Robb Stark

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Os ventos gélidos de Winterfell sempre foram seu lar. Você cresceu na fortaleza dos Stark, observando o tempo passar com a serenidade que as muralhas de pedra traziam, mas sempre de longe, à margem dos grandes eventos. Robb Stark, o herdeiro do Norte, era um nome que trazia consigo tanto peso quanto respeito. E para você, sempre foi mais que isso: ele era um símbolo de força, honra e, em seus pensamentos mais profundos, algo mais que uma simples admiração. Algo que nunca ousou admitir em voz alta.

Agora, com o Norte em guerra, a realidade se transformava diante dos seus olhos. Os homens de Winterfell estavam prontos para marchar. E pela primeira vez, você se via mais perto de Robb do que nunca, designada para servir diretamente ao jovem lorde.

- Você, venha comigo - a voz firme de Robb ressoou no pátio enquanto ele apontava na sua direção.

Seu coração acelerou imediatamente. Os olhos dele, azuis e sérios, encontraram os seus por um momento que pareceu durar uma eternidade. Você se aproximou, lutando para manter a compostura enquanto caminhava em sua direção.

- Sim, meu senhor? - perguntou, tentando soar confiante, mas ciente de que sua voz tremia levemente.

- Estamos partindo para o sul em breve - ele disse, sem desviar o olhar. - Preciso de alguém em quem confie para me ajudar com os preparativos. E você será essa pessoa.

Você assentiu rapidamente, sem questionar. Sempre foi leal à Casa Stark, e se Robb confiava em você, era mais do que poderia desejar.

- Claro, senhor. O que precisar de mim, estarei à disposição.

Ele te encarou por mais alguns segundos, um brilho no olhar que você não conseguia decifrar. Não era apenas o comando de um líder para uma serva. Havia algo mais profundo, mas você afastou o pensamento rapidamente, lembrando de seu lugar.

- Preciso que se certifique de que tudo está pronto para a marcha - ele continuou. - E que você me mantenha informado sobre qualquer mudança. As coisas estão se movendo rapidamente. Entendido?

- Sim, senhor.

Nos dias que seguiram, você se ocupou com as preparações, correndo de um lado para o outro, ajudando no que podia. E sempre, nos momentos mais improváveis, sentia o olhar de Robb sobre você. Ele era um líder nato, determinado e forte, mas em raros momentos, quando ele olhava para você, havia uma suavidade que fazia seu coração disparar.

Uma noite, enquanto você organizava os suprimentos no salão principal, Robb entrou. Estava sozinho, as sombras do fogo refletindo em seu rosto marcado pela tensão da guerra iminente.

- Está tarde - ele disse, se aproximando lentamente. - Você deveria estar descansando.

Você parou o que estava fazendo, surpresa pela presença dele ali, tão tarde e sozinho.

- Não me importo com as horas, senhor. Se há trabalho a ser feito, eu farei.

Ele sorriu, um sorriso leve que suavizou a seriedade de seu rosto.

- Você é leal. Sempre foi. - Ele se aproximou um pouco mais, até que estava a poucos passos de distância. - Mas não precisa se sacrificar tanto. Especialmente por mim.

Você ergueu os olhos para encontrar os dele, sentindo o calor subir ao rosto. As palavras estavam presas na sua garganta, mas precisavam ser ditas.

- Eu faria qualquer coisa por você, Robb.

A declaração saiu mais intensa do que você pretendia, e por um breve momento, o silêncio se instalou entre vocês, apenas o crepitar do fogo preenchendo o espaço. Robb desviou o olhar, o semblante agora mais tenso.

- Não diga isso - ele murmurou, quase para si mesmo. - Não deveria me colocar em tal posição.

Confusa, você franziu o cenho, dando um passo à frente.

- O que quer dizer?

- Quero dizer que não sou apenas Robb para você. Sou seu lorde, seu comandante... - Ele suspirou, os olhos azuis cheios de um peso que você não conseguia compreender completamente. - Não posso me permitir sentir... algo por você.

Suas palavras te atingiram como uma onda de choque. Ele estava admitindo que havia algo ali, algo além do respeito mútuo, algo mais que a lealdade. Você respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas.

- Eu sei qual é o meu lugar, Robb. - Sua voz saiu baixa, quase um sussurro. - Mas não posso evitar o que sinto.

Ele fechou os olhos por um momento, como se estivesse lutando contra seus próprios sentimentos.

- E o que você sente? - Ele perguntou, abrindo os olhos novamente, a intensidade de seu olhar cravada em você.

Você hesitou. Poderia mentir, poderia fingir que não havia nada ali, mas sabia que ambos já estavam cientes da verdade.

- Sinto algo que não deveria - você confessou, a voz trêmula. - Algo que eu... não posso evitar.

Ele respirou fundo, dando mais um passo em sua direção, até que vocês estavam frente a frente, tão próximos que você podia sentir o calor de seu corpo.

- Eu também sinto. - As palavras dele eram como uma confissão pesada, cheia de culpa e desejo. - Mas isso... isso é perigoso. Mais do que qualquer batalha.

Você sabia que ele estava certo. A guerra estava se aproximando, e Robb tinha responsabilidades que iam muito além dos sentimentos que vocês compartilhavam. Mas, por um momento, naquele silêncio intenso, pareceu que nada mais importava.

- E o que vamos fazer? - você perguntou, sua voz mal saindo de seus lábios.

Robb suspirou, passando a mão pelos cabelos, como se estivesse tentando encontrar uma solução impossível.

- Vamos lutar. Vamos seguir em frente - ele disse, o tom cheio de resignação. - E tentar não deixar que isso nos destrua.

- Mas como? - você insistiu, sentindo seu coração apertar. - Como posso ficar perto de você todos os dias, sabendo disso?

Ele não respondeu imediatamente. Em vez disso, ele te puxou para mais perto, seus lábios quase tocando os seus, mas sem cruzar aquela linha proibida.

- Eu não sei - ele sussurrou. - Mas temos que tentar.

O momento foi interrompido quando alguém entrou apressado no salão. Era um dos homens de confiança de Robb.

- Meu lorde! A marcha está pronta. Precisamos partir imediatamente.

Robb se afastou rapidamente, a máscara de líder voltando ao seu rosto.

- Certo. Vou me preparar. - Ele olhou para você por um último segundo, seus olhos carregando um milhão de palavras não ditas. - Fique aqui, e me avise se algo mudar.

Você assentiu, incapaz de falar, apenas observando enquanto ele saía do salão, seu coração ainda acelerado.

A guerra estava à porta. E com ela, o fim de qualquer esperança de que vocês dois pudessem ter algo além de olhares silenciosos e confissões proibidas.

Mas, por agora, isso teria que ser suficiente.

E, talvez, em algum futuro incerto, quando o Norte estivesse em paz, vocês pudessem explorar o que foi deixado não dito naquele salão de Winterfell. Até lá, tudo o que você podia fazer era esperar e lutar, ao lado dele, em silêncio.

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