Sussurros Noturnos

Capítulo 32

🔮    Eleanor Sinclair   🔮

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1 mês depois ...

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Um mês havia se passado desde o ultrassom, e a minha barriga já começava a dar sinais discretos de vida. Eu havia saído do mercado, carregando algumas sacolas enquanto conversava com Richard ao telefone. O dia estava tranquilo, e o céu cinzento indicava que uma chuva poderia cair a qualquer momento.

— Vou chegar em casa em uns quinze minutos — disse, sentindo-me mais leve ao ouvir a voz de Richard do outro lado da linha. — Você vai fazer algo especial para o jantar?

— Tenho uma surpresa para você, mas só vou revelar quando você chegar. — Sua voz suave me fez sorrir. A vida com ele era uma constante surpresa, um equilíbrio perfeito entre segurança e excitação.

Caminhando pela calçada vazia, eu me perdi em pensamentos sobre a chegada dos nossos bebês. A ideia de sermos pais de gêmeos já não me assustava mais, pelo contrário, me preenchia de uma alegria que não conseguia expressar em palavras. A cada dia, a conexão entre Richard e eu parecia crescer ainda mais forte, como se nossos corações se preparassem para o que estava por vir.

Foi quando senti algo estranho. Um calafrio percorreu minha espinha, e a sensação de estar sendo observada me fez apertar o telefone com mais força. Olhei ao redor, mas não vi nada de imediato. No entanto, um som atrás de mim me fez virar o rosto.

— Eleanor? — A voz de Richard continuava no telefone, mas eu mal consegui processar o que ele dizia.

De repente, tudo aconteceu muito rápido. Alguém me puxou com força para um beco estreito entre dois prédios, e o telefone escorregou das minhas mãos, caindo no chão com um barulho surdo. Eu soltei um grito involuntário, tentando lutar contra o aperto firme em meus braços. Meu corpo agiu por reflexo, meus pés chutando e minhas mãos tentando me soltar.

— Me solta! — gritei, o pânico crescendo enquanto minha mente lutava para entender o que estava acontecendo.

Ouvi a voz de Richard ao longe, ainda saindo do celular caído, enquanto ele gritava meu nome.

Com o básico de luta que eu sabia, consegui desferir um golpe no estômago do agressor, o que o fez soltar seu aperto por um breve segundo. Aproveitei a oportunidade para me virar e empurrá-lo com força, fazendo-o cambalear para trás.

Quando ele caiu no chão, a máscara que cobria seu rosto escorregou, revelando uma figura que eu nunca imaginaria.

— Danielle? — minha voz saiu em um sussurro incrédulo.

Danielle, estava diante de mim, ofegante e com os olhos arregalados de ódio. Ela levantou-se rapidamente, uma faca prateada aparecendo em sua mão. Seu olhar era insano, carregado de ressentimento e ciúmes.

— Esses filhos deveriam ser meus! — Ela gritou, avançando em minha direção com a faca em punho. — Richard era meu! Esses bebês deveriam ser meus!

Eu recuei, tentando manter distância enquanto minha mente corria, procurando uma saída. Sabia que não poderia enfrentá-la diretamente, não com a faca em suas mãos. Minha única opção era ganhar tempo.

— Danielle, por favor, escuta... — tentei falar, minha voz tremendo de medo.

— Cale a boca! — Ela avançou mais uma vez, e eu consegui desviar por pouco de uma facada, sentindo o pânico me consumir por dentro.

Foi então que, de repente, ouvi o som de pneus freando bruscamente, e um carro parou na entrada do beco. Beatrice saiu de dentro do veículo com uma rapidez surpreendente, correndo na minha direção. Ela não hesitou nem por um segundo.

— O que você pensa que está fazendo, sua maluca? — Beatrice gritou, segurando o braço de Danielle com uma força impressionante, impedindo-a de me atingir novamente.

Danielle lutou contra Beatrice, mas minha amiga era forte e não a deixava escapar. Enquanto segurava Danielle, Beatrice lançou uma série de comentários cruéis que cortavam o ar.

— Richard nunca te amou, Danielle. Ele sempre soube que você era uma narcisista maluca! — Beatrice zombava, seu tom cheio de desprezo. — Ele está com Eleanor porque ele a ama de verdade. Você nunca vai ter isso.

Danielle gritava de raiva, tentando se soltar, mas Beatrice continuava firme. Eu me afastei, minha respiração pesada e descompassada, enquanto meu corpo tremia pelo choque do que acabara de acontecer.

Minutos depois, Richard chegou com uma expressão de puro desespero no rosto. Ele correu em minha direção, me puxando para um abraço apertado, enquanto Beatrice ainda segurava Danielle. Eu me agarrei a Richard, sentindo uma mistura de alívio e medo.

— Eleanor... — Ele sussurrou, sua voz quebrada de emoção. — Eu achei que ia te perder...

Ele olhou para Danielle com uma fúria que eu raramente via em seus olhos.

— Danielle, nunca te amei de verdade — disse Richard, sua voz firme e cheia de desprezo. — Você é uma narcisista que nunca soube o que significa amor. Eu já chamei a polícia, e eles estão a caminho.

Danielle começou a gritar, lutando ainda mais contra Beatrice, que a segurava com força. Seus gritos eram de pura raiva e desespero.

— Você vai pagar, Eleanor! — ela berrou, os olhos cheios de ódio. — Isso não acaba aqui! Você vai pagar muito caro por roubar o que é meu!

Eu tremia, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, mas Richard estava ao meu lado, me segurando firme. Logo depois, a polícia chegou e levou Danielle embora, seus gritos ecoando no ar enquanto ela continuava a me ameaçar.

Ficamos ali, em silêncio, enquanto eu tentava recuperar o fôlego. Beatrice finalmente se aproximou, me olhando com uma expressão que misturava preocupação e alívio.

— Está tudo bem? — ela perguntou, me abraçando rapidamente. — Não acredito que essa louca apareceu do nada.

Assenti, sentindo a adrenalina começar a diminuir. Olhei para Richard, que segurava meu rosto com as mãos, seus olhos escuros me estudando com intensidade.

— Eu estou aqui, Eleanor. Você está segura agora. — Sua voz era suave, mas havia uma determinação feroz em suas palavras.