Daemon Targaryen

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As chamas das tochas dançavam nas paredes de pedra, lançando sombras vacilantes no corredor enquanto você caminhava em direção ao salão onde Daemon Targaryen estava. Durante semanas, você fora designada como conselheira durante sua viagem diplomática, uma posição que, à primeira vista, parecia simples, mas que rapidamente se mostrou cheia de tensão. Daemon era, afinal, uma força incontrolável - selvagem, impetuoso e incrivelmente provocador. E o mais intrigante de tudo? Você era uma das poucas pessoas capazes de enfrentá-lo de igual para igual.

- Não esperava que você fosse tão pontual - Daemon ergueu a sobrancelha quando você entrou na sala, sua voz carregada com uma mistura de sarcasmo e interesse.

- E eu não esperava que você fosse tão previsível, Daemon - você rebateu, aproximando-se da mesa onde ele estava. - Achei que estaria jogando seu charme em alguma donzela desprevenida em vez de lidar com questões sérias.

Ele riu, aquele som rouco e perigoso que sempre fazia sua pele arrepiar.

- E perder a oportunidade de ter essa pequena troca com você? Nunca. - Ele se inclinou para frente, os olhos violetas brilhando com uma intensidade que você fingia não perceber. - Afinal, não é sempre que alguém tem coragem de me desafiar.

- Eu não sou "alguém", sou sua conselheira - você disse, com a voz firme. - E você precisa começar a me ouvir, Daemon. As negociações estão em um ponto crítico. Se você continuar com sua teimosia, podemos perder tudo.

Ele se levantou de repente, o sorriso desaparecendo, e por um breve momento, você pensou que ele fosse explodir de raiva. Mas, em vez disso, Daemon deu a volta na mesa lentamente, parando ao seu lado, tão próximo que você podia sentir o calor que emanava de seu corpo.

- E se eu não quiser ouvir? - ele sussurrou, a voz baixa e desafiadora. - E se eu achar mais interessante te provocar, só para ver até onde você aguenta antes de quebrar?

Você se virou para ele, mantendo o olhar firme, mesmo com o coração acelerado. Esse era o jogo entre vocês. Provocações. Desafios. E uma tensão que parecia crescer a cada encontro.

- Então você vai acabar se prejudicando - você retrucou. - Porque, ao contrário de você, eu consigo controlar meus impulsos. Consigo ver além do meu ego.

Daemon sorriu novamente, mas desta vez havia algo mais sombrio por trás de seu olhar. Ele estava gostando disso, claramente. Gostava do embate, da resistência.

- Controlar os impulsos? - Ele repetiu, quase como se estivesse se divertindo com a ideia. - Então você é capaz de me enfrentar, de me desafiar... mas está dizendo que consegue ignorar completamente a atração entre nós?

Seu corpo tencionou, mas você não podia demonstrar fraqueza. Não com ele.

- Atração? - você disse, com uma risada seca. - Você realmente se acha irresistível, não é?

Daemon deu um passo mais perto, seu rosto a centímetros do seu. Os olhos violetas faiscavam como chamas sob a luz das tochas. Havia algo predatório no jeito que ele te olhava.

- Talvez não seja eu quem ache isso - ele murmurou. - Talvez seja você quem tenta ignorar o óbvio. Tenta me desafiar para mascarar o que realmente está sentindo.

Sua garganta secou. Você estava pronta para rebater, para negar, mas a proximidade dele, o cheiro inebriante de couro e ferro, e aquela maldita confiança arrogante, faziam as palavras morrerem em seus lábios.

- Isso é ridículo, Daemon - você finalmente disse, tentando soar indiferente.

Ele riu novamente, mais baixo desta vez, e deu mais um passo, fechando a distância entre vocês até que seus corpos quase se tocassem.

- Não, não é ridículo. Eu vejo o jeito que me olha quando acha que não estou vendo. Vejo o quanto tenta esconder, mas... não pode. E, para ser honesto, estou cansado de fingir que não percebo. - A mão dele tocou de leve seu braço, os dedos quentes contra sua pele, enviando uma onda de eletricidade por todo o seu corpo. - E você?

- Daemon, pare com isso - você sussurrou, a voz finalmente traindo sua resistência. - Isso é... insano.

