Os dias se arrastavam de maneira lenta e angustiante. Desde o dia em que Jungkook e Jimin descobriram a traição de Lord Seung e outros nobres, ambos se viram presos em uma rede de mentiras e conspirações. Cada movimento tinha que ser calculado, cada palavra medida. As sombras que cercavam o reino pareciam estar se aproximando, e o tempo para agir estava se esgotando.
O príncipe sabia que o Festival da Lua, o grande evento anual em que o reino celebrava suas tradições e colheitas, seria o cenário perfeito para o golpe. A presença de lordes e figuras importantes tornaria o momento ideal para que os conspiradores agissem e tomassem o poder. Mas Jungkook não estava disposto a deixar isso acontecer.
Ele e Jimin haviam se reunido com Kwon Yi-seul, a mensageira que havia trazido a primeira pista do plano. O encontro secreto, realizado no subsolo do castelo, fora tenso. Kwon revelou mais detalhes sobre a localização das tropas rebeldes e como elas se mobilizariam. A ameaça era maior do que eles haviam imaginado.
— Eles estão se organizando nas montanhas ao norte, — disse Kwon, desenhando um mapa improvisado no chão de terra. — Os mercenários contratados por Lord Seung estão sendo pagos para atacar durante a celebração, quando a maioria das forças militares estarão voltadas para a segurança interna do evento.
Jungkook olhou para o mapa, seus olhos sombrios enquanto tentava absorver tudo. Jimin ao seu lado, observava em silêncio, preocupado com a gravidade da situação. Ele sabia que não havia margem para erro.
— Isso não pode acontecer, — Jungkook murmurou, suas mãos apertando-se em punhos. — Se perdermos o controle da cidade durante o festival, o caos será absoluto. O povo estará indefeso, e o reino cairá.
Kwon Yi-seul assentiu.
— Precisamos interceptar o ataque antes que ele aconteça. Mas o problema é que os conspiradores dentro do castelo ainda não foram todos identificados. Se agirmos cedo demais, corremos o risco de alertar os traidores e causar uma revolta antes do ataque.
Jimin olhou para Jungkook, sentindo a tensão aumentar a cada segundo.
— Precisamos ser estratégicos, Kook, — disse ele suavemente. — Não podemos dar um passo em falso. E se tentarmos desestabilizar os conspiradores de dentro para fora, cortando as lideranças? Talvez consigamos ganhar tempo ou até impedir que o plano deles seja executado no festival.
Jungkook assentiu, seu olhar fixo no mapa.
— Você tem razão, — disse ele. — Se cortarmos a cabeça da cobra, os outros desmoronam. E Lord Seung é a cabeça disso tudo.
Foi então que Kwon Yi-seul revelou a informação mais importante.
— Eu soube que Lord Seung está planejando uma reunião secreta esta noite com outros nobres conspiradores no castelo. Se vocês o confrontarem lá, podem pegar todos de surpresa. Se ele for exposto diante dos outros, haverá uma chance de desmantelar o esquema antes que chegue ao festival.
Jungkook e Jimin trocaram olhares, ambos compreendendo o peso daquela oportunidade. Era um risco enorme, mas poderia ser a única chance que tinham de salvar o reino.
— Esta noite, então, — disse Jungkook, determinado. — Vamos confrontá-lo e pôr fim a isso.
A noite caiu rapidamente sobre o castelo. Os corredores eram iluminados por tochas, suas sombras longas e distorcidas sobre as paredes de pedra. Jungkook e Jimin, acompanhados por alguns guardas leais, caminharam com passos silenciosos até o local onde a reunião secreta estava acontecendo. O ar estava denso de expectativa, e cada ruído parecia amplificado no silêncio da noite.
Quando chegaram à sala de reuniões, Jungkook fez um sinal para os guardas pararem. Eles estavam próximos o suficiente para ouvir as vozes abafadas dos conspiradores. Lord Seung estava lá, junto com outros três nobres que Jungkook reconheceu como sendo membros da corte. Eles falavam em sussurros, mas o suficiente para que Jungkook captasse o essencial: eles estavam ajustando os detalhes finais do ataque, mencionando o Festival da Lua e como o povo cairia facilmente sob o novo regime.
— Eles realmente pensam que vão conseguir, — murmurou Jimin ao lado de Jungkook. — Eles são mais ousados do que imaginávamos.
Jungkook assentiu, seu coração batendo forte de raiva e ansiedade. Ele fez sinal para os guardas se prepararem. O momento de agir havia chegado.
Empurrando a porta da sala com força, Jungkook e seus homens invadiram o recinto. A surpresa nos rostos dos nobres foi instantânea. Lord Seung se levantou, seu rosto torcido de fúria e surpresa.
— O que significa isso, Jungkook?! — rugiu Seung, sua voz ecoando pela sala. — Você ousa interromper uma reunião de estado?!
Mas Jungkook estava implacável.
— Reunião de estado? — ele riu, mas havia veneno em sua voz. — Não me faça rir, Seung. Eu sei de tudo. Sei sobre o ataque que está planejando, sobre os mercenários nas montanhas e sobre como você pretende derrubar o reino durante o festival. Você traiu a coroa e traiu o povo.
Os outros nobres se entreolharam, nervosos. Lord Seung tentou manter o controle, mas Jungkook podia ver o medo em seus olhos.
— Você não tem provas, — rosnou Seung, mas sua voz vacilava. — Você está blefando.
Jungkook sorriu friamente, e foi então que Kwon Yi-seul entrou na sala, carregando os documentos que haviam interceptado – as cartas que incriminavam Seung e seus cúmplices. Ela os jogou na mesa com um estalo alto.
— Aqui estão suas provas, — disse ela com firmeza. — Cartas trocadas com os mercenários, seladas com o brasão da sua casa. Você foi descuidado, Seung.
O rosto de Lord Seung empalideceu, e ele soube que estava encurralado. Os outros nobres se levantaram, tentando se afastar dele, como se isso pudesse separá-los da conspiração, mas já era tarde demais.
— Prendam todos, — ordenou Jungkook, e os guardas avançaram rapidamente, algemando os traidores.
Enquanto Seung era arrastado para fora da sala, ele ainda tentou se defender, gritando:
— Isso não acaba aqui, Jungkook! Você ainda vai pagar por isso!
Mas o príncipe apenas o observou ser levado embora, seu rosto inexpressivo. Ele sabia que essa era apenas uma batalha vencida em uma guerra muito maior.
Quando os conspiradores foram levados para os calabouços, Jungkook se virou para Jimin. Seu olhar, por um momento, suavizou-se.
— Conseguimos, mas ainda não acabou. — disse Jungkook.
Jimin assentiu.
— Mas demos o primeiro passo. O festival está salvo, e o povo também. Agora, resta lidar com os resquícios dessa traição.
Ambos sabiam que ainda havia muito a ser feito, mas naquele momento, eles tinham algo de que se orgulhar. Juntos, haviam impedido o golpe que poderia ter destruído tudo o que Jungkook prezava.
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Azul como a cor dos seus olhos
FanficJeon Jungkook um menino de 18 anos que não pretende virar rei nem tão cedo, mas acaba que ele precisa ouvir seu pai. Park Jimin um menino que mora na aldeia do reino de Jungkook, um menino que olhos azuis marcantes que chamaram a atenção de Jungkook...