𝐍𝐄𝐈𝐆𝐇𝐁𝐎𝐑'𝐒|𝐿𝐸𝑂 𝑂𝑅𝑇𝐼𝑍

14.

                                ||𝑪𝒍𝒂𝒓𝒊𝒔𝒔𝒆/ 𝒍𝒚𝒂𝒉||

𝑴𝒆𝒔𝒎𝒂 𝒏𝒐𝒊𝒕𝒆 𝒂𝒑ó𝒔 𝒐 𝒋𝒂𝒏𝒕𝒂𝒓...

No caminho de volta, meus pensamentos estavam à deriva, mas uma coisa era clara: nós estávamos em um ponto de mudança. O restaurante já estava distante, e o silêncio entre nós era diferente agora. Não havia mais aquela tensão incômoda, aquela sensação de algo não dito. A decisão de tentar estava ali, como uma promessa silenciosa pairando entre nós. Eu olhava pela janela do carro, sentindo uma leveza estranha, mas boa.

Leo, ao meu lado, dirigia com uma tranquilidade que eu  estava me acostumada a ver nele. Seus olhos focados na estrada, mas sempre desviando o olhar para mim quando parávamos em um sinal ou numa curva mais lenta. Cada vez que nossos olhares se cruzavam, ele sorria, aquele sorriso que me tranquilizava e aquecia ao mesmo tempo. Minha mente voltava à nossa conversa no jantar a honestidade crua que ele tinha me mostrado, e o medo que compartilhei sem me sentir vulnerável demais. Nós estávamos conectados.

Quando estacionou em frente ao nosso prédio, ele soltou um suspiro discreto, como se aquele momento tivesse algum significado especial. Eu senti a mesma coisa. Tínhamos cruzado uma linha invisível, e agora estávamos em um território que eu queria explorar. Leo saiu do carro, e logo contornou o veículo para abrir a porta para mim, um gesto que sempre me fazia sorrir. Saí, sentindo o ar noturno bater no meu rosto, e nossos dedos se entrelaçaram automaticamente, como se estivéssemos em sintonia.

Subimos no elevador do prédio, e meu coração batia mais rápido. Não era nervosismo, mas uma mistura de antecipação e desejo. Eu sabia que algo importante estava prestes a acontecer. Quando chegamos à porta do apartamento dele, parei por um momento para respirar fundo. Leo olhou para mim, seus olhos claros e atentos, como se estivesse esperando algum sinal. Eu deu um sorriso tímido e destrancou a porta.

O apartamento parecia igual, mas o clima entre nós era diferente. Eu senti o peso da proximidade quando ele entrou atrás de mim, fechando a porta suavemente. Por um momento, ficamos em silêncio, apenas absorvendo a nova atmosfera entre nós. Leo se aproximou, suas mãos encontrando a minha cintura, e o calor do seu toque se espalhou pelo meu corpo.

— Você está bem? — ele perguntou baixinho, sua voz grave e cheia de preocupação.

Assenti, sentindo meu coração acelerar. — Estou sim.

Ele sorriu, o tipo de sorriso que dizia tudo o que ele estava sentindo sem precisar de palavras. Nos movemos juntos de forma natural, e eu o guiei até a sala. Sentamos no sofá, e a proximidade parecia intensificar tudo. As conversas triviais que tínhamos tido antes no carro se dissiparam, e agora o silêncio era cheio de possibilidades.

Ele deslizou a mão pela minha, seus dedos acariciando os meus enquanto ele me observava. O toque era suave, mas carregado de intenção. Minha respiração ficou um pouco mais rápida, mas não era o momento que me deixava nervosa.

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Antes que eu  perceba, Leo vira a mão para entrelaçar os dedos com os seus. Com um puxão suave, ele me puxa contra ele.

— Vem aqui — ele suspira enquanto sua outra mão desliza sobre minha perna nua, parando na parte de trás do meu joelho. Ele me puxa para cima dele para que eu  fique montada em seu colo. Ele beija meus nós dos dedos antes de soltar, suas mãos agarrando minhas coxas enquanto seus olhos vagam por meu rosto.

Ele inclina a cabeça para frente, trazendo seus lábios para meu pescoço, salpicando-o com beijos suaves. Seus dedos se enredam em meus cachos enquanto  inclino a cabeça para o lado distraidamente, permitindo-lhe mais espaço. — ah! — sai da minha boca involuntariamente.