- Insano? - Ele inclinou a cabeça, como se considerasse a palavra. - Pode até ser. Mas insano ou não, é real. E eu não sou conhecido por ser paciente.

- Você não pode simplesmente agir como se... como se fosse inevitável - você disse, tentando manter a racionalidade. - Nós somos... de mundos diferentes. Isso seria um desastre.

Daemon deu uma risada curta, cheia de ironia.

- Um desastre? Talvez seja. - Ele levantou a mão e, gentilmente, puxou uma mecha de cabelo que caía sobre seu rosto, enrolando-a em seus dedos antes de soltá-la. - Mas eu gosto de desastres. Gosto do caos.

- E eu gosto de estabilidade - você rebateu, ainda que sua voz estivesse falhando.

Daemon inclinou a cabeça, observando-a por um longo momento, antes de dar um passo para trás, rompendo a tensão, mas não o desejo no ar.

- É mesmo? - ele disse, cruzando os braços sobre o peito. - Você realmente prefere estabilidade ao fogo? Prefere viver sua vida como uma conselheira, escondida nas sombras, do que viver algo intenso, verdadeiro?

Você sentiu o chão sumir por um momento. As palavras dele atingiram um ponto vulnerável em você. Porque, por mais que você tentasse se enganar, algo em Daemon sempre te puxara. Desde o primeiro dia.

- Eu... - começou, sem saber ao certo o que dizer.

Daemon se aproximou de novo, mais devagar desta vez. Seus olhos, agora menos ferozes, mas ainda intensos, encontraram os seus. Ele ergueu a mão e tocou suavemente seu rosto, o polegar deslizando pela sua bochecha de um jeito quase carinhoso.

- Você pode mentir para si mesma - ele disse baixinho -, mas não pode mentir para mim. Eu sei o que você sente. Sei que você está tão perdida nisso quanto eu.

O ar parecia ter sumido do ambiente. Sua pele formigava sob o toque dele, e de repente, todas as suas defesas começaram a desmoronar. Você tentou resistir, tentou lembrar a si mesma das responsabilidades, das diferenças entre vocês dois, mas nada parecia importar mais naquele momento.

- Daemon... - você sussurrou, sabendo que estava prestes a ceder.

- Diga que não sente o mesmo - ele desafiou. - Diga que não pensa em mim da mesma forma que eu penso em você, e eu paro. Mas seja honesta.

O silêncio pairou entre vocês, pesado e denso. Sua mente corria, buscando uma saída, mas seu corpo estava sendo atraído por ele como ferro a um ímã.

- Não posso... - você começou, mas as palavras se desfizeram na sua boca.

Ele sorriu, um sorriso triunfante e perigoso, e antes que você pudesse dizer mais alguma coisa, Daemon inclinou a cabeça e capturou seus lábios com os dele.

O beijo foi selvagem, ardente, uma explosão de tudo o que vocês vinham segurando por tanto tempo. Você correspondeu, sem pensar, sem resistir. Era como se todas as emoções reprimidas viessem à tona de uma vez, e naquele momento, o mundo ao redor deixou de existir. Não havia mais negociações, cortes, diferenças. Apenas você e Daemon.

Quando finalmente se separaram, ambos ofegantes, Daemon ainda segurava seu rosto, seu olhar fixo no seu, como se tentasse decifrar o que você estava sentindo.

- Você pode continuar fingindo durante o dia - ele disse, a voz rouca. - Mas à noite, quando a lua estiver alta, você sabe onde me encontrar.

Você engoliu em seco, incapaz de falar. Sabia que tinha cruzado uma linha da qual não havia volta, mas, estranhamente, isso não te assustava. Ao contrário, havia uma excitação crescente, uma vontade de ver até onde aquilo iria.

Daemon deu um passo para trás, os olhos ainda brilhando com aquela intensidade implacável.

- Boa noite, conselheira - ele disse, com um meio sorriso, antes de se virar e sair da sala, deixando você sozinha com seus pensamentos, o coração acelerado e o corpo ainda tremendo de desejo.

A lua brilhava alta no céu, e enquanto você olhava pela janela, sabia que nada mais seria como antes.

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