Os dias que seguiram foram de intensa preparação, tanto para a diplomacia quanto para a guerra. As tropas estavam de prontidão, os conselheiros debatendo estratégias e os mensageiros percorrendo o reino com notícias sobre a revolta. Mas, no meio de toda essa tensão, Jungkook focava em uma coisa: encontrar uma solução pacífica para a crise que ameaçava seu futuro como rei e a paz do reino.
Na noite antes de o mensageiro partir para entregar a proposta de negociação a Kwon Yi-seul, Jungkook se encontrou novamente nos aposentos de Jimin. O ar estava pesado de incerteza e de expectativa, e o silêncio entre eles era mais forte do que qualquer palavra.
— Você acha que ele aceitará o encontro? — perguntou Jimin, quebrando o silêncio. Ele estava sentado ao lado de Jungkook, os dois observando a luz suave da lua que entrava pelas grandes janelas.
Jungkook suspirou profundamente, seus olhos escuros fixos no céu estrelado.
— Não sei. Tudo depende do que ele realmente quer. Se for apenas poder, talvez a negociação seja inútil. Mas se houver algo mais, algo que possamos resolver, então existe uma chance. — Ele virou-se para Jimin, pegando sua mão. — Mas eu preciso tentar. Não posso simplesmente atacar essas pessoas, sabendo que talvez haja uma maneira de evitar a guerra.
Jimin sorriu levemente, apertando a mão de Jungkook.
— É isso que faz de você um verdadeiro líder, Jungkook. Você pensa além da força bruta, além do imediatismo. E é por isso que eu acredito em você.
Eles ficaram ali, em silêncio novamente, mas agora com a tranquilidade que a presença um do outro proporcionava. Jungkook sabia que, não importa o que acontecesse, ele teria Jimin ao seu lado, e essa certeza lhe dava força.
Na manhã seguinte, o mensageiro partiu com a proposta de paz. O destino agora estava nas mãos de Kwon Yi-seul. Durante os dias que se seguiram, a tensão no castelo só aumentava. A preparação para a guerra continuava, mas as esperanças de uma solução pacífica pairavam no ar como uma promessa frágil.
Finalmente, após dias de espera agonizante, a resposta de Kwon Yi-seul chegou.
— Ele aceitou se encontrar, anunciou Lord Seung à corte, com a voz carregada de alívio e surpresa. — Ele propôs um local neutro para o encontro. Uma pequena colina nas fronteiras do reino.
Jungkook sentiu seu coração bater mais rápido. A notícia de que Kwon Yi-seul havia aceitado negociar era um alívio, mas também trazia consigo novos perigos. Ir até aquele encontro poderia ser uma armadilha, uma emboscada disfarçada. Mas não havia outra escolha.
— Eu irei — disse Jungkook, com firmeza. — E ouvirei o que ele tem a dizer.
O rei, que até então havia permanecido calado, apenas observando a movimentação, se aproximou de Jungkook com uma expressão severa.
— Se isso for um truque, você morrerá. E se morrer, será a destruição deste reino. Tem certeza de que deseja arriscar tanto assim por esses traidores?
Jungkook ergueu o olhar para o pai, seus olhos carregados de determinação.
— Eu prefiro arriscar pela paz do que viver sabendo que não tentei.
O rei não respondeu, mas o olhar em seus olhos mostrou que, pela primeira vez, ele via o filho como algo mais do que um garoto despreparado. Ele via um líder.
A caravana que acompanhou Jungkook ao local do encontro foi pequena, apenas um punhado de guardas de confiança, Lord Seung, e, é claro, Jimin. O jovem plebeu insistiu em ir com Jungkook, mesmo sabendo do perigo.
— Eu não vou deixá-lo enfrentar isso sozinho — disse Jimin, quando Jungkook hesitou em aceitar sua presença. — Você precisa de alguém ao seu lado em quem confie completamente. E eu sou essa pessoa.
Embora apreensivo, Jungkook sabia que Jimin estava certo. Ele sempre foi seu pilar de força, e sua presença lhe dava coragem.
Quando finalmente chegaram à colina onde o encontro aconteceria, o sol estava começando a se pôr, lançando um brilho dourado sobre o horizonte. Kwon Yi-seul e seus homens já estavam lá, suas armaduras refletindo a luz do entardecer. Ele era um homem de aparência forte, com cicatrizes que falavam de inúmeras batalhas, e seus olhos eram duros como pedra.
Jungkook desceu de seu cavalo e caminhou em direção a Kwon Yi-seul. Ao seu lado, Jimin e Lord Seung mantinham-se atentos a cada movimento. O ar estava carregado de tensão, e cada passo parecia ecoar pela terra vazia.
— Príncipe Jungkook — disse Kwon Yi-seul, sua voz grave. — Vejo que decidiu vir. Isso é bom. Talvez você seja mais sensato do que seu pai.
— Estou aqui para ouvir suas reivindicações — respondeu Jungkook, sem se deixar intimidar. — Mas quero deixar claro que minha prioridade é a paz. Não quero ver nosso reino destruído por uma guerra civil.
Kwon Yi-seul cruzou os braços e o observou por um momento, seus olhos avaliando cada movimento de Jungkook.
— Paz? Seu pai nunca quis paz. Ele apenas quer poder, e está disposto a esmagar qualquer um que se oponha a ele. Eu já servi a este reino, já fui leal ao seu pai, mas ele se corrompeu. Agora, é a hora de um novo começo. Um reino onde o povo tenha voz, onde não sejamos governados pela tirania.
As palavras de Kwon Yi-seul ecoaram nos ouvidos de Jungkook. Ele sabia que o pai tinha seus defeitos, e muitas das críticas de Kwon Yi-seul não estavam longe da verdade. Mas ele também sabia que uma revolta violenta não era a solução.
— Eu entendo suas preocupações, e sei que meu pai cometeu erros. Mas o caminho que você está seguindo levará à destruição de tudo o que conhecemos. Existe uma maneira de reformar este reino sem derramar sangue. Eu estou disposto a trabalhar com você para construir um futuro melhor, um futuro onde o povo seja ouvido.
Kwon Yi-seul riu, uma risada amarga e cínica.
— Você fala bonito, Príncipe. Mas palavras não são suficientes. Como posso confiar em você? Como posso saber que você não é apenas uma versão mais jovem do seu pai?
Nesse momento, Jimin deu um passo à frente, sua voz calma, mas firme.
— Porque eu conheço Jungkook. Eu o vi enfrentar desafios com coragem e compaixão. Ele não é como o pai dele. Ele é o futuro deste reino, e, se você der uma chance, verá que ele pode trazer a mudança que todos desejamos.
Os olhos de Kwon Yi-seul se voltaram para Jimin, e por um longo momento, ninguém disse nada. Finalmente, Kwon Yi-seul suspirou.
— Muito bem, Príncipe. Vamos ver do que você é capaz. Mas saiba disso: se falhar, não hesitarei em terminar o que comecei.
Com isso, o encontro terminou. Jungkook e seus companheiros montaram seus cavalos e começaram a volta ao castelo. O caminho da paz havia sido aberto, mas o futuro ainda era incerto. A única certeza era que a tempestade ainda não havia passado.
E no coração de Jungkook, uma chama de esperança continuava a queimar.
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Azul como a cor dos seus olhos
FanfictionJeon Jungkook um menino de 18 anos que não pretende virar rei nem tão cedo, mas acaba que ele precisa ouvir seu pai. Park Jimin um menino que mora na aldeia do reino de Jungkook, um menino que olhos azuis marcantes que chamaram a atenção de Jungkook...