Capítulo 16

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O vento frio da manhã soprava pelas torres do castelo enquanto Jungkook se preparava para o dia que se seguiria. O encontro com Kwon Yi-seul tinha deixado muitas perguntas no ar, mas uma esperança havia sido plantada. Agora, ele precisava encontrar uma forma de manter essa chama viva. Mas, além das tensões políticas, seu coração estava agitado de outra forma. O apoio de Jimin durante o encontro foi vital. Ele sabia que o plebeu loiro de olhos azuis havia conquistado algo mais que sua atenção; ele havia conquistado sua confiança e seu afeto.

Enquanto Jungkook vestia sua armadura, preparando-se para as reuniões do dia, Jimin entrou em seus aposentos silenciosamente. Sua presença sempre acalmava os nervos agitados de Jungkook, como uma brisa fresca após um dia quente. Jimin fechou a porta atrás de si e caminhou até onde o príncipe estava, seus passos quase inaudíveis no chão de pedra.

— Você está preparado para o que vem? — perguntou Jimin, sua voz suave, mas cheia de preocupação.

Jungkook olhou para ele no espelho, o reflexo de Jimin atrás de si. Ele suspirou, ajustando o peitoral de metal com dedos ligeiramente trêmulos.

— Acho que nunca estamos totalmente preparados para algo assim. A tensão entre meu pai e o povo só cresce, e mesmo com o acordo temporário com Kwon Yi-seul, ainda há muita incerteza.

Jimin se aproximou, descansando uma mão no ombro de Jungkook.

— Você não está sozinho nisso. Eu sei que as coisas parecem difíceis agora, mas você tem o coração certo para liderar. E eu estarei com você, não importa o que aconteça.

Jungkook girou em seu lugar, ficando de frente para Jimin, e tocou levemente o rosto do plebeu. Havia uma mistura de emoções nos olhos do príncipe: gratidão, carinho, e algo mais profundo que ele começava a entender.

— Obrigado. Suas palavras significam mais do que você imagina, Jimin. Eu só espero não falhar com o reino... ou com você.

Os dois ficaram em silêncio por um momento, o peso das palavras pairando no ar. Finalmente, Jungkook sorriu de leve e tocou a mão de Jimin, entrelaçando seus dedos.

— Venha comigo à reunião com o conselho. Sua visão sobre o povo pode nos ajudar a entender o que realmente precisamos fazer. Além disso, sua presença sempre me dá força.

Jimin assentiu, sentindo o peso da responsabilidade que Jungkook havia colocado em seus ombros, mas também se sentia honrado por estar ao lado dele em um momento tão crucial. Eles saíram juntos dos aposentos e se dirigiram à sala do conselho, onde as decisões sobre o futuro do reino seriam tomadas.

A sala do conselho era ampla, com tapeçarias adornando as paredes e uma longa mesa de madeira ao centro, onde os conselheiros já estavam reunidos. Lord Seung estava em seu lugar habitual, com um semblante grave, enquanto o rei, com seu olhar sempre severo, observava a todos com desconfiança. Quando Jungkook e Jimin entraram, a conversa cessou momentaneamente, e os olhares se voltaram para o príncipe e seu companheiro plebeu.

O rei franziu o cenho ao ver Jimin ali, mas não disse nada. Ele sabia que, por mais que desaprovasse a proximidade entre os dois, precisava manter o foco nos assuntos mais urgentes. O reino estava à beira de uma revolta, e as prioridades haviam mudado.

— Vamos começar, disse o rei, sua voz firme, chamando a atenção de todos. — Recebemos a resposta de Kwon Yi-seul, e ele aceitou adiar qualquer ataque imediato. No entanto, suas exigências são altas. Ele quer terras e poder no conselho.

Lord Seung bateu o punho na mesa com força, claramente irritado.

— Dar-lhe terras é uma coisa, mas poder no conselho? Ele basicamente quer se tornar um segundo rei! Isso é inadmissível.

Jungkook levantou a mão, pedindo silêncio.

— Entendo sua frustração, Lord Seung, mas precisamos ser realistas. A guerra traria mais destruição do que podemos suportar agora. Se cedermos um pouco, podemos ganhar tempo para resolver essa questão de outra forma. Precisamos evitar um derramamento de sangue.

O rei lançou um olhar desconfiado para o filho.

— Você fala como se tivesse a solução para tudo, Jungkook. Acha que podemos simplesmente negociar com traidores como se fossem iguais?

— Não se trata de tratá-los como iguais, pai. Trata-se de salvar o que resta de nosso reino. O povo está do lado de Yi-seul porque ele promete mudanças que eles desejam. Se mostrarmos que também podemos trazer essas mudanças, podemos desarmar a revolta sem um único golpe.

Os conselheiros murmuravam entre si, divididos sobre a posição de Jungkook. Enquanto alguns viam o valor de uma solução diplomática, outros estavam mais inclinados à força militar.

Foi então que Jimin, que estava ao lado de Jungkook, deu um passo à frente e falou, sua voz carregada de determinação.

— Com todo o respeito, senhores, eu sou do povo. Eu cresci vendo a miséria que muitos enfrentam enquanto o reino se fortalece. Eles não querem guerra. Querem esperança. Se conseguirmos mostrar que este reino ainda pode oferecer isso, eles não seguirão Yi-seul. Não por muito tempo.

A sala ficou em silêncio enquanto os conselheiros ponderavam as palavras de Jimin. Havia verdade nelas, e o rei, embora relutante, parecia estar começando a entender a gravidade da situação.

— Você é ousado, garoto, disse o rei finalmente, seu olhar frio caindo sobre Jimin. — Mas talvez haja algo em suas palavras que valha a pena considerar. Vamos pensar em uma proposta que nos permita ceder o mínimo possível, sem abrir mão de nossa autoridade.

Jungkook assentiu, satisfeito por ver que o pai estava disposto a pelo menos considerar a negociação. No entanto, ele sabia que essa era apenas uma pequena vitória em um campo de batalha muito maior. Kwon Yi-seul não seria fácil de se dobrar, e as tensões no reino continuariam a crescer.

Após a reunião, Jungkook e Jimin caminharam juntos pelos corredores do castelo. As palavras de apoio de Jimin durante o conselho não saíam da mente do príncipe. Ele não apenas ajudava a fortalecer suas estratégias, mas também lhe dava confiança para seguir em frente, mesmo quando tudo parecia estar desmoronando.

— Obrigado por falar naquela reunião, Jimin. Suas palavras fizeram a diferença.

Jimin sorriu suavemente, virando-se para ele.

— Eu só disse a verdade. E vou continuar dizendo, sempre que for necessário.

Jungkook parou de caminhar e virou-se completamente para Jimin, segurando-o pelos ombros. Seus olhos se encontraram, e o silêncio que seguiu foi preenchido por algo que ambos entendiam, mas ainda não tinham colocado em palavras.

— Jimin... eu não sei o que faria sem você.

O loiro sorriu, seus olhos azuis brilhando com uma mistura de carinho e determinação.

— Você nunca terá que descobrir. Eu sempre estarei ao seu lado.

E naquele momento, sob as sombras das torres antigas, Jungkook soube que sua luta, tanto pelo reino quanto pelo seu coração, estava apenas começando.

Azul como a cor dos seus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora