso, se protegesse com os braços, mesmo sabendo o quão inútil era aquilo contra eles. Ele quase gritou quando um de seus braços foi agarrado, sentindo a pele áspera do outro, quase como uma rocha. Com os olhos fechados e o coração disparado, ele se atreveu a lançar um forte chute, sem se importar com a direção onde chutaria, como um reflexo repentino.
Deu o golpe com toda a força que suas pernas permitiram, ouvindo o gemido agudo do Escuro. Não teve tempo para ver suas reações; ele apenas tentou fugir, caindo no chão no processo e agravando ainda mais seu tornozelo machucado.
— Oh, cara, acho que você quebrou o nariz dele — ouviu pelas costas, mas decidiu que preferia viver do que olhar.
Ele colocou força nas pernas e se impulsionou para frente, apoiando-se com os braços para começar a correr.
— Ei! Você quebrou o nariz dele! Não pode fazer isso de novo?
— Cala a boca, meu nariz não está quebrado — ouviu a risada de um deles, mas não ligou.
Com os olhos fechados, continuou correndo sem saber para onde ir. A escuridão era densa, fria, e o fazia entrar em pânico ao colocar um pé atrás do outro sem saber o que encontraria. Seu coração batia com tanta força que ele quase podia ouvi-lo, imaginando-o como batidas de um tambor.
— De qualquer forma, acho que Joshua não ia gostar dele.
—Tá brincando? Ele vai adorar, com certeza.
XX
— Não sei seu nome — murmurou Mingyu, com aquele cheiro forte no cabelo escuro e pele pálida do pescoço de Wonwoo.
— Você não precisa saber — respondeu Wonwoo.
Dos lábios de Mingyu quase saiu um "talvez" como resposta, mas suas cordas vocais pareciam ter falhado, e de sua boca só saiu um suspiro cansado, inundado por tantas sensações, sobrecarregando Mingyu até arrepiar cada parte de sua pele. Ele não sabia qual era a razão, mas encontrava no Escuro algo parecido com uma droga.
Não estava nem consciente de onde estavam; seus olhos não conseguiam se abrir, apesar de suas pálpebras tremerem e um de seus olhos latejarem com incômodo. Respirou fundo, esquecendo o efeito que o aroma do Escuro tinha sobre ele, e, por causa disso, perdeu-se completamente.
— Meu nome é Mingyu — sussurrou, ainda perdido nesse limbo de sensações, ignorando agora o vento frio que atingia sua pele.
— Não me importa.
— Na verdade... é Kim Mingyu.
Ele já não estava coerente com o que dizia. As palavras simplesmente saíam, como se precisassem escapar. Poderia dizer qualquer coisa ao Escuro e nem perceber o que realmente saía de seus lábios. Estava vulnerável diante do Escuro, incapaz de pensar com clareza.
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Oscuro - [SEVENTEEN] |TRADUÇÃO PT-BR|
FanficOs escuros são, como chama Mingyu, vampiros que não bebem sangue, mas sim comem carne humana, com unhas e dentes que rasgam a pele e olhos que brilham na escuridão, as vezes verdes, azuis, brancos ou vermelhos dependendo do escuro em questão. Não sã...