Fica dormindo baixo a proteção da luz, se apagar está confiante de que pelo menos dormirá, assim o faz, mantendo atenção para caso a seguinte luz acenda e possa correr até ela, mas tudo parece inútil porque o único farol funcional parece ser o seu.Treme e se cobre com o casaco de Minghao, é confortável e acolhedor, tanto que esquece do frio por vários minutos quando se cobre, mas o chão é tão duro que é impossível se manter em uma única posição. Abre os olhos por um segundo e pode ver que um poste está aceso, existe um apagado no caminho, então não podia se mover de lá.
Consegue distinguir com que foi que tropeçou e o flashback vêm.
A senhora correndo com seu filho em busca de um bom vinho.
Pode ver o sangue e parte do corpo dela, um braço já não está no seu lugar e está despedaçado, sua roupa foi rasgada e no seu estômago apenas as costelas ensanguentadas se projetam, porque o interior parece vazio, é uma visão que o faz gemer de terror e tenta se afastar o máximo possível. Essas coisas estiveram comendo ela todo esse tempo, pode observar como o rosto da mulher está destroçado.
Um soluço o faz reagir, é o menino. Tenta se aproximar segurando a vontade de vomitar, engatinha até escutar melhor e definitivamente era o choro de uma criança entre a escuridão, talvez os escuros sigam ali, talvez o menino corra perigo.
—Ei...—Sussurra, e o soluço para por um instante—Vem aqui, é perigoso que fique na escuridão, vem pra luz.
Consegue ver as mãos ensanguentadas do menino sobre o cadáver da mulher, levanta a roupa e a Mingyu destroi-lhe o coração que alguém tão pequeno tenha que passar por isso. Volta a chamá-lo em um sussurro observando ambos os lados apesar de não poder ver nada, quer que o pequeno corra até ele, mas sabe que é mais fácil que fique onde está e se proteja, isso até que a luz sobre a senhora e o menino falhe.
—Vem, cuidarei de ti.— Promete e estende seu braço com medo, apenas quer deixar salvo o pequeno que perdeu sua mãe.— Não tenha medo, só tem que correr.
Não pode ver o menino, mas sabe que lhe escutou porque percebe quando corre, seu coração bate tão rápido e com tanto medo que não consegue respirar até tê-lo em seus braços. O pequeno se funde em seu peito, chora e se esconde com as mãos cheias de sangue, por um momento se preocupa porque não sabe se foi machucado ou é da mãe. Acaricia o cabelo com carinho e abraça porque ele também necessita consolo, deixa de sentir-se só e o protege como pode, tenta acalmá-lo.
Acalma o menino abrigando-o mesmo que seu pequeno corpo seja quente, podia ter febre por ter estado na escuridão por tanto tempo e é por isso que o abraça com mais força, para que deixe de sentir frio. É tão pequeno em comparação a ele que lhe parece muito frágil, por isso deixa que siga chorando inclusive antes de lhe dizer algo. O silêncio da noite parecia infernal, mas agora, com um menino chorando, se sente lamentável e triste, depressivo.
— Está salvo.— Murmura.
Pouco a pouco os soluços do pequeno vão diminuindo, isso é um bom sinal porque significa que poderá conversar com ele. O afasta para poder vê-lo melhor e limpa suas lágrimas, o rosto infantil lhe agradece e entrega um sorriso trêmulo. Perder a mãe sempre é difícil, e suceder de uma maneira tão cruel faz com que Mingyu queira chorar como o menino, mas o menor parece ser forte e se recupera pouco a pouco do trauma.
Parece extrangeiro, reconhece por todos os traços que os diferenciam, se pergunta se o pai seria de outra nacionalidade, também se pergunta o quão preocupado estaria o homem esperando que chegasse sua esposa e filho.
— Obrigado.— Diz-lhe o pequeno com um sorriso enquanto limpa suas lágrimas com as mãos cobertas de sangue, Mingyu o dente e busca algum paninho. Mas o menino lambe os dedos como um bebê, isso lhe dá um calafrio.
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Oscuro - [SEVENTEEN] |TRADUÇÃO PT-BR|
FanfikceOs escuros são, como chama Mingyu, vampiros que não bebem sangue, mas sim comem carne humana, com unhas e dentes que rasgam a pele e olhos que brilham na escuridão, as vezes verdes, azuis, brancos ou vermelhos dependendo do escuro em questão. Não sã...