Jon Snow

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O acampamento estava envolto em uma quietude pesada, interrompida apenas pelo vento que cortava o campo e pelo crepitar distante do fogo. Você e Jon Snow estavam juntos, uma pequena fogueira entre vocês, tentando se aquecer no frio cortante do Norte.

Jon olhava fixamente para as chamas, os olhos vazios e perdidos em pensamentos. Você observava sua expressão, um misto de preocupação e tristeza pairando em seus olhos.

- Não sei quanto mais consigo suportar esse frio, - você comentou, puxando a manta mais apertada ao redor dos ombros.

Jon não respondeu de imediato. Finalmente, ele disse, sua voz rouca, - O frio não é o pior. É a incerteza, a sensação de que algo está prestes a acontecer, mas não sabemos o que.

Você virou a cabeça para encará-lo, a tensão no ar quase palpável. - Você está falando sobre a nossa missão? Ou sobre... nós?

Ele olhou para você, o olhar duro e cansado. - Sobre tudo, eu acho. Estamos em um lugar onde tudo é incerto. O futuro... o que pode acontecer depois dessa missão... e o que isso significa para nós.

Você engoliu em seco, a pergunta pairando no ar. - E o que você acha que isso significa para nós?

Jon desviou o olhar para o fogo. - Não sei. As coisas são complicadas. Estamos em uma situação em que não podemos nos dar ao luxo de pensar muito sobre o amanhã.

- E se o amanhã nunca chegar? - Você perguntou, a voz tremendo. - E se a missão falhar? E se... se nós não tivermos mais tempo?

Jon se levantou e deu alguns passos para longe da fogueira, como se estivesse tentando escapar da conversa. - Isso não ajuda pensar sobre isso. Nós temos que manter o foco. Se começarmos a pensar em coisas que não podemos controlar, isso só vai nos destruir.

Você se levantou e o seguiu, sentindo o peso das palavras. - E se precisarmos enfrentar o que sentimos antes que seja tarde demais? Não podemos simplesmente ignorar isso.

Jon se virou para você, seus olhos carregados de um medo genuíno. - Eu... eu não quero me apegar a algo que pode ser destruído. Não quero que você se machuque por causa disso. Se há uma chance de que... que algo aconteça, eu não quero que você sofra por isso.

A sinceridade em sua voz cortou como uma lâmina, e você sentiu uma onda de emoção. - Mas não é só sobre você. Eu também tenho sentimentos. Se estamos aqui, agora, em meio a tudo isso... não deveríamos ao menos tentar?

Jon hesitou, olhando para o horizonte como se esperasse ver o futuro se desenrolar diante dele. - Não sei se consigo lidar com isso. Não sei se estou pronto para me deixar levar por algo que pode acabar destruído. Mas... eu não posso negar que estar aqui com você, agora, significa algo para mim.

Você se aproximou, sua respiração visível no ar frio. - Então, o que estamos fazendo? Não estamos apenas adiando o inevitável. Talvez, se enfrentarmos isso agora, não teremos arrependimentos mais tarde.

Jon olhou para você, os olhos cheios de uma confusão dolorosa. - O que você quer de mim? Que eu diga que tudo vai ficar bem? Que vamos encontrar uma maneira de fazer isso funcionar?

Você estendeu a mão, tocando seu braço com um gesto que era ao mesmo tempo carinhoso e cheio de necessidade. - Eu quero que você seja honesto. Diga-me o que sente, sem as armaduras, sem as defesas. Apenas... seja real comigo.

Jon respirou fundo e, por um momento, parecia que estava prestes a falar, mas a tensão do ambiente e a iminente sensação de algo se aproximando interrompeu suas palavras. Um som distante de galhos quebrando fez com que ambos se voltassem para o escuro da floresta ao redor. A sensação de perigo iminente estava presente, e a realidade do Norte parecia ser mais cruel do que nunca.

- Devemos voltar para o acampamento, - Jon disse, sua voz abrupta. - O que quer que esteja lá fora, não podemos nos dar ao luxo de ignorar.

Você o seguiu de volta ao redor da fogueira, o calor da chama não conseguindo dissipar a tensão crescente entre vocês. O medo do desconhecido e a incerteza sobre o futuro se entrelaçavam com os sentimentos que não eram mais possíveis de ignorar.

Sentados em silêncio ao redor da fogueira, a conversa foi substituída por uma presença silenciosa e carregada. Você olhou para Jon, esperando uma palavra, um gesto, qualquer coisa que pudesse dar algum sentido ao que estava acontecendo.

Jon se aproximou lentamente, e, sem palavras, seus lábios encontraram os seus em um beijo tenso e cheio de sentimentos não ditos. O beijo era urgente e desesperado, uma tentativa de encontrar algum tipo de consolo e conexão em meio à incerteza e ao medo.

Quando finalmente se afastaram, a sensação de calor ainda permanecia, mas a tensão não desapareceu. A verdade era que, mesmo com o beijo, a dúvida ainda estava presente. Vocês estavam em um campo de batalha não apenas com os inimigos externos, mas com os sentimentos e medos internos que não podiam ser facilmente vencidos.

Jon olhou para você com uma expressão que misturava desejo e preocupação. - Eu... eu não sei o que o futuro nos reserva. Mas, por agora, eu sei que estar aqui com você é importante para mim.

Você segurou a mão dele, o toque quente contrastando com o frio do ambiente. - E eu não quero que isso acabe sem que tenhamos tentado. Mesmo que o futuro seja incerto, eu quero que saibamos que fizemos o nosso melhor para enfrentar o que sentimos.

A noite continuou com um silêncio tenso, o frio envolvente tentando apagar a pequena chama de esperança que vocês haviam acendido. A conexão entre vocês era palpável, mas o futuro ainda estava incerto, como uma neblina espessa que se estendia sobre o caminho diante de vocês.

No final, a fogueira queimava lentamente, suas chamas lançando sombras dançantes que pareciam refletir a complexidade e a incerteza de seus sentimentos. Jon olhou para você uma última vez antes de se deitar, e você viu o medo em seus olhos. Ambos estavam profundamente imersos na realidade de que o que quer que o amanhã trouxesse, seria uma continuação de uma jornada não apenas física, mas emocional, e cheia de dúvidas que talvez nunca fossem completamente resolvidas.

A noite avançava, e o silêncio parecia ser a única resposta para o futuro incerto que se desenrolava diante de vocês.

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