Imagines Game of Thrones/House of the Dragon

Jacaerys Velaryon: Sob as Asas do Dragão (Parte 2)

A lua cheia pairava alta no céu quando o grande salão de Pedra do Dragão se encheu com a pompa do banquete. Os nobres de Westeros que foram convidados por Rhaenyra trocavam sorrisos e cumprimentos cordiais, mas você mal ouvia as palavras ao seu redor. Seu coração batia em um ritmo acelerado, não por causa da grandiosidade do evento, mas pela presença dele.

Jacaerys Velaryon. O príncipe de Pedra do Dragão, o homem que você não via desde aquela noite perigosa, quando quase escapou com um ovo de dragão nas mãos.

O destino, ao que parecia, tinha decidido que seus caminhos se cruzariam novamente.

Mas desta vez, a situação era diferente. Você estava longe das sombras e do calor da caverna, e suas intenções não podiam mais se esconder por trás de um ato ousado de roubo. Como uma nobre estrangeira, convidada ao coração da corte Targaryen, estava ali sob a luz, com sua verdadeira identidade exposta.

Porém, algo em seus olhos - quando ele te viu do outro lado do salão - indicava que ele ainda estava em busca de respostas.

O olhar de Jacaerys a encontrou novamente, atravessando a multidão de lords e ladies como uma lâmina afiada. A tensão entre vocês não tinha desaparecido. Ao contrário, parecia ainda mais intensa, misturada agora com uma curiosidade perigosa.

Ele se aproximou de você lentamente, sem desviar os olhos.

Enquanto Jacaerys se aproximava, você sentiu o ar rarefazer ao seu redor, como se o tempo parasse. Ele não estava mais vestido com a armadura simples de combate ou as roupas práticas de um príncipe guerreiro. Agora, envolto em tecidos nobres e joias da Casa Velaryon, Jacaerys parecia ainda mais intimidador - e, de certa forma, distante do homem que você havia enfrentado na caverna.

Quando ele finalmente parou diante de você, o salão inteiro pareceu desaparecer. Sua voz, quando ele falou, era baixa, mas cheia de autoridade.

- Não esperava ver você aqui. - Ele cruzou os braços, os olhos percorrendo seu rosto com uma intensidade que fez seu coração acelerar. - Uma ladra estrangeira, sentada entre a realeza. Que reviravolta interessante.

Você ergueu o queixo, mantendo a calma exterior. A lembrança da última vez em que se enfrentaram ainda estava viva em sua mente, mas agora, você não era mais uma desconhecida. Seu nome e posição nobre te ofereciam uma camada de proteção, mas sabia que, para Jacaerys, isso não bastaria.

- Não sou exatamente quem você pensou que eu era - respondeu, sua voz firme, mas não agressiva. - As circunstâncias naquela noite não foram... ideais para revelações.

Ele arqueou uma sobrancelha, claramente não impressionado com sua evasiva.

- Circunstâncias? - Ele deu um passo à frente, invadindo seu espaço pessoal de forma calculada, seus olhos nunca deixando os seus. - Você tentou roubar um ovo de dragão. Não importa de onde você venha, isso não muda os fatos. - Seu tom era cortante, mas havia algo mais ali - uma sombra de curiosidade.

- E não estou arrependida - você disse, mantendo o olhar fixo no dele. - Eu tinha minhas razões.

- Então me diga. - A voz dele era um desafio, os olhos brilhando com a mesma intensidade daquela noite na caverna. - O que uma nobre de fora de Westeros estava fazendo arriscando a própria vida para roubar algo tão perigoso?

Você hesitou, consciente de que aquela era a hora de revelar parte da verdade, mas não tudo. Havia muito mais em jogo do que Jacaerys poderia imaginar. Suas motivações iam além de um simples roubo; você sabia que o ovo de dragão tinha um papel crucial no futuro de sua própria casa, em terras além do Mar Estreito.

- O que eu faço e por quê não diz respeito apenas a mim, mas à minha casa. - Você o encarou, sua voz baixa, mas firme. - Estamos em tempos sombrios, príncipe. O ovo não era apenas um tesouro... era uma chave para algo maior.

Jacaerys estreitou os olhos, a desconfiança brilhando neles.

- Uma chave para quê?

Você respirou fundo, ponderando até onde poderia ir com a verdade.

- Existem ameaças além do que você e sua família conhecem. Além do Mar Estreito, nossa sobrevivência depende de mais do que alianças políticas e casamentos vantajosos. O ovo... era uma forma de garantir essa sobrevivência.

Ele permaneceu em silêncio por um momento, processando suas palavras. O silêncio entre vocês dois parecia mais pesado que qualquer confronto com espadas.

- Se eu quisesse, poderia mandar prendê-la agora mesmo - ele disse finalmente, a voz grave e fria. - Trazer à tona o que tentou fazer, manchar sua reputação perante toda esta corte.

Você não desviou o olhar.

- Poderia. Mas não o fez naquela noite. E não o fará agora. - Suas palavras foram ousadas, mas seu instinto dizia que estava certa. - Porque, apesar de tudo, você quer saber o que está em jogo tanto quanto eu.

Os olhos dele cintilaram com uma mistura de raiva e algo mais, algo que parecia uma faísca de compreensão. Ele respirou fundo, claramente frustrado, mas também intrigado.

- Acha que eu confiaria em alguém que tentou enganar minha família? - Ele deu um passo para trás, seus olhos nunca deixando os seus. - Diga-me uma razão para não alertar todos sobre o que você tentou fazer.

Você sabia que ele estava te testando, e a única maneira de sair dessa era sendo evasiva.

- Você sabe como o poder pode ser... atraente, Jacaerys. - Você disse, tentando mudar o foco da conversa. - A verdade é que nem tudo é o que parece. Aquele ovo pode ter mais valor do que você imagina, e eu não sou a única interessada nele.

A tensão no ar se transformou em algo quase palpável. Jacaerys não respondeu de imediato, mas você viu a dúvida e a curiosidade dançando em seus olhos. O príncipe Targaryen sabia que não era um simples jogo de gato e rato entre vocês dois.

Ele suspirou, descruzando os braços.

- Da próxima vez que nos encontrarmos, espero que não seja sob circunstâncias tão... complicadas. - Sua voz era mais calma agora, mas ainda firme. - Mas saiba disso: não vou deixar você escapar tão facilmente novamente.

Você sorriu, um sorriso que misturava alívio e desafio.

- Não espero facilidades de você, príncipe.

Com isso, ele deu meia-volta, desaparecendo na multidão do salão. Mas você sabia, assim como ele, que esse não seria o último encontro.