Aemond Targaryen

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A lua cheia iluminava os céus de Pedra do Dragão, refletindo seu brilho prateado sobre o mar escuro que cercava a ilha. Você sentia o vento frio bater no rosto enquanto caminhava em direção ao pátio onde sabia que Aemond estaria esperando. Ele tinha te convidado para um voo em Vhagar, algo que, mesmo após tanto tempo ao seu lado, sempre lhe causava um misto de excitação e receio. Montar em um dragão era uma experiência grandiosa, e Vhagar, sendo o mais velho e imponente de todos os dragões vivos, fazia seu coração acelerar apenas de pensar na decolagem.

Ao atravessar os portões, avistou o príncipe, alto e imponente, com sua capa negra ondulando ao vento. O olhar único de Aemond encontrou o seu assim que se aproximou. Seu semblante sério não deixava transparecer as emoções, mas o convite em si já era uma prova de que, em sua maneira contida, ele desejava compartilhar um momento especial.

- Está pronta? - Aemond perguntou, sem rodeios, a voz baixa e cheia de autoridade, como sempre.

Você assentiu com um leve sorriso, embora sentisse o estômago revirar de ansiedade.

- Espero que Vhagar esteja de bom humor esta noite - respondeu, tentando descontrair a tensão que sempre parecia rondar suas conversas.

Aemond ergueu uma sobrancelha, o traço de um sorriso brincando no canto de seus lábios.

- Vhagar não se incomoda com pequenas coisas como humor. Mas não se preocupe, ela já te conhece. - Ele deu um passo à frente, a proximidade de sua presença imponente fazendo você sentir o calor do corpo dele mesmo com o vento gelado ao redor.

Ele estendeu a mão para você, como sempre fazia antes de qualquer voo. Havia um certo protocolo silencioso entre vocês dois. Quando você segurou sua mão, firme e confiante, Aemond te puxou para perto, seus dedos longos envolvendo os seus com uma gentileza inesperada.

- Vamos - disse ele, olhando para o céu com uma intensidade que sempre parecia carregar o peso de muitas batalhas, apesar da juventude. - Hoje, os céus pertencem a nós.

Subir em Vhagar foi uma experiência monumental. O dragão, mesmo adormecido, parecia uma montanha viva. Aemond, com a naturalidade de quem havia feito aquilo a vida inteira, subiu em sua sela com agilidade. Ele te puxou em seguida, te posicionando firmemente à sua frente, as mãos dele segurando sua cintura para garantir que você estivesse segura.

- Segure-se - ele ordenou, e não havia nenhuma hesitação ou dúvida em sua voz.

O rugido profundo de Vhagar ao acordar fez o chão vibrar sob seus pés, e logo vocês estavam no ar, subindo rapidamente. O vento cortava seus cabelos, e o mundo abaixo parecia se encolher à medida que ganhavam altitude. O coração batia forte em seu peito, mas Aemond, logo atrás de você, parecia tranquilo. Ele sempre estava quando estava em seu elemento - nos céus, com Vhagar, ao seu lado.

- Está com medo? - A voz dele soou próxima ao seu ouvido, alta o suficiente para se fazer ouvir acima do vento.

Você negou com a cabeça, embora a adrenalina corresse por suas veias. Era sempre assim. A sensação de liberdade era avassaladora, e, ao mesmo tempo, a presença de Aemond tão perto te trazia uma segurança difícil de explicar. Ele não costumava ser caloroso, mas ali, no ar, havia algo quase protetor em sua maneira de te manter próxima.

- Sabia que quando estou aqui, com você... - Aemond começou, mas então hesitou por um momento, o que era incomum para ele. - Não existe lugar onde eu me sinta mais livre do que ao seu lado. Nem mesmo os céus me dão essa sensação.

As palavras dele te pegaram de surpresa. Aemond raramente falava sobre seus sentimentos, e quando o fazia, costumava ser de maneira indireta, quase como se cada emoção fosse uma fraqueza a ser contida. Mas ali, no meio do céu aberto, ele parecia mais vulnerável do que nunca.

- Aemond... - você começou, virando a cabeça para tentar olhar para ele, mas o vento dificultava.

Ele te segurou mais firme, e, sem que você esperasse, aproximou os lábios do seu ouvido, sua voz agora em um sussurro, mas cheia de intensidade.

- Sempre me disseram que, como segundo filho, eu nunca seria o suficiente. Nunca seria o verdadeiro herdeiro de nada. - Havia uma amargura nas palavras, mas também uma honestidade que ele raramente deixava transparecer. - Mas com você... Com você, eu sou eu mesmo. Não preciso provar nada.

Você sentiu um nó na garganta, e as palavras dele ressoaram em seu peito. Aemond, que sempre parecia tão imponente, tão seguro, carregava tantas inseguranças que ele raramente admitia. Você sabia que a cicatriz em seu rosto, o olho perdido, eram apenas marcas físicas de uma batalha interna que ele travava constantemente.

- Você é mais do que suficiente, Aemond - você disse, a voz quase engolida pelo vento, mas sabia que ele te ouviria. - E não importa o que digam, para mim, você sempre será mais do que qualquer um poderia ser.

Ele não respondeu de imediato, mas você sentiu a maneira como ele relaxou ligeiramente, como se suas palavras tivessem dissipado uma parte da tempestade dentro dele. A noite estava clara, e o luar banhava tudo em um brilho prateado, tornando o momento quase irreal.

- Vhagar vai pousar em breve - Aemond avisou, mas havia algo em seu tom que sugeria que ele não queria que o voo acabasse tão cedo.

Você sabia que ele adorava o céu noturno, mas naquela noite parecia que o motivo principal era a companhia, o fato de estarem juntos, sem interrupções, sem olhares de julgamento.

Quando finalmente começaram a descer, o impacto suave de Vhagar contra o solo foi uma lembrança de que, apesar da grandiosidade dos céus, vocês sempre precisariam retornar à terra. Aemond desceu primeiro, como sempre, e te ajudou a descer logo em seguida, suas mãos nunca deixando as suas até que seus pés estivessem firmemente plantados no chão.

- Essa foi uma das melhores noites que já tive - ele disse, depois de um momento de silêncio, seus olhos fixos nos seus com uma intensidade que fazia seu coração acelerar. - Não por causa do voo, mas por causa de você.

Você sorriu, e pela primeira vez naquela noite, ele também sorriu. Não era um sorriso grande, mas era genuíno, e você sabia que, vindo de Aemond, aquele pequeno gesto significava muito.

- Também foi uma das minhas - você admitiu, seus olhos nunca deixando os dele.

Ele te puxou de volta para perto, suas mãos fortes em sua cintura, e inclinou-se para sussurrar em seu ouvido uma última vez.

- Nos céus, no chão, ou em qualquer lugar... Eu sou livre porque você está comigo.

Naquele momento, você soube que Aemond, com toda sua frieza exterior, era alguém capaz de um amor profundo e leal. E, embora ele fosse um príncipe, um guerreiro, e alguém que poucos compreendiam, ao seu lado, ele era apenas um homem que encontrava sua verdadeira liberdade no amor que vocês compartilhavam.

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