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                            ||𝑪𝒍𝒂𝒓𝒊𝒔𝒔𝒆/ 𝒍𝒚𝒂𝒉||

Respira, Clarisse Aalyah, respira. Você só está indo até o vestiário do Flamengo depois da vitória deles contra o Corinthians, não é nada demais… só a galera do seu time favorito.

Vou andando pelo corredor até o vestiário, tentando não deixar transparecer o quanto estou nervosa. Estou usando a camisa 3 do Leo, meio larga em mim, mas não resisti quando ele me pediu para vesti-la.

Finalmente, chego na porta do vestiário e paro um instante antes de entrar, mas ouço uma voz familiar atrás de mim.

— E essa camisa aí? — Leo aparece sorrindo, com aquele brilho nos olhos que me derrete. Ele passa o braço pelos meus ombros, me puxando de leve.
Eu viro o rosto e o encaro, toda sem graça.
— Tá larguinha, né? — brinco, rindo. — Que perfeição, Jesus! — Ele me puxa pela cintura e me dá um beijo na bochecha. Meu coração dispara, mas antes de eu conseguir responder, ouvimos outras vozes chegando.

Eu me viro e… lá estão eles. Gerson, Gabi e Arrascaeta. Eles nos olham com caras de surpresa e divertimento. Puta que pariu, penso comigo mesma, tentando segurar o nervosismo.

Gerson é o primeiro a se pronunciar, apontando para mim e Leo.

— Olha aí, Gabi, o bigode querendo tomar tua posição de atacante. — Ele diz isso com um sorriso travesso, e eu sinto minhas bochechas queimarem.

Gabi ri, cruzando os braços, me encarando com uma sobrancelha levantada.
— Tô vendo isso aí… Pera, essa é a tua vizinha? — Ele pergunta, ainda meio surpreso.

Eu franso o cenho, surpresa e um pouco curiosa. “Leo já falou de mim pra eles?”

Leo dá uma risada e me puxa um pouco mais perto.

— Ela mesma. — E, sem pensar duas vezes, ele dá outro beijo na minha bochecha, todo orgulhoso. Sinto meu rosto esquentar de novo, mas consigo rir.

Arrascaeta se aproxima, com aquele sotaque que mistura português e espanhol, e me cumprimenta com um sorriso maroto.

— E aí, chaminé ambulante!

Dou risada, mas não deixo passar.

— Salve, Arrasca! Chaminé ambulante? O que você andou falando de mim, hein? — pergunto, virando para Leo com uma sobrancelha levantada.

Ele levanta as mãos, fingindo inocência.
— Só comentei que você gosta de relaxar, de vez em quando…

Arrascaeta ri e me encara.

— Ele só disse que você gosta de fumar uns baseados, nada de mais. — Eu coloco a mão na boca, tentando não rir e fingindo estar chocada.

— Gostava, viu? Dei um tempo dessas paradas. — respondo, tentando manter a pose.

Arrascaeta faz uma cara de decepção exagerada.
— Ah, pensei que íamos queimar um juntos! — Ele põe a mão no peito, como se estivesse arrasado.

Dou risada e dou um leve empurrão no braço dele.
— Olha, eu parei, mas sei onde arrumar umas da boa, se precisar.

Nesse momento, Gabi entra na conversa, sorrindo.

— Ó, hoje tem resenha lá em casa. Todo mundo convidado. E, bigode… — Ele aponta pra Leo com um sorriso travesso. — Leva tua namorada também, né?

Sinto meu coração acelerar quando ele diz "namorada". Olho pra Leo de canto, e ele apenas ri, tentando disfarçar o sorriso.
— Pode deixar, a gente vai — responde ele, tranquilo.

𝐍𝐄𝐈𝐆𝐇𝐁𝐎𝐑'𝐒|𝐿𝐸𝑂 𝑂𝑅𝑇𝐼𝑍Onde histórias criam vida. Descubra agora