Capítulo 5

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Desde o dia em que Jungkook e seu pai, o rei, visitaram a aldeia, Jimin não conseguia tirar o príncipe da cabeça. A imagem de Jungkook sobre o cavalo, seus olhos escuros observando-o de longe, o deixava acordado à noite, perturbado por uma mistura de excitação e receio. Como um plebeu poderia despertar o interesse de um príncipe? Era uma pergunta que o assombrava a cada momento.

Nos dias que se seguiram, os encontros furtivos entre os dois tornaram-se cada vez mais frequentes. Jungkook sempre arranjava um pretexto para ir à aldeia, e Jimin, por mais que tentasse agir com normalidade, percebia que estava ficando cada vez mais difícil disfarçar a tensão crescente. Sempre que seus olhares se encontravam, um fogo tomava conta de Jimin, e ele sabia que estava à beira de algo perigoso.

Naquela noite, quando todos na aldeia estavam recolhidos e a lua cheia iluminava o céu, Jimin recebeu um recado inesperado. Um garoto da aldeia lhe entregou um bilhete amassado com poucas palavras: "Na clareira, à meia-noite." O coração de Jimin acelerou imediatamente. Era de Jungkook. Ele não precisou de mais nenhuma confirmação. Sabia que o príncipe o esperava.

Cauteloso para não ser visto, Jimin saiu de casa quando o relógio da aldeia bateu meia-noite. A brisa fresca da noite lhe causava arrepios, mas ele sabia que aquilo não era apenas o frio. Era o medo, a antecipação e, principalmente, o desejo de vê-lo novamente.

Ao chegar à clareira, Jungkook já estava lá, encostado em uma árvore, com o manto real a esconder parcialmente seu rosto. Quando ouviu os passos de Jimin, ele ergueu o olhar, e os olhos de ambos se encontraram no brilho suave da lua. Por um momento, ficaram em silêncio, apenas absorvendo a presença um do outro.

— Você veio... — Jungkook disse com a voz baixa, mas firme.

— Não pude evitar. — Jimin respondeu, sua voz soando quase como um sussurro, temendo que, se falasse alto demais, quebraria a mágica daquele momento.

Jungkook deu alguns passos em sua direção, e Jimin sentiu o peso da decisão que estavam prestes a tomar. Se fossem vistos juntos, tudo poderia acabar — a vida de Jimin poderia ser destruída, e a de Jungkook manchada para sempre. Mas, por mais que soubessem dos riscos, nenhum dos dois parecia disposto a recuar.

— Jimin... — Jungkook começou, aproximando-se ainda mais. Seus olhos, sempre tão intensos, brilhavam na luz prateada da lua. — Desde o dia em que te vi, algo mudou em mim. Não consigo parar de pensar em você.

Jimin sentiu seu coração acelerar, a respiração ficando mais pesada. O príncipe estava tão próximo que ele podia sentir o calor de seu corpo. Ele também sentia o mesmo, e, naquele momento, todas as preocupações sobre suas posições sociais e o futuro pareciam insignificantes.

— Eu também penso em você, Jungkook. — Jimin finalmente confessou, sua voz trêmula. — Mas o que estamos fazendo é perigoso... e se alguém descobrir?

Jungkook sorriu suavemente, um sorriso que escondia tanto medo quanto ousadia.

— Eu sei dos riscos, mas não posso ignorar o que sinto. Eu... preciso de você.

Com essa confissão, Jungkook tomou a iniciativa e aproximou-se ainda mais, até que seus corpos quase se tocassem. Os olhos de Jimin se fecharam instintivamente, e ele sentiu os lábios do príncipe tocarem os seus. Foi um beijo suave, tímido no início, mas que logo se aprofundou em algo mais urgente, mais necessitado. A sensação era avassaladora. Jimin nunca havia experimentado algo tão intenso.

Ali, sob o céu estrelado, com a lua como testemunha, o tempo parecia parar. O beijo era cheio de promessas não ditas, de desejos que finalmente encontravam expressão. Ambos sabiam que estavam cruzando uma linha perigosa, mas nenhum dos dois parecia se importar. Naquele momento, tudo o que importava era o que sentiam um pelo outro.

Quando o beijo finalmente terminou, Jimin abriu os olhos lentamente, ainda ofegante. Jungkook o encarava, com uma expressão de felicidade e medo misturados.

— O que vamos fazer agora? — Jimin perguntou, a voz baixa e hesitante. — Não podemos continuar assim para sempre... e se alguém nos pegar?

Jungkook suspirou, passando a mão pelos cabelos escuros. Ele sabia que a situação deles era complicada, e a cada encontro, o perigo aumentava. Mas o que ele sentia por Jimin era forte demais para ser ignorado.

— Por enquanto, continuamos como estamos. Precisamos ser cuidadosos. Ninguém pode saber, Jimin. — Jungkook fez uma pausa, observando o rosto preocupado do loiro. — Mas eu vou encontrar uma solução. Não posso perder você.

Jimin sabia que não seria fácil. O rei era um homem impiedoso, e se descobrisse que seu herdeiro estava envolvido com um plebeu, as consequências seriam catastróficas. Mas, ao mesmo tempo, a ideia de se afastar de Jungkook o apavorava. Ele estava em um caminho sem volta, e, por mais que soubesse dos riscos, não conseguia parar.

— Eu confio em você, Jungkook — Jimin respondeu, com um sorriso suave, embora a preocupação ainda estivesse em seu olhar. Seus dedos roçaram os de Jungkook, em um gesto íntimo, e o príncipe apertou sua mão em resposta.

Os dois ficaram assim por mais alguns minutos, em silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro. O mundo lá fora podia esperar. Ali, na clareira, sob a luz da lua, era como se estivessem em uma realidade separada, onde nada mais importava além de seus sentimentos.

Mas, eventualmente, a realidade voltou a se impor. Jimin sabia que precisava voltar para a aldeia antes que alguém notasse sua ausência. Jungkook também sabia que não poderiam arriscar serem vistos juntos.

— Nos vemos em breve — Jungkook disse, sua voz baixa, mas carregada de emoção.

— Estarei esperando — Jimin respondeu, antes de se afastar, seus passos leves e rápidos desaparecendo na escuridão da floresta.

Enquanto voltava para casa, Jimin sentiu uma mistura de euforia e medo. O beijo de Jungkook ainda queimava em seus lábios, e ele sabia que, por mais perigosa que fosse aquela situação, não havia como voltar atrás agora. Estava envolvido em algo muito maior do que poderia imaginar.

E, ao mesmo tempo, sabia que esse era apenas o começo de uma jornada que poderia levar a consequências inimagináveis.

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Nossa gente essa história de amor está mto perigosa né? kkkkkkkkkk

Azul como a cor dos seus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora