Capítulo 9 - Em Beverly Hills, há várias casas vazias.

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Cinco dias haviam se passado, e a atmosfera na mansão se tornara sufocante. Erik e Lyle esperavam que José explodisse, jogando suas coisas na rua e expulsando-os à força. Mas, para sua surpresa, ele apenas os ignorava. José saía e chegava do trabalho sem dizer uma palavra.

Kitty, por sua vez, começara a beber com mais frequência, algo que antes era raro, mas agora se tornava um hábito evidente.

Erik e Lyle passavam quase todo o tempo no quarto, trancados, presos no medo do que poderia acontecer. O silêncio era quebrado apenas por sussurros entre eles, sempre tentando adivinhar o próximo movimento de José.

 O silêncio era quebrado apenas por sussurros entre eles, sempre tentando adivinhar o próximo movimento de José

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Erik estava deitado na cama, encarando o teto, o estômago revirado pela ansiedade.

— A gente devia ir embora — ele disse, a voz baixa, mas firme. — Pegar nossas coisas e sair daqui enquanto podemos.

— Ir embora? Pra onde, Erik? — Lyle respondeu, a voz cheia de frustração. — A gente não tem dinheiro. Tudo que eu tinha, gastei. Eu nunca pensei no amanhã, só... só gastei tudo.

— A gente dá um jeito! — Erik insistiu, a urgência transparecendo em sua voz. — Qualquer coisa é melhor do que ficar aqui, esperando ele explodir de novo. Não sei quanto mais aguento viver com essa tensão, como se estivéssemos pisando em ovos o tempo todo.

— Não temos nada, Erik. Nada. Ele sempre controlou nosso dinheiro, nossa vida... E agora estamos presos.

— Não estamos presos! — Erik rebateu, se sentando — Podemos sair, podemos recomeçar. Não sei como, mas vamos dar um jeito.

Lyle finalmente olhou para o irmão. Ele queria acreditar nisso, queria acreditar que poderiam simplesmente fugir e começar de novo. Mas a realidade era outra.

— E você acha que ele vai deixar? — Lyle perguntou, com um riso amargo. — Acha que José vai simplesmente nos deixar escapar? Não somos apenas filhos dele, somos a propriedade dele. 

Erik respirou fundo.

— Então o que vamos fazer? — sussurrou, a voz vacilante. — Ficar aqui, presos nesse inferno?

Lyle se ajeitou e se sentou no meio da cama, de pernas cruzadas, e olhou diretamente para o irmão.

— A gente precisa de dinheiro, Erik. E agora. Sem isso, não vamos a lugar nenhum — disse, a voz firme. — Precisamos de dinheiro para comprar uma passagem, para bem longe daqui.

Erik sorriu levemente.

— Podemos pegar emprestado de algum tio e... bem, nunca devolver, né?

Lyle riu, mas logo seu sorriso desapareceu.

— O problema é que não confiamos em nenhum deles. Nenhum parente vai nos ajudar de verdade. Todos eles são um bando de puxa-sacos do nosso pai. O resto da família vê ele como uma espécie de deus intocável. Você acha que algum deles teria coragem de ir contra o nosso pai?

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